quarta-feira, 24 de março de 2010

Bitolada

Uma coisa aprendida sobre mim: eu sou de me bitolar esporadicamente! Quem sabe seja devido a isso que eu decoro filmes inteiros e ainda sei recitar cenas completas de Monty Python and The Holy Grail com quase seis meses sem assistir o bendito filme. Atualmente estou bitolada em Franz Ferdinand. Deve ser por raiva de não ter ido a nenhum dos quatro shows que eles deram aqui no Brasil (o último foi ontem em São Paulo). Por dois motivos: não posso ignorar o trabalho e não consegui substituição e, o mais significativo, eu não tenho dinheiro para viajar! Ei até fiz as contas para ir no show do Rio na sexta, mas realmente não ia ter condições financeiras e no sábado ia ter que estar aqui inteira e bonita para dar aula às nove da manhã. Meu consolo é que eles aparentemente adoram esse país de fim de mundo aqui e não devem demorar muito para voltar. Se eu tiver sorte, quem sabe antes disso vou ter a chance de ver eles lá na Inglaterra/ qualquer lugar no Reino Unido.

Hoje tem supervisão da Claudia (treme). Essa mulher é um capeta vilarinho, já diria minha irmã. Sou fã dela!

Estou decorando o meu quarto novo. Finalmente privacidade total e um espaço que é somente e apenas MEU! Acho que ele vai ter um clima meio florestal going on... haha

Lendo um livro muito legal: The Time Travellers Wife. O que inspirou aquele filme meio cheesy. O livro é muito melhor, sem comparação. Acho que gosto tanto desse livro porque ele é incrivelmente confuso. E de forma alguma ele é meloso. Ao contrário do filme, o livro se debruça mais sobre a questão filosófica da vida louca do cara do que no romance entre ele a mulher.

Assisti Shutter Island e achei FENOMENAL! Direção, roteiro, atuações e tudo mais! Êita filme do Carlisle! Também vi Remember Me, que tem uma estória bem legal, gostei mesmo, mas como sempre, não se pode esperar grandes coisas da atuação de Robert Pattison...

No trabalho está tudo tão cansativo como sempre esteve. Mas tenho feitos amizades bacanas lá, com esse pessoal novo que começou a trabalhar lá nesse semestre! A Meghie é uma descoberta! Pessoa ótima com um ÓTIMO gosto musical (e uma capacidade incrível de me fazer inveja quando me contou que conheceu os caras do Franz Ferdinand pessoalmente ¬¬).

Eu comigo mesma... well... não muito a dizer, porque não muito tem acontecido. Acho que tenho fugido desse assunto. Meu clima terapêutico está em baixa nesse ultimo mês.



►Of everything I feel, I feel we’ve already been here...

quarta-feira, 17 de março de 2010

Dia ruim...

(Foto: Doug, meu novo filhote de Golden Retriever que odeia ESQUILO)






Uma coisa é não fazer alguma coisa ou apenas sentar e ficar esperando o tempo passar por ter medo de não ser capaz. Outra completamente diferente é ter que ficar de pé enquanto te provam que você realmente não é capaz e manter a poker face.

Hoje me provaram de verias formas que eu não sei o que estou fazendo e eu vi como é frágil isso tudo. As minhas escolhas e tals. Ao contrário do que já ouvi antes de pessoas que são suspeitas para falar, eu não sou assim tão boa em tudo que eu tento.

Depois da aula da Claudia eu comentei com o Igorinho: eu queria estar no ponto em que a Claudia está agora. Eu sei que ela também já sentiu essa insegurança e já também não soube como lidar com uma situação dessas (para melhor esclarecer: a Claudia, minha orientadora de estágio, pede para que nós simulemos na frente da turma uma situação de primeira sessão de terapia para depois refletirmos sobre o que está certo, errado, bacana e horrível na forma como lidamos com a situação).

Enfim, sobre as minhas inseguranças confirmadas hoje sobre ser psicóloga e se eu estou preparada para isso ou não (e pelo jeito é não), eu sei que é algo que eu posso trabalhar agora que eu sei no que não tenho segurança e como fazer para tê-la... mas chega a noite e me vêm os problemas de disciplina dos alunos e problemas e mais problemas. No fim das contas a mãe de uma aluna foi reclamar no Greenwich querendo conversar comigo para pedir satisfação sobre o que aconteceu. Não tiro razão da mãe... essas coisas acontecem. Mas não deixo de pensar que eu poderia ter evitado isso se eu não fosse tão mole. Eu não consigo ter autoridade. Nem quando se trata de mim mesma e da minha própria vida, como é que vou ter autoridade diante de um bando de adolescentes doidos para me desafiar?

