quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Fome de dor e verdade


Estaria eu com fome? Agora, à exata meia noite. Depois de um dia irritante. Depois de enrolar algumas pessoas para não perder o costume. Agora que tudo virou silêncio e eu já não quero mais devanear pelos meus devaneios. Será que isso é mesmo fome? Ou seria a fúria? A falta de coisa alguma. Aquela incoerência que explodia na minha cara hoje mais cedo. A fuga da adaptação como forma de tentar ser aceita pelo mundo. A contradição inerente à existência...? A busca pela ignorância que nos protege da dor e da verdade. Ou pode também ser sede. Acho que tem água por aqui, em algum lugar. Na verdade queria mesmo é um rosto. Não é qualquer rosto. É um específico. Mas queria também as coisas que estão ligadas ao rosto. Acho que só um rosto não seria lá tão interessante. É... capaz de ser fome mesmo.



► I’m ignorant still...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dispersão não sistemática


"Retroflexão

O quarto mecanismo neurótico é a retroflexão, que significa voltar-se de forma ríspida contra. As pessoa retroflexoras voltam-se contra si mesmas e, ao invés de dirigir suas energias para mudança e manipulação de seu ambiente, dirigem essas energias para si próprios. Dividem-se e tornam-se sujeito e objeto de todas suas ações e passam a ser o alvo de seu comportamento.

(Um dos mecanismos de defesa neurótica segundo a Gestalt-terapia)


A vida anda mudada, mas eu ainda sou essa aí. Retroflexora assumida.

Quero pra ontem coisas que estão demorando demais, mas não sei tomar as rédeas disso e simplesmente dizer o que tenho sentido. Não quero me esforçar por algo que está se revelando nada a ver comigo, mas eu fiz um compromisso. Cobro demais de mim mesma coisas que na verdade ninguém deveria resolver sozinho. E assim vou seguindo, convertando tudo que deveria estar canalizando para mim mesma. Não é a toa que quando chega aquela época do semestre em que tudo fica complicado eu começo a somatizar. Meu corpo mesmo não consegue sustentar tanta pressão.

Mas coisas boas têm acontecido. Tenho me apaixonado a cada dia pelas pessoas. Há algumas deveras especiais por aí!

Uma professora, supervisora de estágio. Foda no que faz, experiente, linda de coração, calorosa, extremamente humana sem deixar de ser profissional.

Um aluno. Maduro além da idade, inteligente, parece alheio a esse mundo maluco onde os adolescentes vivem ultimamente.

Uma nova colega de trabalho. Alegre, fala muito rápido, me lembra a Amanda Palmer. Não pela aparência, mas pelo jeito de falar, pelas expressões faciais e pela sensação que me passa de “fuck it, I’m happy”!

Um novo amigo. Se parece comigo em quase tudo, mas difere em pontos cruciais. Uma pessoa de opinião forte e com vontade.

Eu destaco as pessoas do fundo sempre pelo mesmo motivo. Percebi essa constante: identificação. É como se sentisse uma corda de energia me conectando às pessoas e essa corda é feita muitas vezes de semelhanças. Quando me enxergo em alguém, eu me apaixono. Narcisismo?

Estou falando sem rumo? Acho que sim né? Eu tendo a fazer isso. Estou com a imagem dessas pessoas pairando na minha mente. Tem mais imagens de outras pessoas, várias pessoas...

Bem, aqui estou eu, não dormindo. Pensando em como inspiração não é pra qualquer hora. E como agora é um momento ótimo para não ser criativa ou poética.

Gosto de ter de vez em quando um dia para não ligar a mínima. Para desligar o celular e esquecer qualquer coisa por algumas horas. Podem não ser horas longas, mas são cruciais. Acho que vou agora para aquela outra dimensão onde tempo não existe.



Tricky concept...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

E aí...?

“Quer um conselho, amiga? Parte por ataque que a coisa fica boa!”

Não pude evitar de rir dessa frase que um grande amigo soltou durante uma animada conversa por telefone. Mas também, conversa animada é sempre... até falando de, sei lá... como a vida é uma merda. Porque às vezes ela é mesmo...

Ultimamente, porém, as coisas estão tão... frescas e interessantes que parece que estou com um novo espírito. Até nas minhas inseguranças tenho estado de bom humor.

A faculdade está indo bem, apesar de aquele povo do colegiado me amar tanto que não querem que eu me forme e saia pelo mundo caçando a minha vida. Estou sentindo aquela empolgação meio hiperativa quando entro na sala para uma aula interessante. Nesta semana alguns dos melhores momentos foram quando estava lendo os textos indicados pelos professores para discussão em sala. Claro que ao mesmo tempo já bate um embasbaquecimento junto com a nostalgia antecipada. Cara, estou quase formando... e agora? Mas já foram cinco anos??? E as pessoas... vou sentir saudade disso aqui...

E eu tenho planos... não que eles sejam algo definitivo, essa nem é a intenção. Mas eu sempre soube bem que gosto da segurança de saber que quero alguma coisa concreta da minha vida. Por mais que na prática eu muito provavelmente não vá seguir isso, ou até vá, mas desista no meio do caminho.

