sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Psicologicamente falando...

Primeiro eu quero porque eu nunca tive. Depois eu descubro que eu quero porque eu vejo que os outros têm e eu não. Aí me sinto injustiçada porque não posso ter o que vejo os outros tendo. Daí me pergunto por que eu não tenho. Claro que a culpa então é do mundo, nunca minha. Se dependesse de mim, é claro que eu teria.
Depois eu quero porque eu quero fazer parte daqueles que têm. Não apenas pela coisa em si, mas pelas pessoas que se afastam pelas diferenças de posse.
Mas depois eu me irrito. Porque não quero mais as mesmas pessoas, porque não quero mais um lugar ou outro, porque não quero mais ser responsável pela diversão alheia. Mas que monte de besteira. Afinal qual é o problema com as pessoas ou com os lugares, ou com os ruídos ou tipos de iluminação?
A psicologia nunca se provou mais verdadeira. Auto-sabotagem. Eu arrumo uma desculpa para não ter. E por que será? Para continuar querendo? Porque é novo demais ser igual aos outros? Ou quem sabe porque tudo que eu disse até agora é uma besteira e uma ilusão. Acho mesmo é que estou nesse ciclo vicioso de frustrações pelos motivos errados. Porque esse ciclo tampa o outro, mais irritante e fundamental.
O problema é eu querer carregar o mundo nas costas... a ponto de achar que isso é a minha obrigação... a ponto de eu não querer mais carregar o mundo nas costas porque agora me faço acreditar que todos à minha volta esperam que eu resolva o mundo, em vez de ser eu mesma quem espera isso de mim. Aaaah... fiquei tonta.
Vai ser pra sempre assim? Eu me afetando por fantasmas e me privando do sorriso? Para onde foi o meu lema de que posso me divertir em qualquer situação? Hipocrisia mandou lembrança...



►A busca pela minha própria vontade me mostrou que eu me tornei isso... um balão vazio e sem próprias vontades... e me mostrou como é difícil deixar de ser quem se é.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Enfim, um dia útil

Sonhei que meu tempo tinha se esgotado e, de repente, meus superiores vinham para gritar comigo por eu não ter concluído o meu objetivo a tempo. Claro que isso traduzido em várias metáforas e coisas que no mundo real não fariam o menor sentido.
Acho que chegou a hora de sonhar com rostos diferentes. Eu preciso mesmo é atualizar o meu revezamento de rostos.
Eu estive muito irritada. Coisas inesperadas aconteceram durante o carnaval junto com algumas epifanias igualmente inesperadas. Acho que eu passo tanto tempo me preocupando em ser digna da afeição das pessoas que eu me esqueço de seguir as minhas próprias vontades. Como ficar em casa parada em vez de ter que fazer alguma coisa só porque é feriado. Ou como interromper a discussão e o vômito de besteiras para tentar botar alguma razão na cabeça das pessoas.
A questão não é sobre as oportunidades que se passaram, na verdade. É sobre o olhar que eu tenho sobre as oportunidades que virão.



►Ciência se resume no dito popular: “quem procura acha”...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Deslocada

Deslocada quando não abro a boca para dar a minha opinião em uma discussão. Pois, afinal, é inútil. Tudo bem as pessoas pensarem diferente. Eu nunca tive problemas com isso. Mas estou começando a me sentir espremida quando certas coisas são ditas perto de mim. Algumas pessoas não conseguem ouvir os absurdos que saem de suas próprias bocas.
Preciso de algumas horas de solidão de verdade.
Deslocada por só ter meus pensamentos para realmente conversar. Deslocada por ser a diferente da roda. Deslocada por gostar de ser como eu sou...
Ia ser bom se, pra variar, por um dia, as pessoas cuidassem de tudo por mim.



►Mais algumas letras para a minha coleção.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Such a waste...

Os nervos se acalmaram. Desde então várias coisas me ocorreram. Projetos de posts que poderiam um dia ser livros. Cheguei à conclusão de que está na hora de rever alguns conceitos.
Ontem minha cabeça despencou. Cheguei em casa bêbada e liguei a TV, cheia de idéias e perturbações. Ao amanhecer não sabia de onde vinha a dor de cabeça: se da ressaca, se dos sonhos confusos, se dos problemas que cercam a minha mente ultimamente ou se foi o travesseiro.
Mas foi quando cheguei a um certo pensamento que as coisas realmente se acalmaram. Se bem que foi um pensamento que se formou gradualmente. O que eu busco não é ser como os outros, mas ser como eu mesma. Aí está a maior complicação.
Sinceramente, inveja é natural, acontece nas melhores famílias. Às vezes até gosto de sentir. Mas, às vezes, é pura perda de tempo.
E finalmente, só não escrevo mais três parágrafos para agradecer um dos meus mais chegados amigos porque, aparentemente, eu faço isso demais (agradecer aos mais chegados amigos). Por isso vou escrever só uma frase:
Digo-lhe mais uma vez tudo que disse ontem adicionando mais 15 minutos de abraço e thank-yous!
E agora... que tal virar uma página?



