sábado, 31 de janeiro de 2009

Quando eu penso...

I. De repente eu me senti mal. Não tem nada a ver com o filme de conteúdo pesado... não tem nada a ver com as caras não muito bem humoradas. Bem, começou com aquela rua esburacada e escura. Eu dirigindo o mais rápido que conseguia e me esquecendo dos quebra-molas e do fato de que Contagem é um grande buraco com algumas ruas passando por ele. Nunca fiquei tão tensa dirigindo. Tem também o calor. Tem também a repentina solidão do início da noite. Quando não há mais estímulos para distrair os pensamentos daqueles caminhos magnéticos.

II. Semana que vem tudo vai mudar. Eu vou assumir de verdade a responsabilidade pela escolha que fiz, pensando e repensando nas tais responsabilidades, mas ainda não senti na pele o que isso vai significar. Começo a achar difícil pensar em planos futuros e em definir coisas. Como é que vu saber se estou assumindo uma profissão que ainda não sei se é a que quero seguir e aquela que eu sei, ou acredito saber, que quero seguir é tão distante que chego a desacreditar nela.

III. Aquele show foi um dos melhores. É engraçado como eu não realmente acredito que as pessoas existem até eu as encontrar a dois metros de distância e poder enxergar o brilho em seus olhos. É pura transferência. O centro do mundo foi aquela pessoa durante uma hora. Poderia ter durado mais...

IV. Então veio a Ângela pedindo satisfações sobre o trabalho que ignorei totalmente desde o fim das aulas. Afinal... para onde estou apontando? E o que é que eu espero encontrar lá?

V. E ontem? Percebi uma coisa e não foi agradável. Sabe aquela verdade que você já sabe, mas de repente você a sente? É como cair de bunda na areia quente que antes só incomodava o calcanhar. Tem uma coisa no mundo que me apareceu e eu peguei no colo. Eu criei tantas e tantas estórias sobre essa coisa. E eu gostava tanto das estórias que, bem, a coisa em si já não era apenas ela mesma. Mas então é inevitável a desilusão de aceitar (e finalmente sentir) que as estórias fui eu que inventei, para me fazer sentir melhor, para distrair, para dar sentido a alguma coisa, que seja.

VI. Senti um peso no peito... alguém machucou alguém que eu amo. O pior é que foi o acaso. Ou, segundo a minha religião, Murphy.

VII. Eu queria mudar o mundo... mas às vezes eu sei que ele está melhor correndo louco assim. Ah, como me sinto pequena. Perdi as forças por um momento para me esticar no chão e observar o caos acima de mim. Pois é, ainda não tem ninguém deitado do meu lado para segurar a minha mão.

VIII. Esse lugar é tão familiar... quem sabe porque é o meu quarto. Eu sei a história de cada coisinha que está aqui dentro. E se não sei, posso jogar a culpa na Laila.

IX. Sabe... não é sobre o quarto, ou sobre o emprego, ou sobre o acaso. Não é sobre nada. Só é sobre o ar que acabo de inspirar. É sobre a sensação de ser vento. É sobre tudo que eu penso. Bem, não consigo mais pensar... ficou grande demais.



►X. Ficou grande demais.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Algum ponto entre o início e o fim.

Brigando por motivos estúpidos... e percebendo a solidão que há em uma opinião. A solidão que há em um condicionamento. Pois é, mesmo ambiente e, ainda assim, pessoas podem pensar de jeitos completamente diferentes. Isso pode ser culpa da astrologia.
Mas quer saber? Isso não vai se transformar em mais um motivo para preocupações infundadas. Me bastam as minhas de costume. Então que se dane, porque eu sei que amanhã, por volta das 17:30, o mundo será outro. E olha que nada de muito especial vai me acontecer. Pelo que eu sei, nenhum meteoro vai colidir com a Terra e nenhuma baleia vai cruzar o meu caminho perguntando casualmente para onde fica o palácio das artes. Portanto, a não ser que a Fátima Bernardes apareça loira estilo Gwen Stefany, amanhã deve ser um dia bem normal.
Como eu adoro essas pausas para pensar além do comum entre os mortais e viajar na batatinha, estive experimentando alguns sabores de conceitos. Alguns bem amargos, inclusive. Mas hoje encontrei alguns conceitos cítricos passeando em meio às letras de músicas.
Então me vêm o conceito de um vinho envelhecido e os temperos bem calculados. Ah, como aquele pato confitado com peras ao perfume de mel estava perfeito com aquele Malbec argentino super hiper mega extra seco! Adoro passar meu tempo pensando no restaurante que um dia ainda vou ter. Como eu adoro essa arte de provocar orgasmos através da língua. Oh meu deus, como serei gorda!

