sexta-feira, 30 de maio de 2008

Covardia inteligente

Nada como alguém que realmente sabe do que está falando. E melhor, alguém tão inteligente que inspira os reles mortais a serem como ele. É assim que é meu professor. Já não me considero apenas uma aluna, virei fã.
Quando eu finalmente interferi no assunto (e que assunto!), veio a resposta mais desnorteadora possível! Eu amo quando meu argumento é desmoronado de forma brilhante! Eu amo pessoas que conseguem me deixar boqueaberta, sem reação, pasma com o mundo. E como eu queria que as conexões avulsas de pensamento pudessem continuar, mas as aulas têm que seguir um certo cronograma.
Hoje a minha alegria está em me esconder nos prazeres seguros. No conhecimento, nas palavras escritas que não vão se apagar quando eu estiver chegando perto demais. Nas idéias que corriam no fluxo e por acaso foram sugadas para a minha mente.
Se a vida fosse limitada a isso, eu estaria em êxtase pleno. Mas não é. Tem sempre alguns assuntos pendentes que parecem pesar mais que o normal, justamente por estarem pendentes. Por isso, o prazer seguro é a minha salvação.
Meus livros, meu caderno, meu professor, minha memória, meu pensamento lógico e meu blog.
Sinto-me como o Daniel (o Tammet), quando era criança, empilhando livros de desafios matemáticos à sua volta em um círculo como uma barreira contra o mundo. Estou me protegendo como ele, dentro do meu mundo que sou eu. Também sou autista...
Tem uma pergunta que eu não farei (pelo menos não tão cedo)... a falta de resposta á o que angustia. Mas a quem quero enganar? Vou me sentir tão mal depois quanto agora. Porque eu sei qual é a resposta, mas enquanto não faço a pergunta posso fingir lá no fundo que a resposta é o contrario do que realmente será. Olha a bela ironia (e como sempre, os assuntos vêm me incomodar na hora certa): eu não mudo, não tomo as rédeas, não faço o que sei que tenho que fazer porque sofrer é cômodo. Enquanto estou esperando que a vida venha a mim, posso jogar a culpa para fora. Sartre remexeu em seu túmulo hoje.



►Eu bebo para afogar as mágoas... mas as desgraçadas já aprenderam a nadar...

Ainda ali longe...(advérbios de título)

Qual o sentido dessas idéias? Norte... Sul... Dentro ou fora? Que direção os conceitos estão tomando? Eles viraram uma esquina qualquer e eu me perdi no mapa das palavras. Achava que eu estava na rua dos prazeres, quando os meus conceitos resolveram sair para passear e levaram o conceito do meu coração com eles. Como é que alguém vive sem um conceito de coração? Agora o meu mapa de conceitos tem um buraco, falta uma parte crucial para que eu possa ter uma idéia de como me guiar.
Então a instabilidade meio que se estabilizou dentro de um desvio padrão razoavelmente discrepante. Tem uma certa distância média. Não chega mais perto e nem afasta totalmente. Mas está ali. O conceito de realidade.
O meu problema, desde sempre, é a agonia. Estar paralisada diante das palavras enquanto elas vão passando por mim, como ventania. Estar envolvida em uma jaula de idéias em que não posso nunca tocar. Desejar eternamente um pensamento que não existe se não em forma de pensamento.
O meu problema é ser passiva diante da vida. Permitir que as palavras façam o que quiserem comigo. Podem me bater, me jogar contra a parede, me chamar de lagartixa, me alegrar e em dois minutos me roubar a alegria. As palavras sabem que eu estou apaixonada por elas e, não sei se por maldade ou por simplesmente não conseguirem fazer de outro jeito, usam esse meu sentimento por elas para me machucar. E eu sei que posso ser machucada a qualquer momento, mas continuo apaixonada pelas palavras. Essas filhas da puta...
E essa agora... Coração. Essa palavra agora está boiando em minha volta, com saudades do seu conceito desaparecido. Eu também tenho saudades dele, não se preocupe. Mas não sei quando ele volta. Esses conceitos do mundo o levaram para tão longe...


►Show me the dirt pile and I will pray that the soul can take...

quinta-feira, 29 de maio de 2008

C'est la manie!