► Such a waste... to waste time worrying about wasting time.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Repeated pains

Other people’s lives go on...
The world is full without me. And the pain remains on the repeated thoughts about repeated pains…
I feel jealous, you know… that some people just go and live life. That people are not ashamed of being who they are. That people just let go…
Yeah… whatever.
How much of a neurotic am I? I save my time from complaining and wishing for a crazier life, for a change… just because I don’t see it coming anyway… I mean, even when I get close to it, I run away because I feel so insecure without patterns...
What a mess!
I’m done with knowing about things… ignorance doesn’t bother me this much… Lets just pretend I'm the center of the universe again... maybe someday someone will come to believe that too.



►They said I look like an American… they said I was pretty… so, this is good for the ego, isn’t it…?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Futurando...

Coisa engraçada essas comédias românticas que passam no telecine e você até assiste...
De certa forma me fazem pensar naquele meu lado romântico idealista eternamente frustrado que eu tento ignorar com tanta força.
Lembrei também desse ultimo domingo, quando eu, Lika e Diva discutíamos os prováveis futuros de todos os amigos mais próximos e inimigos mais chegados. Não sei bem por que, eu fiquei muito incomodada com o futuro que elas previram para mim. Provavelmente porque eu passo uma imagem muito submissa para as pessoas. Quem sabe porque eu tenha essa imagem de mim. Fiquei tão incomodada com essa impressão que fechei a cara na hora, disse que esperava provar o contrário e surpreende-las com o meu futuro. Elas acharam estranho eu dizer isso... me falaram que de todos os futuros que elas previram, o meu era o mais completo e que eu seria a mais feliz com a minha vida de nos três. Parei por uns segundos e me perguntei: como assim?
Bem, elas me previram casada e com filhos, morando em uma casa com dois ou três cachorros e levando a casa, a família, as contas, os cachorros, o(s) trabalho(s)... tudo nas costas. Não parece uma vida muito, mas muito ridícula? Me parece justamente a vida ideal para essa pessoa que eu luto diariamente para não ser... mas, como era de se esperar, acaba que é assim que eu sou... será?
Agora que me peguei pensando nas ideologias frustradas de minhas solitudes, voltei a pensar nesse futuro também.
O que será que vem por aí? Se é que algo vem vindo. Eu só me pergunto se é possível um dia me sentir como busquei me sentir a cada dia e a cada rosto e que, por motivos variados, só pude encontrar pelas metades.



►Sim e não... alguns pensamentos que nunca haviam se cruzado antes...

Felicidade escolhida.

Como sempre, é sobre a mudança de uma cor para a outra. A mudança vais estar sempre presente.
Além da dor nas pernas e na cabeça, e do tempo que gastei perdida em um bairro do qual nunca nem ouvi falar na vida, hoje foi melhor que ontem. Só posso esperar que eu consiga cultivar essa capacidade de fazer o dia seguinte ser melhor que o anterior.
Sou capaz, não sou só uma poeirinha no canto da sala. Afinal, as atenções estão em mim, quando eu consigo prendê-las. Não é fácil, mas é um bom exercício de teatro.
Essa é uma coisa que eu ainda vou custar para aprender de vez: estar no palco da minha própria vida, ao invés de estar na platéia, assistindo o tempo passar.

