quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Outro ano, mesmo dia.

E essa for de cabeça, forte como há muito tempo não tinha? Parece sintoma dessa massa disforme que está o meu pensamento. Não consegui ainda resolver essa passagem de ano. Ainda não consegui olhar para trás nesse ano, aliás, no ano passado, e fechar ele... Dar por encerrado mesmo e partir para outro. Naquele momento em que o relógio mudou e apareceram três zeros... E todos sorriam e ficavam em silêncio, conversando consigo mesmos, eu só pensava em como as mudanças vão manter tudo da mesma forma como está... É uma certa desesperança. Na verdade é puro medo mesmo. Sou uma cagona de sorriso estampado.
Por hoje, por enquanto, ainda me dou o direito de ignorar, fugir dos pensamentos, fingir que essas são férias normais como as da época do ensino médio quando eu me entediava pela falta até de pensamentos disponíveis a se pensar. Essas épocas vagabundas...
Será que é suficiente? Agora que tenho essa dor de cabeça para me acostumar e conseguir dormir mesmo com o cérebro latejando, sinto falta dos momentos de ventania mental. Mas às vezes penso em como me falta a experiência da overdose... Sempre me escondo em certas desculpas, mas acaba que sou eu a sempre me podar. Adivinha onde eu aprendi isso... E lá vêm as minhas desculpas.
Façamos o seguinte: amanhã tudo que vou fazer é responder àquele e-mail. No sábado e no domingo, me recuso a usar a cabeça para qualquer coisa do mundo real. Na segunda eu caio no chão, me dou alguns minutos para reclamar do impacto, e finalmente começo a fazer tudo que precisa ser feito. Eu só funciono no tranco.
Sabe aquele sentimento quando se olha para um cômodo de um ponto de vista diferente? Quando se passa a noite no cômodo mais improvável da casa. Quando a consistência do colchão não é nem de perto aquela que já tem o formato do seu corpo. Quando o cheiro da noite é diferente. Quando ser alguém familiar ou diferente não faz a menor diferença. Ali está você, não sendo nada deitado no meio de um cômodo úmido e sem tempo para pensar antes que o sono venha fechar seus olhos. No dia seguinte nada muda, na verdade. Mas o sentimento merece alguns minutos de reflexão!



►A dor na minha cabeça chega a cantar uma melodia... Das mais perturbadoras!