►Ansiosa, temerosa, alarmada, relaxada, receosa, aquecida, esfomeada, pensativa, avoada, envolvida, desleixada, dolorida, apressada, conformada, perdida, desafiada, saudosa, serena, sorridente, amarga, comprimida... deixada.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Meanwhile, inside the head...

Finding the possible ways between the impossibilities will never make me completely happy. And who says I want to be completely happy?
Life is still squeezing me between walls. And I’m running away from choices right now. And these are the easy ones.
But today I don’t want to give answers. Today I’m just gonna ignore everything and do some of those regular stuff I use to do without thinking.
Sometimes people ask me why so tired in the meddle of vacation… well, my tiredness has nothing to do with physical work. It’s got to do with this stressing environment inside my head all the time. Sometimes it gets too heavy to do anything.
Yesterday I was feeling like some puddle of mud. Now I need a break from these irritating thoughts that keep me running in circles.
This is one of those moments to look at time passing and just waiting for the right time to come.



►Five hundred twenty five thousand six hundred minutes…

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Hmpf....

Hoje aquela consciência sarcástica que controla o universo resolveu pegar no meu pé... deve ter sido o dia de folga do Igor.
Pois é, o mundo quer me irritar!
Veja bem, é que meu carro está estragado. Sim, pela terceira vez só nesse ano que começou há 20 dias! Isso me trás pensamentos sobre dinheiro. Que me trazem pensamentos sobre como eu vou ter que suar para passar por mais um semestre. Que me trazem pensamentos sobre quanta coisa eu preciso fazer e ainda me sinto tããããão longe de chegar onde eu quero chegar. Um pouco de impaciência misturada com pavor de chegar naquele ponto em que se eu não pagar pela minha sobrevivência, eu morro mesmo. E as coisas que eu quero fazer para poder aliviar o estresse só trazem mais estresse e mais pequenos detalhes para eu me preocupar.
Chegou num ponto em que tentei me distrair no computador. Encontrei amigos de extrema confiança online e fui reclamar da vida... mas me irritei mais ainda com conselhos do tipo “não fica assim...”. Claro que a intenção deles foi ótima e que tudo que eles estavam fazendo era tentar me apoiar ou levantar o meu astral... mas hoje eu não estava para esse tipo de conselho... acho que teria me sentido melhor se achasse um amigo tão puto com a vida quanto eu. Desisti do msn, suspirando esporaticamente de irritação e falta de paciência.
Então arrumei um joguinho online, daqueles que desafiam sua capacidade lógica. Me irritei mais ainda porque fiquei empacada em uma fase impossível. Era a internet provando que a minha capacidade lógica é insuficiente...
Então eu cansei de me sentir irritada. O mundo fica azedo quando eu estou assim. respirar fica difícil. A cara das pessoas provoca náusea. Todos os músculos do corpo doem. Qualquer ruído é o suficiente para provocar uma explosão nuclear na cabeça. Fora que a minha dermatite atópica ataca e eu começo a ter coceiras bizarras. Que bom que eu me irrito assim muuuito raramente. Parece que as pessoas se assustariam em me ver assim.
Sabe então o que eu fiz? Feist no ouvido em volume máximo e uma taça cheia de vinho tinto seco! E saí cantando por aí, não ligando para protestos e caras feias. Nem liguei quando o Sundays começou a insinuar que eu estou bebendo demais ultimamente (até parece...).
Depois do vinho e de cuspir a tensão junto com as músicas da Feist, voltei pro computador e zerei o maldito joguinho de lógica... duas vezes!
Então respirei fundo... yeah... I’m ok.
Agora restaram dois pensamentos realmente bons. O show da Alanis no dia 5 e o show do Little Joy no dia 30.
De repente me deu uma vontade de nadar em água fria!
Um banho deve substituir a inexistente piscina...

