terça-feira, 20 de maio de 2008

É a merda do reforçamento intermitente!

Se eu ainda sei com o que sonhei essa noite, prefiro não saber.
Só porque eu estou ficando com preguiça de sonhar.
Isso é um quase mau humor. A única diferença é que eu não estou de mau humor.
Na verdade eu estou é com raiva dos fatos cíclicos que me perseguem. E com raiva de viver intercalando entre paz vazia e turbulência quase preenchida. Já expressei a minha raiva da palavra “quase” há poucos dias.
Mas tem também varias coisas que não me deixam, nem se eu quisesse, ficar com cara de bunda hoje. Porque tem certas coisas que me fazem sorrir eternamente só pelo fato de existirem. E porque eu vi um passarinho verde ontem, e até as piadinhas mais sem graça e ridículas estão me fazendo morrer de rir. Ou quem sabe isso é efeito retardado da overdose de chocolate de domingo. Ou quem sabe eu apenas não quero ficar emburrada por aí porque eu acabo ficando extremamente irritada comigo mesma.
Uma anedota engraçada (adoro falar anedota): quando eu tinha quatorze anos, tive uma fase meio dark, achava que minha vida não prestava para nada, que eu era a excluída do mundo, chegava a me chamar de saco de lixo onde todos depositavam problemas e nunca soluções. Me via como uma bolinha azul no meio de uma imensidão de bolinhas vermelhas. E por isso estava sempre propensa (na verdade eu queria) a estar de mau humor. Não sei se era por causa dessa minha personalidade “altruísta”, ou porque eu estava era fazendo um enorme drama mesmo, eu não conseguia ficar de mau humor. Então ninguém sabia que eu estava mal. Hoje enxergo assim: eu era um protótipo de emo, que queria fazer de tudo para mostrar às pessoas que estava em depressão, esperando ansiosamente por um afago que mostrasse que as pessoas se preocupavam comigo. Mas eu não estava realmente em depressão. Na verdade a minha vida era muito mais que divertida, e por isso me frustrava. Planejava pela manha a merda de dia que ia vir pela frente e voltava para casa sorrindo, sem entender o que aconteceu no meio do caminho que não me deixou exibir para todo mundo o quão infeliz eu era. Gente, eu precisava muito de psicólogo. Muitas vezes ainda me pego fazendo isso, tentando exibir nas entrelinhas os meus desconfortos para ver se as pessoas conseguem ler e vêm me afagar de vez em quando. Claro que agora esses meus joguinhos emocionais são mais sofisticados. Olha que crápula eu sou... Acho que ainda preciso de psicólogo.
Mas, curiosamente, a maior mudança na minha vida aconteceu por eu ter entrado na faculdade e principalmente por estar estudando psicologia. Agora posso (eu e o Huds) colocar a culpa na merda do reforçamento intermitente! Agora posso teorizar sobre tudo na verdade. Mas isso é o menos importante. A questão é que agora eu consigo enxergar certas coisas escondidas atrás de atitudes dos outros e das minhas também. E agora consigo enxergar a grandeza e o peso de algumas palavras, coisa que antes ignorava.
Não sei se sinto preguiça ou tesão por essa complicação que é lidar com gente. Cada hora estou tendendo para um lado. Na verdade eu estou quase sempre na casa do tesão, mas quando isso começa a afetar o meu dia e me trazer aborrecimentos, nessas horas queria me trancar num quarto e só ter que lidar com as minhas músicas e meus lápis de cor.
No momento, tudo que eu quero é superar meus medos e dançar. Na verdade estou precisando dançar até minhas pernas falharem.
Mais anedotas simpáticas para o meu dia (mais simpáticas até que o queijo simpático da minha tia Lilí): nunca pensei, antes de me considerar universitária, que, além de sentir um prazer descomunal por estudar, eu chegaria ao ponto de transferir minhas energias e pensamentos para os estudos para tranqüilizar outros aspectos da minha vida, porque chego a um ponto que estudar é o único prazer grande o suficiente para me manter em estado pós orgasmico por dias e seguro o suficiente para eu ter certeza de que não vai me desapontar. Obviamente eu nunca conseguiria pensar assim enquanto era obrigada a estudar geografia e química...
O fato é: estou completa e arrebatadoramente eufórica para estudar. Obviamente inspirada por psicologia cognitiva e filosofia da mente! Nossa, só de falar isso já trás uma certa excitação, não é? É quase como dizer brócolis, ou batatas sautet! (imaginei uma cena hilária agora...)
Ai ai... fatos, fatos e mais fatos... eu tenho que ficar enfeitando eles de vez em quando para a vida ficar mais divertida.



►Um são bernardo sentou no meu sanduíche! (explode de rir)