Outra coisa recorrente nos últimos dias: tenho estado mais crítica que o normal. Isso é divertido, mas admito que eu mesma me irritei com isso há pouco tempo. Foi algo como “mas que saco, para de reclamar, carlisle!”. Por isso tenho me identificado até com um certo jeito de falar, mais incisivo... ou será canino... pré-molar?

Esse semestre promete coisas boas... e desafios... daqueles bem grandes. E, pra variar um pouco, acho que vou tentar dar um aproach mais radical às coisas. Como a questão do dinheiro, sempre um problema para mim. Eu simplesmente não o gasto mais! Mas claro, preciso economizar para conseguir ir a São Paulo em novembro para o Planeta Terra (pausa para empolgação histérica... ok, podemos continuar) e tenho que pagar algumas dívidas que ainda me faltam. Mas não vamos colocar o carro na frente dos bois. Primeiro de tudo é vestir a cara de pau e, como diria meu querido amigo, partir pro ataque!

Mas e naquele outro campo? Aquele evitado ou até apagado nos últimos tempos? Bem, está tudo tão blé... de duas uma, e estou tendenciando para a segunda. Mas veremos... taí mais uma grande chance para a famosa cara de pau.

Enquanto isso, no lustre do castelo, continuo por aqui, alimentando meu arsenal de cultura inútil e diversão improdutiva! Hasta!



E por onde será que anda toda aquela gente do meu passado?

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Niilismo miguxo... ou será que não?

Presa em uma espécie de situação não-sei-que-merda-faço-agora. Encurralada entre uma série de medos e inseguranças e vontades e dúvidas sobre as tais vontades. Afinal, o que seria a vida se não isso aí? Mas a ironia é uma beleza...

É algo que estava discutindo com uma amiga hoje mais cedo. Não existe um universo inteligente, com intencionalidade que planeja coisas ou que sequer se vinga ou demonstra carinho para com alguém (sim, estou falando que deus não existe... mas isso é só uma herege qualquer expressando suas opiniões altamente irrelevantes... why bother?) . bem, sou adepta do acaso. E sou adepta de algo bem grande... tão grande que não conseguimos conceber. Se algum dia conseguirmos tal proeza, já diria Douglas Adams, o universo será automaticamente substituído por algo ainda mais grandioso e complexo.

Mas eis aí meu argumento. Se é intencional ou ocasional, não faz a menor diferença. O fato é que passo anos em busca de algo que, quando encontro, quase que instantaneamente (se formos fazer uma comparação de dias com a idade do universo, digo) puff... não, não o ursinho... o barulho que algo faz quando implode no ar. Puff... já era. Ou será que já? Ainda estou esperando. Em comparação com a idade do universo, o que é esperar alguns dias, não é? Mas não me peça para esperar mais que alguns... também não sou paciente assim. E vamos encarar os fatos, não gosto e não sei como lidar com a frustração dos desejos até bem conscientes...

Hoje estou me sentindo num clima meio revolts ironizado. Pelo menos a energia vital está em alta. Nada como falar mal de algo que te incomoda em alto e bom tom. Também nada como amigos... não aqueles que riem com você... aqueles também, mas mais importante ainda, aqueles que riem de você quando você está na merda e que, por alguma razão oculta e mística inacessível até a deus, seja lá quem esse tal de deus seja, você ainda o ama e pode chegar a amá-lo ainda mais por justamente.... isso... tudo isso sabe? Essa coisa toda que estamos fazendo aqui nessa dimensão espacial física onde energias colidem e se atraem e disso extraímos sensações subjetivas bem... humanas...

É, quarta-feira é um bom dia.


Broxante...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Já acabou?

Às vezes eu sinto muito, mas sou convencional, tenho planos clichês, sou apegada às coisas, me envolvo com as pessoas e eventos da minha vida de forma retorcida, tenho expectativas, sou dramática, me desespero, como demais, sou vagabunda quando o assunto não me interessa, cobro demais de mim mesma, sou exibida naquilo que penso ser minha qualidade apenas para ganhar elogios, me acho inteligente demais, deixo planos de lado, não tenho coragem para fazer o que realmente quero.

Em um momento de hipotética frustração, vejo todas essas coisas aflorando ao mesmo tempo. Algo mais que tenho é o péssimo hábito de investir esperanças demais em minhas fantasias. É tanta fuga da realidade que ela me desestabiliza.

Tem dias em que tenho pressa. Quero tudo para antes de ontem. Vivo demais na expectativa do futuro.

É difícil quando percebo que não vivo o que eu acredito. Que sou torta, que defendo na fala algo que não demonstro na ação. E se fosse fácil, acho que nem esse blog existiria. Eu provavelmente não seria quem eu sou.

Fico me perguntando então, quem seria eu? Se eu tivesse passado na prova do CEFET quando tinha 14 anos... se não tivesse me paralisado pelo medo quando me apaixonei pela primeira vez, se tivesse dito sim naquele dia... se não tivesse trocado de vida em primeiro lugar.