Sabe... uma coisa que eu sempre quis pra mim, que eu sempre quis me provar capaz de fazer: ser feliz sem precisar de artifícios, pessoas, eventos, substâncias, bens materiais. Sendo apenas eu mesma. Quem sabe com a minha elevada capacidade cognitiva (devo admitir que me orgulho dela, haha). Ser feliz pelas coisas que eu posso conquistar por ser quem eu sou. Às vezes eu me orgulho de ser capaz disso. Mas olha como esse mundo é malvadinho. Às vezes tudo que ser quer é dinheiro, uma boate, uma orgia, álcool para uma vida e o mundo aos nossos pés.



►Esses dias arrastados que traduzem o rançoso da vida, de um dia após o outro... mais um se foi.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

That I Would Be Good (even if I did nothing)

Redescobri o baixo. O baixo daquelas músicas realmente boas, que faz o peito tremer no ritmo da música. O grave da voz de fundo que faz a melodia ficar um pouco mais pesada. O coro típico de épocas de cabelos longos e sandálias de couro. A trilha sonora de Hair é uma das mais incríveis que já ouvi. Musical dos anos 60, não era pra menos. O sotaque britânico do norte, onde se fala mais parecido com os irlandeses e escoceses, do vocalista de Upper Room. A voz instável, estridente, e mesmo assim suave da Alanis. Ainda não acredito que vou no show dela! A combinação inteligente de baixo, guitarra rasgada e bateria de Interpol.
Música foi a coisa mais genial que a humanidade inventou. Como diria Nietzsche... life would be senseless without it (porque essa citação é muito mais inteligente em inglês!)
E agora percebi que passei o dia inteiro ouvindo música. Levando outras atividades paralelas na internet só para ter a desculpa para continuar ouvindo música. Como se eu precisasse de uma desculpa para ouvir música.

Hoje foi um daqueles dias de derreter chocolate e comer fondue até não agüentar mais. De cochilar no meio do filme preferido. De ficar meia hora olhando para a tela do Orkut apertando F5 até perceber que nada vai acontecer. De olhar pela janela para a chuva que cai com calma e pensar em todas as coisas que precisam ser feitas e em como eu não dou a mínima para isso. De colocar o fone isolante no ouvido e esquecer que as pessoas à minha volta são capazes de produzir sons e que podem eventualmente querer se comunicar através deles. De lembrar de repente do livro que estou lendo e ter o prazer de pensar que eu tenho todo o tempo do mundo para me dedicar a ele no meu próprio ritmo.


That I would be good even if I did nothing
That I would be good even if I got the thumbs down
That I would be good if I got and stayed sick
That I would be good even if I gained ten pounds

That I would be fine even if I went bankrupt
That I would be good if I lost my hair and my youth
That I would be great if I was no longer queen
That I would be grand if I was not all knowing

That I would be loved even when I numb myself
That I would be good even when I am overwhelmed
That I would be loved even when I was fuming
That I would be good even if I was clingy

That I would be good even if I lost sanity
That I would be good
Whether with or without you




►The croud keeps moving...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

One day in the life

I miss that smile...
I don’t know why – Yes, I do.
I wish to have it back – No, I don’t.
I caught myself feeling sad about this little, almost inexistent envy thought – Except that it is huge.

Does he think of me sometimes when he looks up? Does he know me? Does he exist?
Little have I lived of my night fantasies about perfect future, perfect days, perfect love. Once I cried of happiness... that was one of the trickiest things that ever happened to me. Was I happy about the eminent ending, was I sad about the colored feeling explosion... was I just stupid?
Things choose to happen or not. When will it be my time to happen?

I miss those butterflies in my stomach...
I don't know why - Yes, I do.
I wish to have them back - No, I don't.
I caught myself smiling to a memory almost lost - Except that I never really let it go.

Let the sunshine... let the sunshine in, the sunshine in...
Here comes the voice in my head again, singing as if the world was a song. Sometimes I don't know if I want to feel happy or sad. This smiley melancholy is a friend of mine.