Estive pensando sobre o tipo de coisa que me atormenta nos momentos de silencio prolongado. Parece que reflexões de nível calouro não me entretêm tanto assim mais. Agora me prendo mais a problemas de existência individual e conflitos de consciência abandonada. Eu chamaria de uma época mais egocêntrica de pensamento.
As melodias agora são diferentes. Agora não é mais só o conjunto, mas os tons de cada passagem e os detalhes de cada instrumento. Agora não basta ouvir uma música. Não basta ler um livro ou assistir a um filme. Agora eu absorvo uma espécie de seiva das coisas, como se me alimentasse disso.
Isso me torna uma pessoa melhor, ou apenas com menor probabilidade de ser feliz?
Pois é, uma das coisas mais interessantes que já ouvi foi que quanto mais conhecimento acumulado, menor a probabilidade de uma pessoa ser feliz. O que é bem verdade. Principalmente porque os critérios para avaliar o mundo ficam tão mais afunilados... em outras palavras: Felicidade, uma questão de ignorância (será?).
Quem sabe as coisas não sejam tão radicais assim. Afinal, não basta mais ser feliz apenas sendo, sem pensar sobre os motivos e os caminhos. Acho que essa seria uma busca mais completa: a felicidade escolhida.



►Piano...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Tears dry on their own...?

Eu cantei até a cabeça doer. Eu fui tímida demais. Eu dancei, porém sentada. Eu dispensei atenção devido aos meus critérios elevados demais. Depois eu não me levantei, novamente. Fiquei paralisada, porque estava sozinha em minha vontade de me libertar e esquecer olhares.
Depois disso foi raiva mesmo. Por que ele pode? Por que eu não consigo? Por que mesmo quando não tem o maior dos pesos presente eu não consigo flutuar?
Ambiente errado? Pessoas erradas? Ocasião errada? E isso lá existe?
Claro que isso estragou a minha cara, estragou a animação, estragou tudo dali em diante, até o momento em que deitei minha cabeça no travesseiro que afunda como marshmallow (dessa vez não estava de bom humor para achar graça nisso).
De certa forma, me prometi fazer diferente na próxima vez.
O fato é que sou medrosa, cagona, chicken shit!
E esses joguinhos emocionais em todo canto...

A verdade é que a vida é um cansaço, uma bosta. Por que é que eu ainda acho ela tão florida? Ainda gosto dela, ainda sorrio no outro dia...



►He walks the way... the sun goes down… shalalala!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Colecionadora

Colecionamos coisas porque o sentimento de posse se assemelha ao sentimento de poder. Mas é tudo besteira. Afinal poder é uma coisa tão volúpia que acho que ninguém realmente o segurou nas mãos por mais que um instante iluminado. Afinal, colecionar lembranças não dá o poder de mudar o passado. Colecionar planos não dá o poder de influenciar o acaso. Colecionar amigos não dá o poder de mantê-los sempre por perto. E a mais irritante de todas: colecionar conhecimento não dá o poder de saber a resposta.
Mas o que fazer? Continuemos a colecionar, já que não sabemos fazer diferente. Eu pelo menos não sei. Colecionar pensamentos não me deu o poder de mudá-los.
Eu tenho um ódio saltitante que visita esporadicamente e, sejamos francos, ele sempre esteve ali, mesmo antes dos motivos atuais ou dos imediatamente anteriores. Mas como eu refleti nessa terça feira durante um longo almoço, tem um ponto na vida em que você começa a viver. Antes disso você era só um vegetal, tipo uma alga que se inclina com o movimento da água. Eu passei a viver quando eu tinha 16 anos, quase 17. Então contemos o tal ódio a partir daí.
Agora, nesse momento, não sei se o ódio ainda é da situação (o que é ridículo da minha parte, depois de meses), ou se é da minha inércia, ou limitado repertório comportamental. É que eu me sinto pra trás. Perdendo a corrida.
Acho engraçado como eu passei tanto tempo sem pensar nesse assunto. Eu estava atormentada demais com burocracias, (in)definições sobre o meu futuro, música e turbulências de outras vidas. Acho que a minha não esteve muito turbulenta... o problema é justamente esse marasmo.



►Até que um dia chegue e me prove o contrário.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Dor de Cabeça, O Retorno.

Eu odeio momentos como esse. Quando tudo que resta é cumprir com a obrigação ou cumprir uma promessa. Quando a realidade arromba a porta. Quando incômodos passados voltam com força total. Mais uma vez, eu te odeio por você não ser eu.
Não há quem vá ouvir esses pensamentos que carrego nesse momento. Faz parte daquela partezinha de nós que não mostramos, mas nem que John Lennon desça dos céus e componha um musical para o momento de revelação do segredo mortal. Vejam como minha imaginação dramática está fluindo! Sinal de que isso não é muito bom.
Pois é, eu preciso reviver os cinco anos que deixei passar batidos.
Eu preciso ir pro Rio... preciso viajar sozinha, só eu e mim.
E chega de luz do dia por hoje...



