quarta-feira, 28 de julho de 2010

Desabafo

Como será não ter nada? Livros para ler, pessoas para brigar, lugares e responsabilidades... como será não ter nem o que lembrar? Ultimamente tenho estado num estado gradativo de estresse. Tem as causas clássicas: trabalho, decisões, faculdade, os meus desafios psicológicos de sempre... mas o que mai tem comido a minha energia é a situação que me envolve em casa. Minha avó tem Alzheimer e chegou a um estado muito avançado. Atualmente ela não quer mais comer, tomar banho, tomar os remédios, beber líquido, ou sequer se levantar da cama. Se deixássemos ela de lado, ela entrava em estado vegetativo. Mas nos continuamos tentando. E cada vez que tentamos dar banho, comida, água ou remédio, ela começa a gritar, chorar e a bater na gente. Outro dia ela tentou me morder quando segurei o braço dela para não me bater. Depois ainda se surpreendem quando me vêem chorando quando isso acontece. É impossível separar isso tudo das lembranças de tudo que vivi com ela antes de ela desenvolver a doença. Ainda temos que lidar com o meu avô que não apenas é um idoso sistemático e digamos bem chato, acredita fielmente que essas coisas que ela faz é resquício da implicância e marcação que ela teve com ele durante toda a vida deles. A situação toda é um bolo de sensações e mágoas e medos e raivas... Mas enfim... Nós continuamos tentando...

E eu me pergunto às vezes... não é algo bonito ou confortável de se perguntar, mas para que continuar tentando, se nada mais gera resultado positivo? Não tem mais jeito...

Isso se chama exaustão... estamos todos nos esforçando além do que achávamos que era nossa capacidade, tendo que lidar com o impossível todos os dias, sentindo impotência e pessimismo e tudo por algo que não vai se curar.

Imagino que muita gente passa por esse tipo de coisa. E uma coisa é certa: cuidar de alguém com Alzheimer não é fácil!

Enfim... como mais vou conseguir passar por isso com sanidade se não desabafar, não é?


►onomatopéias....

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Little more Phoebe...

Como é que você faz quando começa a sentir preguiça da terapia? E isso é realmente uma pergunta que me intriga. Eu não sei como se faz!

Agora estou finalmente de férias (se é que posso chamar de férias os efêmeros 12 dias que a vida me concedeu para poder ter a chance de me estressar dentro de casa...). Mas também não vou reclamar demais. Nesses dias de “férias” já pude ir a São Paulo e descobrir que eu estava vivendo em uma vida sem graça até conhecer São Paulo. Moraria por lá sem que precisassem me pedir a segunda vez! Também reencontrei uma amiga minha de infância, que já não via há três anos e atualmente está morando em São Paulo... uma boa idéia que nasceu disso tudo foi realmente ir para lá e dividir um apartamento com ela... mas do jeito que as coisas estão, nem tão cedo!

Estive tentando ler nesses dias folgados. Mas eu ainda não desenvolvi a habilidade de ler um livro em uma hora. Se fosse assim, aí sim conseguiria eliminar toda a minha pilha de livros a serem lidos antes de voltar à rotina louca de sempre. Uma vez minha irmã disse algo que traduz muito bem esse pensamento: meu sonho é poder ler os livros na mesma velocidade em que os compro!

Estou em um clima de preguiça generalizada... finalmente podendo me levantar depois das dez da manhã!

Essa semana me deparei com aquela famosa situação aproveite-as-oportunidades-que-te-aparecem. E resolvi apostar em algo que pode ou não me dar muito dinheiro. Tudo vai depender de eu superar mais um dos meus bloqueios bobões... na verdade todos se reduzem a um só: limite. Saber estabelecer limite ao outro, ou em outras palavras, desenhar uma fronteira ao meu redor e me manter firme nela. Sempre foi tão fácil para as pessoas penetrarem o que quer que seja isso que estou metaforizando como uma fronteira...

Percebi que adoro usar reticências...

Como será a minha vida daqui um ano... ou dez? eu gosto de acreditar que ela é tão imprevisível quanto pode ser. E até agora ela tem mesmo sido. Mas sabe aquele sentimento de “eu poderia ser um pouquinho mais Phoebe”? Mas dispenso o cuspe de um cafetão, ou dar a luz aos filhos do meu irmão... rimou.

Texto verborrágico, não? Algo como uma memorável comunidade do C!: Mudo de assunto, gosto de azul

Ah e como poderia me esquecer de divulgar uma coisa magnífica que descobri recentemente? Bo Burnham! O mundo deveria conhecer esse moleque! Ele tem 18 anos de idade e é um comediante americano. Escreve músicas com letras “offencive”! Uma das melhores músicas:




Então vamos lá... hoje, em plenas férias, tenho que ir ao hospital para terminar de corrigir testes que vagabundamente não corrigi antes. Pelo menos esse fim de semana pode ser bem divertido... ou como diria o Cosmo: “Oooou será que nããão?”



►Love is all about whistles!