Quando eu era bem pequena (eu não me lembro disso, tinha apenas três anos de idade, mas minha mãe me conta essa estória desde quando posso me lembrar), num belo dia de sei lá qual estação, eu estava brincando pelo terreiro quando minha mãe me perguntou “Paula, por que você demorou tanto para vir?” (desde que meu irmão tinha nascido, meus pais tentaram engravidar por cinco anos até eu finalmente aparecer). E eu respondi com aquela típica expressão de tédio das crianças, como que dizendo “que pergunta idiota...”: “é porque antes de vir eu fui para outra mãe, mas não deu certo. Só que agora não vou mais trocar de mãe.”

Essa estória é uma das coisas que sempre colocaram minhoquinhas na minha cabeça.

Estou falando livremente... sem saber onde vou chegar. É mais ou menos assim que levo as coisas. Acho que estou sempre improvisando, mas esse não é o problema. Não faço isso sem sempre me preocupar com as terríveis conseqüências de não ter um plano. De não já estar no meu caminho. Acho que eu deveria levar a vida mais como levo um desenho. Ou como levo um texto. No futuro é quando posso realmente observar a beleza daquele momento.

Mas por que não posso ir além? Por que não posso apreciar a beleza enquanto estou vivendo nela, dela... ela?


Algo que escrevi em um momento que passou:

"Muito bom estar aqui com você. Ali vai a nuvem que nos trouxe a existir. Ali vai o sol. Ali se vai noite afora adentrando meu cansaço. A luz se faz em relâmpago agora. Agora tudo é som. Esqueci de flutuar por alguns anos, mas agora, tudo é bom. A vida me enganou quando me encarnou. Não sou de carne e osso, sou de gente, sou de cor. Somos mais um espaço em calor. O que nos torna dois, já não sei. Sei que não somos ao outro o que o outro espera. Não somos a nós mesmos espera do outro. Somos dois. E a luz que vem põe um fim ao intervalo que criamos. Acabou o recreio. Chegou o dia que vem. E parece que o mundo voltou ao normal. Te vejo no próximo hiato. Até lá, guardo palavras."



►E agora? De volta ao zero?

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

We may... or may not...

It’s been a while.

Since I became mortal, since the world came to be.

Since I’ve been in love. Since things were so damn complicated.

Now I see myself sitting, waiting. For something exciting. But somehow I feel like the excitement is actually on the waiting.

Now I start having these thoughts.

Growing is kinda hard.

But in some way, I enjoy this. Being uncertain. Expecting. Taking a chance at something.

It’s been a while now…

Could you come? Have a sit or whatever… I’d sure like the company. Or maybe I want more than that. But what do I actually want here?

I feel connected somehow. I feel something else.

I want to… I don’t know, have… be… see… know.

Are you still with me?

At all?

Could you just… verb?

Being alive is a lonely condition. We lonely stay together... it’s all part of existence, anyway.

Headache today…

Sometimes I just don’t want to make sense. I don’t always have to connect the strings!

And for now, I’m happy not being anyone.

I could say I’m a feeling… that something may… or may not… happen today!



►Do I sound like a crazy person to you...? oh well... things are the way they are!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Apenas sinto

O todo é maior que a soma das partes.

Eu sinto saudades,

E falta.

Como juntar um mais um para formar uma pessoa?

Medo... de que tudo acabe em zero. Fujo do nada como de algo concreto.

Quero que me ames de vez em quando. Não precisa ser o tempo todo.

Poderia fazer tudo tão melhor...

Tenho vontade de gritar ao mundo, do mundo, pelo mundo, como mundo... sem ele.

Quero ser mais, mas não sou algo todo, algo tudo.

Há emoções flutuando ao meu redor.

Não tenho fronteiras. Convido-te a entrar quando não te quero dentro.

E quando quero... já não sei como convidar.

Queria a mim antes de tudo. Queria ser o espelho de mim mesma.

Conceitos...

Para que me provar digna?

.......................

Olha! Adoro aquele ator!



►pandemônio...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Quem sabe....

Atualizar é como pegar algo que sempre esteve ali e olhar de um jeito diferente. Acho que é isso que sempre fiz. Acaba que sou sempre a mesma diferentemente sendo.

Há tempos não sentia essa quase insegurança... o que estou dizendo? Total insegurança! Esse friozinho na barriga. Algo como expectativa.

É claro que a vida continuar uma chatice total! Se assim não fosse, não seria. Digo pela rotina: algo forçado em nós e que não faz o menor sentido, com o qual perdemos a humanidade, mas sem o qual perdemos a condição de sermos humanos uns para com os outros. Algo como segurança.

Apesar de pensar sobre as coisas e tentar escrever sobre os pensamentos, acabo descobrindo de vez em quando que não penso no essencial. Não atribuo sentido a essa cascata de fatos. Acho que fenomenologiso pouco os meus dias.

O sono se foi... as coisas estão dando certo demais para eu dormir. Amanhã, obviamente, as coisas darão muito errado como conseqüência desse fato, mas.... a vida é assim. E quanto menos rotina, mais e menos humana me torno... lembre-se sempre que quanto mais queijo, menos queijo!


►And now....?