Eu estava dormindo, sonhando com as minhas façanhas totalmente adoráveis. Sonhando com uma eu genial (mais genial do que já sou). Meu sonho tinha códigos e mensagens cara-de-pau. E eu estava sendo como eu sei que sempre quis ser. Não é a toa que eu saio procurando gente que goste desse tipo de pessoa. E mais fatos importantes sobre meu livro de estimação: a menina (duplicada) por quem Eric Sanderson se apaixona duas vezes é assim. Exatamente o retrato de mulher que eu sempre quis ser. Acredito que chego perto, haha. Eu realmente estou apaixonada por esse livro.
Mas voltando à minha linha de raciocínio... Eu estava sonhando com coisas banais acontecendo em uma cadeia genial de causas e conseqüências.
Então o meu cachorro subiu em mim (eu estava dormindo de barriga pra baixo). Ele literalmente subiu nas minhas costas e começou a lamber a minha orelha freneticamente, procurar o meu rosto para morder o meu nariz (ele adora fazer isso), abanando o rabo e praticamente sambando em cima de mim. O primeiro grande sorriso do dia.
Por alguns minutos fiquei brincando com essa criatura estranha e atualmente horrorosa de aparência que ainda pulava frenético em mim e não desistia de pegar o meu nariz. Então eu simplesmente ri dele. Ri não, gargalhei. De doer a barriga.
Depois disso, lembrei que precisava (sim, PRECISAVA) ouvir uma certa música. Uma música que, ouvindo pela manha logo ao acordar, é impossível sequer dizer que se acordou de mau humor. Are you gonna bem my girl – The Jet!
Coloquei os fones de ouvido e aumentei o volumo no máximo. Então eu pulei. Dancei, gritei a letra da música. Pulei na cama, corri pelo quarto. Tudo produzindo os movimentos mais exagerados que podia. Meu cachorro ficou alguns segundos olhando para mim intrigado, até que se levantou da minha cama e começou a perseguir os meus pés latindo com raiva. O segundo grande sorriso do dia.
Quando a música acabou eu estava extremamente exausta. Hora de tomar um banho! Levei a musica junto, dancei enquanto lavava o cabelo, fiz o shampoo de microfone (aquelas coisas de filme americano que parecem ridículas, que ninguém admite que faz, mas todos acham um máximo fazer), cantei mais: “love me love me, say that you love me...”, “She fucking hates meee!!! Lá lá lá lá”, “I’m blueeee, tubi dubi dubi du!”... e por aí vai... O terceiro grande sorriso do dia.
Agora tive que cair na real de novo, parar e resolver o meu relatório de experimental para hoje (não que isso não seja uma atividade extremamente prazerosa pra mim...).
E o que aconteceu com o humor de ontem? Ainda está todo aqui, condensado numa bolinha de veneno dentro de mim. Todos os pensamentos cabisbaixos e os medos gritantes. Mas não é ótimo quando se acorda com vontade de deixar isso um pouco de lado? Porque francamente, eu cansei da cara que eu estava vendo toda manhã no espelho. Quem sabe isso faça a diferença: querer que meu dia seja um pouco diferente do dia de ontem.




►I’m off the hook, baby...

quarta-feira, 28 de maio de 2008

A ordem cíclica das coisas

Tudo começa com a falta. Não há bom nem ruim. Não há pensamento ou lembrança. Não há importância. Não há interesse.
Depois vem a vontade de rir... de qualquer coisa que apareça. Aí vêm as piadas geniais. Aí entram os amigos geniais. Aí entram as internas geniais. Aí a risada vem como explosão, liberação do que está preso no peito, vontade de gritar até o mundo ensurdecer.
Então chega a tristeza, a vontade de estar em outro lugar. E principalmente a verdade: não é um espelho. Aí eu sou uma criança, choramingando pelos cantos sabendo que ninguém vai me ouvir.
O próximo estágio é o da raiva. Raiva de não ser, de não ter, de não poder... raiva de estar passando por tudo isso.
Finalmente, me deparar com o fim do dia me sentindo uma uva passa ressecada, murcha, tendo a vida sugada pelo dia. Não há mais nada. Mas há um novo tipo de tristeza e desesperança.
Então eu vou dormir, e no dia seguinte começa tudo de novo.
É assim que têm sido os meus dias.
Isso só significa uma coisa: pressinto mudanças drásticas na minha vida e em mim para breve. Sempre que eu passo por crises emocionais diárias como essa, minha vida vira de ponta cabeça.