►In the life...

For tragic times.

Sometimes you let something in so fast and so deep that suddenly you don’t know anymore when or why your life turned into this, and all the thoughts lead to only one thing. This thing. This new reason for your life.
I think this is the perfect time for change. To find your own reasons. I mean, it’s never good to live through someone or something else.
I keep thinking… there are so many people that spend years letting themselves go with their own emotional addictions. Not that I’m saying I don’t have mine… but once in a year, at least, I get a little desperate about how still and passive I am.
Well… the situation is better now. Now we’re all in speaking terms, at least. And now I’m not desperate anymore about those money issues. Although I’m still gonna suffer a little bit about money this semester. Yeah, whatever.
I just started thinking… and went on. Started with this morning thought of hopelessness. Realizing where my distraction, and fun, and amusement and oblivion lay. And coming to the fear of being letting myself go again down one path I don’t want to be in. Actually, I don’t think I’m there. This was one desperate though for desperate times.
The lesson I could take from this whole story, and this whole year that, thank heavens, is passed is that, after all, I’m on my own. I may have good people walking besides me sometimes. Sometimes they walk after me, or me after them. Sometimes in perfect parallel for some time. But I’m always gonna continue my own walk towards my own ending.
The lesson is to enjoy this good people around, but always to have in mind that the reason to keep walking is not who you can see around, but what you actually can’t see, but can imagine is far ahead.




►Tragic thoughts… for tragic times.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Estranhamente calma

Então vem a primeira discussão parcialmente racional sobre todo o assunto. Sim, elas acontecem em parcelas, na verdade. Às vezes é impossível compilar esses meses de coisas entaladas na garganta em uma única conversa.
Mas enfim. De certa forma, não me estressei mais. Sim, claro que ainda existe o risco de eu falir, passar alguns apertos muito sérios e começar a pedir dinheiro emprestado por aí e nunca mais pagar. Afinal, eu vou sim ganhar muito pouco, não há garantia de que eu vá conseguir a bolsa que agora é o meu foco de preocupação, e se eu tiver que pagar meu transporte daqui em diante, nem meu salário vai dar. Isso sem contar com comida, celular, francês, xerox.
Mas eu vou dar um jeito. No possíveis problemas financeiros, na minha meia vida social, na minha relação retorcida com a minha mãe, nos meus problemas de auto-estima, na vida maluca que enlouquece mais a cada semestre que chega, no meu futuro como pesquisadora, no meu futuro como psicóloga clínica, no meu futuro como professora de inglês, no meu futuro distaaaaante como artista plástica, chef de cozinha e filósofa... na bagunça que estão minhas coisas, nos livros que ainda não li, nesses pequenos probleminhas irritantes do cotidiano, nas amizades que enfraqueceram, nas amizades que se fortalecem, no meu cachorro, na minha aparência, no meu cabelo ressecado...
Claro que em algumas coisas nunca se dá jeito. Essas remediadas estão, não é?



►Depois da catástrofe é preciso alguns dias de desesperança e fim do mundo para se aceitar o fato de que nem tudo acabou, mas é preciso esforço para levantar o que caiu.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Palavrões

Eu sabia que ia dar errado e deu. O que me irrita não é ter tentado sabendo que ia dar errado... mas o fato de que nunca dá certo...
Que vontade de parar de tentar!



►Não quero sair do quarto hoje!

