sexta-feira, 30 de maio de 2008

Covardia inteligente

Nada como alguém que realmente sabe do que está falando. E melhor, alguém tão inteligente que inspira os reles mortais a serem como ele. É assim que é meu professor. Já não me considero apenas uma aluna, virei fã.
Quando eu finalmente interferi no assunto (e que assunto!), veio a resposta mais desnorteadora possível! Eu amo quando meu argumento é desmoronado de forma brilhante! Eu amo pessoas que conseguem me deixar boqueaberta, sem reação, pasma com o mundo. E como eu queria que as conexões avulsas de pensamento pudessem continuar, mas as aulas têm que seguir um certo cronograma.
Hoje a minha alegria está em me esconder nos prazeres seguros. No conhecimento, nas palavras escritas que não vão se apagar quando eu estiver chegando perto demais. Nas idéias que corriam no fluxo e por acaso foram sugadas para a minha mente.
Se a vida fosse limitada a isso, eu estaria em êxtase pleno. Mas não é. Tem sempre alguns assuntos pendentes que parecem pesar mais que o normal, justamente por estarem pendentes. Por isso, o prazer seguro é a minha salvação.
Meus livros, meu caderno, meu professor, minha memória, meu pensamento lógico e meu blog.
Sinto-me como o Daniel (o Tammet), quando era criança, empilhando livros de desafios matemáticos à sua volta em um círculo como uma barreira contra o mundo. Estou me protegendo como ele, dentro do meu mundo que sou eu. Também sou autista...
Tem uma pergunta que eu não farei (pelo menos não tão cedo)... a falta de resposta á o que angustia. Mas a quem quero enganar? Vou me sentir tão mal depois quanto agora. Porque eu sei qual é a resposta, mas enquanto não faço a pergunta posso fingir lá no fundo que a resposta é o contrario do que realmente será. Olha a bela ironia (e como sempre, os assuntos vêm me incomodar na hora certa): eu não mudo, não tomo as rédeas, não faço o que sei que tenho que fazer porque sofrer é cômodo. Enquanto estou esperando que a vida venha a mim, posso jogar a culpa para fora. Sartre remexeu em seu túmulo hoje.



►Eu bebo para afogar as mágoas... mas as desgraçadas já aprenderam a nadar...