►Excremento! (palavra legal!)

terça-feira, 27 de maio de 2008

Hand in my pocket

I'm broke but I'm happy
I'm poor but I'm kind
I'm short but I'm healthy, yeah
I'm high but I'm grounded
I'm sane but I'm overwhelmed
I'm lost but I'm hopeful baby

What it all comes down to
Is that everything's gonna be fine fine fine
I've got one hand in my pocket
And the other one is giving a high five

I feel drunk but I'm sober
I'm young and I'm underpaid
I'm tired but I'm working, yeah
I care but I'm worthless
I'm here but I'm really gone
I'm wrong and I'm sorry baby

What it all comes down to
Is that everything's gonna be quite alright
I've got one hand in my pocket
And the other one is flicking a cigarette

What it all comes down to
Is that I haven't got it all figured out just yet
I've got one hand in my pocket
And the other one is giving the peace sign

I'm free but I'm focused
I'm green but I'm wise
I'm shy but I'm friendly baby
I'm sad but I'm laughing
I'm brave but I'm chicken shit
I'm sick but I'm pretty baby

And what it all boils down to
Is that no one's really got it figured out just yet
I've got one hand in my pocket
And the other one is playing the piano

What it all comes down to my friends
Is that everything's just fine fine fine
I've got one hand in my pocket
And the other one is hailing a taxicab...

(Alanis Morissette)


►Já não faço ideia do que penso, do que quero, do que fazer... já estou em outro lugar, fingindo não ter corpo para guiar.

Pagando língua.

Já estive feliz por estar feliz. Já estive feliz por estar triste. Confesso que já estive feliz pela tristeza de outros. Jáestive feliz pela felicidade dos outros. Já estive feliz apenas por estar. Agora sinto que estou devendo alguma coisa. Pois é... não era pra ser assim. Não era pra dar nisso.
O que me deixa boba nessa história é surreal: saí correndo tão rápido, sempre olhando para trás para ter certeza de que estava em vantagem. Mas, mesmo ainda estando quilômetros à frente, sinto que fui deixada para trás.
Eu estou sozinha mesmo, ou sou eu que estou me isolando? É difícil dizer quando tudo que eu procuro são companhias cercadas pela minha vontade de me esconder.
Vejo uma certa semelhança. Deve ser o mal da repressão. Nossa! A preguiça que senti por outrem se direcionou para mim. Eu estou reproduzindo estados alheios por motivos variados.
Enfim, parece que é assim mesmo. Todos temos esses dias tóxicos na vida.



►Chega...

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Cansada, em todos os sentidos:

É por causa dessa coisa presa, sem saída. É por causa da vontade de me libertar de mim mesma. Tem um motivo para a minha vontade de pegar cada pensamento e colocar em papel. Na verdade tenho vários motivos. Há um ou dois anos descobri porque eu sempre chorava pela simples menção de falar dos meus sentimentos, digamos, ruins. Eu nunca falava de mim, era por isso. Eu deixava o que eu sentia para lá, como se não importasse, e por isso eu tornava o meu lado ruim inexistente. Quando acabavam por puxar a minha língua, me obrigar a falar coisas que nem eu sabia que estavam presas na minha cabeça, eu tinha que encarar os meus pensamentos como verdades. Enquanto eles não eram verdades não me doíam, entende? E então, graças à presença de uma pessoa, eu aprendi a não irrealizar os meus sentimentos enquanto os escondia até de mim mesma. Agora eles estão todos aqui: vivos, reais, completamente conscientes de si. Mas é agora que eu sinto o peso deles. Antes eu não precisava encarar as coisas que não existiam para mim. Agora eu tenho que viver confinada comigo mesma, o tempo todo. E a solução, a única que consigo encontrar, é falar. Aqui estou eu, escrevendo tudo que penso, tentando (de formas enigmáticas) contar para o mundo sobre o que eu sinto. Alugando os ouvidos de cada um dos meus amigos (aqueles em que confio) para jogar fora meus pensamentos. Isso tudo porque tenho a esperança de que falando eu posso me livrar do que está aqui dentro. Mas isso não acontece.
Quando eu escrevo eu tento descolar a minha mente de mim e cola-la na tela do computador. Ver se fico livre dela por alguns minutos. Mas isso não acontece.
Quando leio, me escondo por trás de um livro, mergulho em outro mundo cheio de complicações a se pensar, finjo que não sou mais eu, esperando que a “eu” que conheço se dilua no marasmo de idéias irrealmente reais. Mas isso não acontece.
É tudo momentâneo. Eu volto a ser eu um minuto depois.
Me deitei na minha cama e escondi meu rosto da luz. Quase não conseguia respirar, mas isso não era o que mais incomodava. Eu estava(ou) presa. Trancada por dentro e por fora. Não encontrei formas de jogar para fora o que estava inchando dentro de mim. Então contraí. Contraí cada músculo que consegui. E com tanta força que fiz, as lagrimas irromperam com vida própria. Surgiu a dor de cabeça insuportável. Veio para justificar a dor nas idéias. Pelo menos que eu tenha um motivo físico para me sentir miserável. Melhor que morrer enforcada por corda alguma. Ninguém está sempre do meu lado, me lembrando do fato berrante: eu detesto Ninguém.
Então o mundo ficou roxo... fosco. Eu não queria fazer força para focalizar, para falar, para olhar em outra direção se não o vazio. Para responder perguntas ou faze-las.
Desci e peguei uma lata de cerveja. Se eu beber bem rápido, quem sabe seja o suficiente para que eu me sinta um pouco mais leve. Leve? O peso só aumentou. Mas agora o que está pesado são os meus braços, minhas pernas, minhas pálpebras. Prefiro a dor física à dor das idéias.
Então tudo que eu queria era uma música extremamente barulhenta. Daquelas cheias de guitarras pesadas, grossas, guturais. Bateria hiperativa, berros e mais berros. A resposta divina veio num flash de nostalgia: Linkin Park!
Já tinha anos que não me sentia sequer parecida com isso. Quem sabe porque desde algum tempo atrás eu aprendi a bloquear o caminho para esse ponto. Mas, devido às circunstâncias internas do meu mundo nesse mês, eu mergulhei de cabeça na miséria de ser eu mesma por completo. De forma totalmente desconfortável devo admitir que senti saudades de sentimentos de tão baixo calão. Não sei bem por que, tenho um certo sentimento de carinho pela minha tristeza. Ela significa algo afinal de contas.

Como eu havia previsto, eu voltaria à montanha russa em breve. Me sentir um nojo de ser vivo não quer dizer que eu não me sinta divina. Os meus dias passam a ter um caráter meio bipolar em certas épocas da minha vida. Em menos de duas horas consigo passar de um voar sereno e azul para um pousar turbulento em chamas. Na ultima vez que isso me aconteceu nessa freqüência, acabei decidindo que iria tirar férias do parque de “diversões”. Então vivi uns cinco meses de uma vida sem graça, sem sal, parada, estática, sem ondas, sem cores, sem areia, sem motivo para pérolas. E por escolha totalmente consciente, decidi voltar à montanha russa depois de me entediar bastante com o mundo plano a dez por hora. Daí vem o meu carinho pela miséria. É quase como um estado maníaco voluntário. Aliás, é isso mesmo.
A minha noção de eu está nesses momentos inenarráveis. O sentimento inefável de ansiar pelo indesejado. O excesso de vida e o horror da morte.
Afinal, o tubarão conceitual existe, e hoje ele me atacou.
Pena que esses momentos são tão estranhos que parece que eu os inventei.
O Nada e o Tudo andam de mãos dadas. São os dois indizíveis, impensáveis, imensuráveis, incompreensíveis e inescapáveis. Morro de medo daquilo que mais me dá prazer em “viver”: minha capacidade de pensar.