►Certo, certo, certo, certo... certo, certo, certo, oops.... errado! Certo, certo, certo, certo....

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Sobre o sentimento de estar viva.

Faltaram dois litros de chuva. Faltou uma palavra mais pesada. Faltou uma olhadinha para trás depois de me afastar uns dez metros. Faltaram dois quilos de desabafo. Faltaram mais cinco horas de verborréia.
Mas, apesar das faltas, eu somei quarenta quilômetros, meio prato de comida, um abraço inesperado e cinco quilos de confiança.
A matemática desse dia me alegrou.

Por que nunca sentimos as vísceras? Nunca percebemos sequer a existência delas a menos que algo muito absurdo aconteça: como uma montanha russa, um beijo ou a pergunta feita no momento errado. Ah, a pergunta feita no momento errado, como se houvesse momento para uma pergunta. Tive que deixar aquela para depois. Não estragou o almoço, mas porra! Acho que foi uma das coisas mais pesadas e, digamos, direto ao ponto frágil que eu nunca reparei que estava lá que já me perguntaram. Tinha que vir de psicólogo mesmo...

Sabe... adoro a forma como eu vejo o mundo de uma forma diferente quando estou com cada amigo. Eu entro num clima, absorvo a energia e tomo a lente emprestada. Como o mundo fica dançante e me dá uma vontade de rir de pessoas mal vestidas quando estou com o Cherem. Como a linha invisível feita de metáforas que dividia dura realidade e absurdo hilário quando andava por aí com o Fefs. Como a delícia que é sentir cada tipo de sentimento, como o sublime delight de me deparar com a melancolia quando estou com o Humberto. Como o nonsense e a gargalhada que brota da garganta quando estou com a Laila e a Diva. Como o mundo que parece se transformar em algodão à minha volta quando me encontro com o Theus. Como a vontade de gastar todas as energias disponíveis na minha bateria até simplesmente desmaiar quando vejo o João (que saudade dele!)


Lembranças vêm em um pacote junto com algo subjetivo indescritível que me lembra um espírito do momento, ou coisa parecida. Uma musica de Interpol tocando no meu fone agora me faz lembrar não só de momentos em que a ouvi, mas de um cheiro especifico, uma temperatura especifica, um, digamos, estado de espírito específico. Acho que é por essa sensação de voltar no tempo que eu sou tão fã da nostalgia.




►Seria filosofia? Seria relevante? Seriam algum dia grandiosos esses meus comentários sobre o sentimento de estar viva?

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Ao dia, à chuva, à ironia.

Eu sorrio por tão pouco... Tem dias que me pergunto se tenho motivos de verdade para isso. Acho que não ter motivo vira um motivo em si.
Há algum tempo, eu assisti um filme: Elizabethtown. De primeira não senti que ele foi grandes coisas. Não por ele em si, mas não sei, acho que não consegui encontrar a relevância no (e para o) momento. Então, nesse fim de semana, eu assisti de novo. Tem hora para tudo na vida... inclusive para assistir Elizabethtown!
Tem uma cena em que a Clair diz que a verdadeira grandeza é passar pelo fracasso e fazer todos se perguntarem por que você ainda está sorrindo.
E de que fracasso eu estou falando? Pois é... algo que me veio à cabeça.
Hoje foi um daqueles dias bem cheios. Claro, mais uma vez saí de casa cedo e passei o dia zaranzando por aí nessa cidade caótica. Acho que cada dia vai ser um daqui pra frente. Às vezes nem me reconheço nessas frases que solto no ar. Difícil acreditar em quão diferente eu sou hoje do que já fui um dia.
Um dia, feinho como todos os dias da última temporada (que fique claro que por feinho eu quero dizer insuportavelmente quente), você acorda por volta das oito e meia... claro que você fica ali deitado por mais alguns minutos. Poxa, é para isso que servem as férias! E agora? Vai ser mais um dia de inércia, ou dessa vez você vai realmente transformar o mundo?
Hoje foi mais um dia de inércia. Não estava criativa ou estimulada para grandes descobertas. Mas o mundo veio e me mudou um pouquinho...
Mando então um abraço especial para a Diva, para o Erick e a Raquel, para o Cherem e o Tomaz, para o Theus, para a Marcela e, curiosamente, para a irmã da Flor que brotou do nada usando uma blusa que eu reconheci muito bem.

Acho que ainda faltam duas decisões e um embasbaquecimento antes de ir para a cama... me pergunto de onde virão dessa vez.