sábado, 10 de janeiro de 2009

Errada

Aquele incomodo que adoro tanto por odiar tanto. Acordei com ele. Ainda me inquieto por coisas que deveriam se tornar naturais. Mas me surpreendi outro dia por perceber meio caminho andado.
Ontem teve um momento em que eu voltei a pensar em como faz falta viver em simbiose com alguém. Eu até sonhei com isso essa noite. Com isso e com o besouros pretos.
Ah é... minha casa está sendo atacada por uma infestação de besouros pretos que eu estou muito desconfiada de que são barbeiros! Sabe aqueles que transmitem uma doença macabra lá que faz o coração inchar? E eu não sei de onde eles estão pipocando, mas ontem eu gastei um vidrinho de Raid inteiro e não matei todos porque hoje apareceram mais! Socorro! Vou ligar para serviços e chamar o exterminador!
Meu deus... eu saí completamente do assunto!
Enfim. Como sempre, minha função nesse mundo é aprender a ter jogo de cintura e contornar problemas, ao invés de ficar me lamentando por eles como eu adoro fazer. Mas quer saber... hoje eu estou tão a fim de não fazer esforço nenhum e apenas me lamentar depois...
Pode ser a melancolia de férias ou a minha personalidade gritando.
Acho que aquela conversa de ontem me abalou. Não porque ela estava certa, mas porque eu não estava também.ou quem sabe esteja... não sei direito. É errado seguir meus princípios morais, porque perto do que foi dito a mim comecei a pensar que estou na verdade é fantasiando meus medos e dando a eles esse apelido de princípios morais.
Sabe uma coisa que me irrita MUITO? Quando o mundo me faz acreditar que eu preciso rever até a estrutura de mim mesma. Quando ele me faz duvidar de mim. Quando ele me faz acreditar que tudo que vivi foi perda de tempo e que no final eu não aprendi absolutamente nada.
Por que eu tenho essa tendência a achar que eu sou errada?



►Por que tão depressa? Por que tão longe?

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

TOP 3 2008


Uma já era amiga há vários anos. Por algum tempo não conversávamos por motivos múltiplos. Por muito tempo fui mais uma cunhada de amizade que amiga diretamente. Mas sabe como as coisas são... passamos a visitar o restaurante da mãe dela todo dia. Passamos a fazer festas na piscina da casa dela. Sempre pensando em programas divertidos juntas. Então as pessoas se dissiparam, mas poucos continuaram fiéis. Eu, Laila, Raquel, Erick e ela. E saíamos, conversávamos, íamos ao cinema... quando me dou por mim aqui estamos nós nos encontrando todo fim de semana e a minha mãe dando um livro com dedicatória para ela, e ela chamando a minha mãe de Tia Silvia, e a Tia Cida me desejando feliz ano novo e falando sobre como ela adora o fato de nós três termos nos tornado tão próximas assim. Ela virou família. Compartilha até das chatices do convívio aqui dentro de casa. Agora somos pseudo-irmãs, meninas super poderosas. E é mais que ótimo ter uma amiga tão criativa, divertida e inteligente por perto! Girlpower!

Outro foi uma amizade que explodiu do nada. Conversei com ele uma ou duas vezes no máximo em 2007. Nesse ano, por culpa das aulas desinteressantes de uma professora muito interessante e do mais novo super laboratório virtual com a orientação de um dos caras mais extraordinários que já conheci, descobri que o mundo é diferente quando estamos conversando. Então me apaixonei de mil formas diferentes. E tanta coisa aconteceu que cheguei a ficar tonta um dia. Bem, nós ficamos tontos juntos várias vezes durante o ano! Mas depois de tanta coisa, descobri que com ele ganhei uma das amizades mais chiquérrimas ever! Não só porque a gente se entende, mas porque quando a gente não se entende é tão divertido quanto. Porque é muito fácil absorver a energia que ele emana, seja qual for o tipo de energia. E porque é difícil não me acostumar com a presença cheia de energia e com aquela pitadinha de melancolia que dá um tempero à vida! Aprendi como é bom rezar com ele! E aprendi muito mais!

A outra foi, desde o dia em que conheci, alguém que eu admirava (ainda admiro). Pelo temperamento, pela assertividade, pelo sorriso sincero e pelo mau humor igualmente sincero. Sempre adorei o jeito explosivo dela, e cheguei por um curto período de tempo a achar que ela não ia muito com a minha cara. Bem, essas coisas seguem também fatores de movimento social dentro da turma. Ela teve seus obstáculos dentro da sala, eu tive outros. Mas eu sempre pensei que dentro da sala ela era uma daquelas pessoas que brilham mais e se destacam. Ela tem alguma coisa de especial! Felizmente (e bota felizmente nisso), nesse ano nos tornamos colegas de laboratório e passamos a conviver intensamente, eu diria. Em meio a afazeres e essa vida corrida de academia onde cada uma está em busca de seus próprios fins, acabamos compartilhando os meios. E compartilhamos piadas, e contos de vida, e experiências, e risadas e cansaços. Eu votei nela como revelação do semestre e volto a afirmar! Adoro essa menina. Ela é mais que um exemplo. Ela é humana!


