terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Pronto... falei!

Sim, é possível deixar o tempo ir embora mesmo quando eu me cerco de armadilhas para que o que tem que ser feito o seja. Principalmente quando se tem música por perto.
Acabei de ler uma crítica sobre o show da Alanis no last.fm. Revivi a coisa toda. Em especial o momento em que Everything começou, e eu me vi de fora: alguém em transe, berrando a letra de olhos fechados.
Eu resolvi definitivamente a questão da minha matrícula. Excluí duas matérias que eu quero MUITO fazer e incluí duas que não me interessam tanto. Pensando racionalmente eu cheguei a me perguntas: are you crazy, bitch?
Pois é... essas escolhas. Era sobre elas que eu estava falando no post de ontem, by the way. Acho que esse peso ainda vai me seguir por alguns bons meses. Até que eu me sinta confortável com o fato ou esqueça essa sensação de estar desperdiçando seis meses conscientemente. Por que desperdiçando? Bem, vamos lá: eu sempre tive uma fome com essa faculdade. Comer a maior quantidade de créditos e, conseqüentemente, de conhecimento o possível. Cara, eu sou apaixonada pelo meu curso. Isso aqui é lindo até nas rachaduras que eu critico enfaticamente. De repente eu me arranjo um emprego que, não adianta fingir ou tentar me convencer, não é o que eu vou fazer pro resto da vida, não está construindo um caminho concreto e, para completar, está me impedindo de cursar duas matérias que eu quero MUITO MESMO fazer. Daí vem a grande pergunta: o que é que eu vou fazer pro resto da minha vida? Tentar ter clínica carregando comigo toda essa insegurança? Ser uma pesquisadora e ir me matando continuamente até chegar finalmente no doutorado, enquanto isso me pendurando no contracheque da minha mãe? Construir alguma reputação dentro do Greenwich, sobreviver um bom tempo com meia merreca no bolso e, quem sabe, conseguir um emprego em algum outro curso de inglês e me ver oficialmente uma professora de inglês que nem nunca pensou em cursar letras? E que tal largar tudo pro ar e ir fazer belas artes, como era o plano por volta do sexto mês de 2005? E sobre aquele restaurante que eu tanto sonho em ter? Mais longe ainda!
É por exatamente isso que eu estou me sentindo tão mal ultimamente. Cadê o meu caminho? Comecei a sentir que saí dele e que nem estou fazendo nada para construir algum. Eu até cheguei em uma conclusão não muito tranqüilizadora: que esse semestre é um semestre de experimentação e, se não der certo, eu mudo de direção.
De onde saiu esse desespero? De repente eu decidi que queria construir a minha própria vida e me ver sozinha, sem mãe ou qualquer família de background, sem depender de nada, seja o que for. Eu, tão paciente como diz a minha fama, me percebo sem paciência para ver a minha história se formar aos poucos. Eu quero logo e pra ontem... é o cansaço de viver nesse carrossel que é a minha vida de indefinições e passividades.



►E até hoje ninguém teve a brilhante idéia de levantar o traseiro gordo e apagar aquele quadradinho no quadro que ninguém usa.