Sai do trabalho derrubada, triste... sem vontade mais de voltar lá. Dor de cabeça... de mau humor.

É uma ironia escutar os casos na supervisão... por que o mundo está a fim de falar de mim ultimamente?

Já tem duas semanas que não vou na terapia. O resultado disso, mais um dia deveras difícil de aturar: acabei chorando lá no Greenwich depois da aula. Deixei a Taty e a Ju preocupadas quando me viram assim. A Taty foi fofíssima comigo, by the way, tentando me acalmar e tudo.

Ai ai.... esse texto vai sem boas perspectivas. Vou para a cama hoje num clima sombrio de “não quero mais um dia para ter que resolver”. Eu quero mergulhar no meu livro e nunca mais sair dele. Eu quero ser o Doug.



►Boa noite para quem vai ter uma...

sábado, 6 de março de 2010

Minhas "espiritualidades", ou algum esboço disso.



(Foto: Amanda Palmer. A mulher por quem eu me apaixonaria)


Tem algumas pessoas bem fofinhas na minha vida. Que dá vontade de abraçar, botar num potinho e alimentar com algodão doce. A Florzinha é uma delas. Outra é a Amanda. Sim, a Amanda Palmer. Depois que fiz um Twitter e estou seguindo ela tenho uma sensação tão estranha de que ela é uma pessoa de verdade...

Parece idiota isso que disse, mas o estranho mesmo é a impressão que tenho de que as pessoas não existem de verdade. Isso vem das minhas crises existenciais provocadas por ler O Mundo de Sofia quando tinha quinze anos. Durante bastante tempo tive sérias dúvidas sobre a existência de pessoas, das coisas que eu via todo dia, do tempo... de mim mesma. Mas eu tive alguns momentos bem cartesianos e fui obrigada a concordar que, pelo menos em matéria de consciência, eu existo. Tudo se complicou mais ainda quando eu “cresci” e fui estudar psicologia.

Daí hoje, enquanto esperava meus alunos chegarem para começarmos a aula, eu estava conversando com a Soraia, faxineira do Greenwich, e não sei por que eu sempre acabo chegando em assuntos religiosos nessas situações. Mais estranho ainda devido ao fato de eu tentar ao Maximo evitar esse tipo de conversa uma vez que as pessoas quase entram em choque quando ficam sabendo que eu não tenho religião, tão pouco acredito na existência (ou não existência) de deus. Enfim, nessa conversa acabei descobrindo que ela é cardecista e eu achei isso bem bacana, porque se eu algum dia fosse acreditar em alguma coisa, eu ia gostar muito de ser capaz de acreditar no espiritismo. Foi esse pensamento, justamente, que me fez sentir um frio na barriga. E se não existir nada de espírito ou sei lá?

Foi quando ela me perguntou se eu já tomei uma anestesia geral. Diz ela “se morrer for assim, então tá ótimo porque a gente não sente nada”. E eu fui obrigada a pensar que morrer deve ser assim mesmo! Quando sua consciência é apagada. Se faltar oxigênio no cérebro, o que acontece? Você desmaia. E a sensação é bem parecida. NADA. Você acorda depois como se não houvesse tempo. É esse nada que me dá vertigem. E se a minha consciência for simplesmente um padrão de conexões cerebrais que me fazem crer que sou quem sou e quando meu cérebro morrer então não vai haver mais nada... nem tempo..............................

Eu sempre chego nesse ponto. E é nele que eu paro. É por isso que eu tenho medo de morrer. Porque eu não sei ter religião ou fé. Eu só sei imaginar possibilidades.

Mas então eu percebi que eu tenho, não fé, mas esperança. De que essa estória toda de espírito seja verdade mesmo.

Nossa... comecei pensando nas pessoas fofinhas, na Flor e na Amanda... acabei chegando em revoluções espirituais.

Será que eu estou caminhando? Será que dá pra perceber de fora? Eu sei que minha vida mudou, mas como já diria a própria Amanda em “Good Day”: “I’d like to do more than survive, I’de like to rub it in your face.”



►And I’ve got some faces to rub it in, for sure!