Quanto aos ganhadores de 2007...
Do Fefs sinto uma enorme falta. Foi para o Canadá e a vida não é a mesma sem o meu alter-ego por perto. Mas apesar da falta, me sinto incrivelmente feliz por ele e admiro a sua coragem e firmeza para ir atrás de suas vontades, por mais absurdas que possam parecer.
O Johnny também está lá longe, mas por pouco tempo. Sinto saudades também! Uma das pessoas mais brilhantes que já apareceram na minha vida. Parece clichê, mas a felicidade dele é realmente a minha! Não importa se meu mundo estiver desabando. Cinco minutos de Johnny e eu absorvo a energia feliz dele por radiação!
O Theus é uma gracinha! Nesse ano conheci um lado mais profundo dele. E com ele também aprendi a abraçar os meus argumentos! Senti falta de estudar com ele nesse ultimo semestre... a vida ficou uma loucura e vai continuar tão louca quanto, ou mais. Mas ele continua por perto, quem sabe mais perto ainda! Adoro ele!




►Já que é assim, vamos então instalar uma tradição aqui. Eis o II Top 3 Anual.
E vale notar que o Top 3 de um ano não exclui a importância dos vencedores do Top 3 do ano anterior! O meu Top 3 é acumulativo! Imagino já o XX Top 3! Haha
Outro adendo importantíssimo: não há hierarquia entre os ganhadores do Top 3!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Os Acrobatas - Vinícius de Moraes

Subamos!
Subamos acima
Subamos além, subamos
Acima do além, subamos!
Com a posse física dos braços
Inelutavelmente galgaremos
O grande mar de estrelas
Através de milênios de luz.

Subamos! Como dois atletas
O rosto petrificado
No pálido sorriso do esforço
Subamos acima
Com a posse física dos braços
E os músculos desmesurados
Na calma convulsa da ascensão.

Oh, acima
Mais longe que tudo
Além, mais longe que acima do além!
Como dois acrobatas
Subamos, lentíssimos
Lá onde o infinito
De tão infinito
Nem mais nome tem
Subamos!

Tensos
Pela corda luminosa
Que pende invisível
E cujos nós são astros
Queimando nas mãos
Subamos à tona
Do grande mar de estrelas
Onde dorme a noite
Subamos!

Tu e eu, herméticos
As nádegas duras
A carótida nodosa
Na fibra do pescoço
Os pés agudos em ponta.
Como no espasmo.

E quando
Lá, acima
Além, mais longe que acima do além
Adiante do véu de Betelgeuse
Depois do país de Altair
Sobre o cérebro de Deus

Num último impulso
Libertados do espírito
Despojados da carne
Nós nos possuiremos,
E morreremos
Morreremos alto,
imensamente
Imensamente alto.



►Nunca vi tão explicitamente disfarçado e de forma tão simples um orgasmo em poesia!

domingo, 4 de janeiro de 2009

Duas vidas.

Começa com a morte... Depois um barco flutuando, sendo levado pela maré. Parei em uma ilha e passei anos reconhecendo o terreno para, no fim, descobrir um túnel no centro. Depois disso passei algum tempo me fazendo acreditar na felicidade mesmo quando estava mais que claro que eu estava buscando nos lugares errados. Mas fui teimosa... acho que ainda sou. Acabei tonta de tanto rodar no eixo e a visão do mundo pareceu ficar embaçada permanentemente. Mas algumas coisas ficam nítidas de vez em quando. Agora estou nadando em uma piscina de vinho tinto... orgasmicamente gostoso e que deixa bêbado e com os sentidos retorcidos em segundos.