►”Este é o ponto”... eis o embasbaquecimento!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Pronto... falei!

Sim, é possível deixar o tempo ir embora mesmo quando eu me cerco de armadilhas para que o que tem que ser feito o seja. Principalmente quando se tem música por perto.
Acabei de ler uma crítica sobre o show da Alanis no last.fm. Revivi a coisa toda. Em especial o momento em que Everything começou, e eu me vi de fora: alguém em transe, berrando a letra de olhos fechados.
Eu resolvi definitivamente a questão da minha matrícula. Excluí duas matérias que eu quero MUITO fazer e incluí duas que não me interessam tanto. Pensando racionalmente eu cheguei a me perguntas: are you crazy, bitch?
Pois é... essas escolhas. Era sobre elas que eu estava falando no post de ontem, by the way. Acho que esse peso ainda vai me seguir por alguns bons meses. Até que eu me sinta confortável com o fato ou esqueça essa sensação de estar desperdiçando seis meses conscientemente. Por que desperdiçando? Bem, vamos lá: eu sempre tive uma fome com essa faculdade. Comer a maior quantidade de créditos e, conseqüentemente, de conhecimento o possível. Cara, eu sou apaixonada pelo meu curso. Isso aqui é lindo até nas rachaduras que eu critico enfaticamente. De repente eu me arranjo um emprego que, não adianta fingir ou tentar me convencer, não é o que eu vou fazer pro resto da vida, não está construindo um caminho concreto e, para completar, está me impedindo de cursar duas matérias que eu quero MUITO MESMO fazer. Daí vem a grande pergunta: o que é que eu vou fazer pro resto da minha vida? Tentar ter clínica carregando comigo toda essa insegurança? Ser uma pesquisadora e ir me matando continuamente até chegar finalmente no doutorado, enquanto isso me pendurando no contracheque da minha mãe? Construir alguma reputação dentro do Greenwich, sobreviver um bom tempo com meia merreca no bolso e, quem sabe, conseguir um emprego em algum outro curso de inglês e me ver oficialmente uma professora de inglês que nem nunca pensou em cursar letras? E que tal largar tudo pro ar e ir fazer belas artes, como era o plano por volta do sexto mês de 2005? E sobre aquele restaurante que eu tanto sonho em ter? Mais longe ainda!
É por exatamente isso que eu estou me sentindo tão mal ultimamente. Cadê o meu caminho? Comecei a sentir que saí dele e que nem estou fazendo nada para construir algum. Eu até cheguei em uma conclusão não muito tranqüilizadora: que esse semestre é um semestre de experimentação e, se não der certo, eu mudo de direção.
De onde saiu esse desespero? De repente eu decidi que queria construir a minha própria vida e me ver sozinha, sem mãe ou qualquer família de background, sem depender de nada, seja o que for. Eu, tão paciente como diz a minha fama, me percebo sem paciência para ver a minha história se formar aos poucos. Eu quero logo e pra ontem... é o cansaço de viver nesse carrossel que é a minha vida de indefinições e passividades.



►E até hoje ninguém teve a brilhante idéia de levantar o traseiro gordo e apagar aquele quadradinho no quadro que ninguém usa.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Twisted

É quando você abre o bauzinho dos sentimentos mais escondidos para mostrar para um amigo que a ficha cai: como eu fui ficar tão perdida assim, depois de tudo que me aconteceu ano passado? Parece até que foi em vão passar pelos seis meses mais sofridos de todos os tempos. E para onde foi aquela imagem que eu criei? Para onde foi a linha que eu desenhei? E pensar que bastou um e-mail respondido para a minha cabeça virar de cabeça para baixo.
É claro... mas é óbvio que eu não vou parar por aqui. Pisei na ponte, agora vou atravessar o rio e não paro até chegar na outra margem, mesmo que essa margem seja aquela famosa terceira de Guimarães Rosa.
Meus dias continuam tentando me ensinar coisas que eu nem queria saber. Que estou só, que crescer significa carregar o peso quase insuportável sozinha e que reclamar é privilégio dos que podem pagar terapia. Que espécie de adulta é essa que choraminga a cada nova dificuldade? Arrumem mais serviço pra ela para ela ver o que é ter motivo para reclamar de verdade!
Há alguns meses eu reclamaria por estar sozinha, sem namorado por perto o tempo todo. Quer saber, o que eu quero mesmo agora é um amigo... O amigo. Simplesmente alguém que me faça sentir acompanhada no mundo.
Vontade de sentar em uma mesa em um ambiente ventilado, pedir uma cerveja e ouvir música de todo tipo até perceber que o tempo passou mais rápido que devia. Encontrar com o Cherem tem sido algo assim.
Esperanças? De que eu consiga arrumar a minha matrícula para que eu possa sentir que estou me dedicando à minha formação de novo; que eu aprenda a ser uma professora que preste, para que eu sinta que eu presto para as coisas; que eu consiga aquela bolsa, para que eu possa bancar a minha vida de poucos gastos e nada de compras no meio da semana sem ficar pressionando mais ainda a minha mãe; que algum dia eu sinta alguma segurança quanto ao meu futuro, sem essas perguntas sobre o que estou fazendo e se estou fazendo certo... se isso vai dar em alguma coisa... se algum dia vou poder me ver morando em meu apartamento, com meu carro zero, com minha filha crescendo, ganhando o suficiente para olhar uma blusa na vitrine e levar ela para casa, tendo uma vida cultural e social bem cheia e ter, finalmente, orgulho de ser quem eu sou.



