sábado, 7 de fevereiro de 2009

Atormentada

Fiquei sozinha em casa. Todos se foram sob a chuva e cá estou eu com as notas musicais e o cheiro do penne ao molho branco que estou preparando e o gosto da água na boca.
Sob a desculpa de trabalhar, já posso me ver desperdiçando o tempo com trivialidades em pensamento. Parece que faz tanto tempo que parei pela última vez para pensar sobre o meu estado de humor. Então hoje eu me irritei além da conta porque meu avô não atendia a porta, simplesmente porque ele não consegue ouvir a campainha ou o telefone.
Às vezes fica difícil definir se esse é o ponto mudança radical na vida ou apenas mais um dia como qualquer outro. Se é o fim, se é o começo, ou se será sempre o meio...
Sentimento de competição por uma coisa que eu já tenho? Falta saber se eu realmente acredito ter isso... ou quem sabe descobrir se é exatamente isso que eu estou querendo ter. Eu sei que agora é diferente, mas eu ainda não gosto dessa necessidade constante. Eu quero não querer nada. Onde estou eu no meio desse mar de coisas e frases e rostos e cheiros e temperaturas e elementos químicos?
Minha aparência está aquém, meus ombros estão trocando de pele, meus ouvidos acham que ainda é pouco, meus olhos sentem saudades e minha garganta espera pelo momento da explosão. Eu sou a inquietação de Jack!



►Nowhere you can find me.