Começou com uma morte. Uma? A quem estou enganando? Começou com inúmeras mortes e evoluiu para a liberdade. Livre daquele peso eterno, da minha incompreensão que virou meta. Mas a liberdade demorou para vir. Precisei aprender. Abrir mão. Abrir as pernas. E gozar. Gozei no final, mas ainda estamos longe dele.
Música abrindo e reformulando um mundo pesado. Dando mais peso e retirando em seguida. Acompanhado de pessoas que vieram. E outros que quase na virada, se foram. Mas virei. E revirei. E agora que acabou, não há nada, senão a meta-incompreensão, ou a compreensão da incompreensão, ou a aceitação.
Ou simplesmente me aceitando.


►Post 50% by Doix

Enfim, o sopro.

Agora só me resta esperar... é estranho como o ritmo de férias muda completamente. Eu ainda estou acostumada com aquele ritmo de faculdade onde as coisas tem que estar prontas para ontem. Agora tenho que esperar indefinidamente para poder resolver a minha vida inteira daqui em diante. Yeah, whatever.
Ontem recebi um convite para piscinar! E isso acabou me relaxando muito mais que o esperado. Piscina e sol são como triturador de carne! Também, dois dias de piscina, comida engordativa, sol e risadas até não conseguir mais respirar... me sinto um bolinho de carne moída!
Hora perfeita para ouvir musicas... quem sabe ver um filme legal, reassistir o DVD do Vinícius de Morais que a Diva me deu de aniversario! Mas antes de tudo, preciso de um banho de pelo menos trinta minutos!
Amanhã, se conseguir pegar o meu carro na oficina (sim, mais uma vez ele está com biziu!) vou tentar finalmente resolver aquele assunto da carteira de trabalho e depois vou lá no Chevrolet Hall comprar meu ingresso da Alanis!!!!
Acho que finalmente me sinto de férias. O estresse e a agonia foram tipo... squeezed out of me.


►Começo sem novas reflexões, grandes resoluções ou tarefas completadas. Vou deixar para daqui uma semana.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Outro ano, mesmo dia.

E essa for de cabeça, forte como há muito tempo não tinha? Parece sintoma dessa massa disforme que está o meu pensamento. Não consegui ainda resolver essa passagem de ano. Ainda não consegui olhar para trás nesse ano, aliás, no ano passado, e fechar ele... Dar por encerrado mesmo e partir para outro. Naquele momento em que o relógio mudou e apareceram três zeros... E todos sorriam e ficavam em silêncio, conversando consigo mesmos, eu só pensava em como as mudanças vão manter tudo da mesma forma como está... É uma certa desesperança. Na verdade é puro medo mesmo. Sou uma cagona de sorriso estampado.
Por hoje, por enquanto, ainda me dou o direito de ignorar, fugir dos pensamentos, fingir que essas são férias normais como as da época do ensino médio quando eu me entediava pela falta até de pensamentos disponíveis a se pensar. Essas épocas vagabundas...
Será que é suficiente? Agora que tenho essa dor de cabeça para me acostumar e conseguir dormir mesmo com o cérebro latejando, sinto falta dos momentos de ventania mental. Mas às vezes penso em como me falta a experiência da overdose... Sempre me escondo em certas desculpas, mas acaba que sou eu a sempre me podar. Adivinha onde eu aprendi isso... E lá vêm as minhas desculpas.
Façamos o seguinte: amanhã tudo que vou fazer é responder àquele e-mail. No sábado e no domingo, me recuso a usar a cabeça para qualquer coisa do mundo real. Na segunda eu caio no chão, me dou alguns minutos para reclamar do impacto, e finalmente começo a fazer tudo que precisa ser feito. Eu só funciono no tranco.
Sabe aquele sentimento quando se olha para um cômodo de um ponto de vista diferente? Quando se passa a noite no cômodo mais improvável da casa. Quando a consistência do colchão não é nem de perto aquela que já tem o formato do seu corpo. Quando o cheiro da noite é diferente. Quando ser alguém familiar ou diferente não faz a menor diferença. Ali está você, não sendo nada deitado no meio de um cômodo úmido e sem tempo para pensar antes que o sono venha fechar seus olhos. No dia seguinte nada muda, na verdade. Mas o sentimento merece alguns minutos de reflexão!



►A dor na minha cabeça chega a cantar uma melodia... Das mais perturbadoras!