►A eu mais complexa até agora: a ruiva.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Atormentada

Fiquei sozinha em casa. Todos se foram sob a chuva e cá estou eu com as notas musicais e o cheiro do penne ao molho branco que estou preparando e o gosto da água na boca.
Sob a desculpa de trabalhar, já posso me ver desperdiçando o tempo com trivialidades em pensamento. Parece que faz tanto tempo que parei pela última vez para pensar sobre o meu estado de humor. Então hoje eu me irritei além da conta porque meu avô não atendia a porta, simplesmente porque ele não consegue ouvir a campainha ou o telefone.
Às vezes fica difícil definir se esse é o ponto mudança radical na vida ou apenas mais um dia como qualquer outro. Se é o fim, se é o começo, ou se será sempre o meio...
Sentimento de competição por uma coisa que eu já tenho? Falta saber se eu realmente acredito ter isso... ou quem sabe descobrir se é exatamente isso que eu estou querendo ter. Eu sei que agora é diferente, mas eu ainda não gosto dessa necessidade constante. Eu quero não querer nada. Onde estou eu no meio desse mar de coisas e frases e rostos e cheiros e temperaturas e elementos químicos?
Minha aparência está aquém, meus ombros estão trocando de pele, meus ouvidos acham que ainda é pouco, meus olhos sentem saudades e minha garganta espera pelo momento da explosão. Eu sou a inquietação de Jack!



►Nowhere you can find me.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

One hand in my pocket

O show da Alanis não foi apenas bom. Não apenas por ela ser incrível. Não apenas por ela.
Também por ela.
Mas tem alguma coisa na energia que flutua sobre as cabeças em um show que me faz sentir esmagada e abraçada e sozinha e acompanhada por um mundo inteiro. Só o fato de eu gritar as letras até não ter mais força nas pernas... só a ironia que é isso: as letras perfeitas, aquelas que arrumam um jeitinho de entrar sorrateiras pelas suas defesas e jogar na sua cara tudo de uma vez... pessoas, lugares, momentos, sentimentos dos mais podres aos mais leves. Saí de lá me sentindo limpa de mim.
Eu ia dizer que esse foi o segundo show da minha vida... mas reformulei essa idéia. Foi O show da minha vida até então. Eu nunca estive tão envolvida nessa coisa toda que acabei de descrever como estive ontem.
Eu dividi esse momento com a pessoa certa, de todas as formas e por todos os motivos, graças àquela consciência sarcástica que comanda nossas vidas (pois não acredito em destino).
Obrigada!



►And the other one is giving a Hi 5

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

I'm "legal"...

It might have been the wrong thing to do...
It might be weird tomorrow.
Maybe things will be awful. Maybe I will find myself better then I thought.
But for now I shall just wait… patience is leaving me alone with anxiety lately. I think it’s mad with me, or something.
What if I stay alone in that huge crowd, me and the center. Why don’t I feel just ok about it? Why am I so scared of someone?

About the class… it was nice. Lost my fear of being disliked. Now I have to get used to it. To that weird feeling of being tested.

A few moments ago I was feeling so well and complete… I guess it all changed when I realized there are these uncertain things floating above my head.

Know what? To hell with that! It’s done, it’s started, it’s running by itself now. And if I have to sing alone, so be it! If I can act out in some situations, I can do that in all of them right? So bring me tomorrow, and if it is shitty, at least I’ll have memories.



►I like being “legal”…