segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Twisted

É quando você abre o bauzinho dos sentimentos mais escondidos para mostrar para um amigo que a ficha cai: como eu fui ficar tão perdida assim, depois de tudo que me aconteceu ano passado? Parece até que foi em vão passar pelos seis meses mais sofridos de todos os tempos. E para onde foi aquela imagem que eu criei? Para onde foi a linha que eu desenhei? E pensar que bastou um e-mail respondido para a minha cabeça virar de cabeça para baixo.
É claro... mas é óbvio que eu não vou parar por aqui. Pisei na ponte, agora vou atravessar o rio e não paro até chegar na outra margem, mesmo que essa margem seja aquela famosa terceira de Guimarães Rosa.
Meus dias continuam tentando me ensinar coisas que eu nem queria saber. Que estou só, que crescer significa carregar o peso quase insuportável sozinha e que reclamar é privilégio dos que podem pagar terapia. Que espécie de adulta é essa que choraminga a cada nova dificuldade? Arrumem mais serviço pra ela para ela ver o que é ter motivo para reclamar de verdade!
Há alguns meses eu reclamaria por estar sozinha, sem namorado por perto o tempo todo. Quer saber, o que eu quero mesmo agora é um amigo... O amigo. Simplesmente alguém que me faça sentir acompanhada no mundo.
Vontade de sentar em uma mesa em um ambiente ventilado, pedir uma cerveja e ouvir música de todo tipo até perceber que o tempo passou mais rápido que devia. Encontrar com o Cherem tem sido algo assim.
Esperanças? De que eu consiga arrumar a minha matrícula para que eu possa sentir que estou me dedicando à minha formação de novo; que eu aprenda a ser uma professora que preste, para que eu sinta que eu presto para as coisas; que eu consiga aquela bolsa, para que eu possa bancar a minha vida de poucos gastos e nada de compras no meio da semana sem ficar pressionando mais ainda a minha mãe; que algum dia eu sinta alguma segurança quanto ao meu futuro, sem essas perguntas sobre o que estou fazendo e se estou fazendo certo... se isso vai dar em alguma coisa... se algum dia vou poder me ver morando em meu apartamento, com meu carro zero, com minha filha crescendo, ganhando o suficiente para olhar uma blusa na vitrine e levar ela para casa, tendo uma vida cultural e social bem cheia e ter, finalmente, orgulho de ser quem eu sou.



►A eu mais complexa até agora: a ruiva.