►Cansada, em todos os sentidos: ontológico, existencial, epistemológico, diário, artístico, botânico, pediátrico, hermenêutico, homeopático, aromático, pluviométrico, idiossincrático, ebuslístico, fantasmagórico, heremaico, hidrogênico, radioativo, organizacional, ferrenho, piegas, cítrico, abundante, cromático, alumínico, remoto, palindrômico, gramático, nipônico e blinkflítrico.

Não vai me livrar de viver.

Um livro genial era tudo que eu precisava nesse momento.
Estava eu lá. Um sábado normal, não muito animado. Tinha ido ao francês e tinha feito questão de não me direcionar ou me demorar em outras localidades depois. Estava em casa mais cedo que o normal para um sábado. E achei ótimo. Não queria fazer nada (o esse sentimento se alongou para domingo). Então me veio uma vontade enorme de ler, botar em dia toda essa leitura prazerosa acumulada por falta de tempo que a academia me impõe. Mas o problema era que meu lindo livro do Oliver Sacks que estava lendo e reclamando por não ter mais tempo para dedicar a ele não estava comigo. Então, de canto de olho, reparo no Cabeça Tubarão ali na desk do meu quarto, dando sopa como quem não quer nada. Só porque ele sabe que só a capa já é atrativo o suficiente para perturbar a minha ordem mental. Por dois milésimos de segundo lutei contra a idéia de começar uma nova leitura paralela a um livro ausente, fazendo assim com que a minha ordem mental para leituras paralelas à faculdade perdesse qualquer sentido que eu já tentava impor à força. Mas a capa do livro ganhou a discussão e eu peguei o livro após dois segundos parada à sua frente.
Então passei o resto de sábado apenas lendo. Domingo eu tive coisas a ler para a faculdade (olha aí, a academia tentando interferir de novo na minha leitura prazerosa...) mas voltei ao Cabeça Tubarão à noite.
Esse livro é irresistivelmente genial! Em pouco tempo de leitura eu já avancei muito mais que o meu normal (considerando a minha velocidade não muito alta para leitura), e já estou sentindo pena das paginas estarem indo embora tão rápido. Enquanto lia, pensava em partes geniais para guardar na memória, mas é tudo genial. Sério... TUDO!
Não tem uma pagina sequer que não me deixou embasbacada até agora.
É que o autor escreve exatamente da mesma forma que eu. Só que obviamente a minha forma de escrever foi se formando como uma esponja de trejeitos dos outros (e claro que esse assunto também é tratado no livro, é como se ele previsse tudo que eu vou sentir por ele e me avisasse antes), então o jeito de escrever do cara é o jeito de escrever da mistura de todas as pessoas que escreviam de forma legal na minha opinião que já li na vida. Engraçado, não? E mais, ele mistura pensamentos meus, fundidos com pensamentos de pessoas que já amei na vida (ou ainda amo). Ele mistura desejos meus com desejos de pessoas com quem já convivi de perto (e nessa parte me maravilhei mais, porque nem sempre isso me trouxe sentimentos bons. Cheguei a sentir raiva desse fato específico, mas mesmo isso me fascinou).
E acreditem, em um quarto do livro eu já estou sentindo isso tudo por ele... Pressinto primeiro lugar no podium das leituras para ele, e já o parabeniso por isso.
Claro que agora vou estar obcecada pelo livro por um tempo, até que o termine, quem sabe bem depois disso, então vai ser normal se eu acabar citando ele aqui mais algumas cinqüenta vezes.
E o mais legal é que o livro, e o turbilhão de coisas loucas que tem dentro dele, me deram uma nova, linear e azul gelo visão dessas picuinhas da minha vida, das quais não paro mais de falar nesse blog. Com pausas para fantasias inofensivas (a novidade é serem inofensivas). Mas acho que a questão é que agora parei de querer me importar o máximo que consigo. Um pouco já é suficiente, mas existem outras coisas merecedoras de atenção na minha vida (incluindo meu novo primeiro candidato a futuro livro preferido).
Acordei com um sentimento de frescor e com uma mola nova e lubrificada no peito. Parece que vou sair me jogando por aí.



►Azul, preto e branco.

sábado, 24 de maio de 2008

Mais uma manhã

Enquanto me concentro nos movimentos do meu corpo, passeio pelos mesmos pensamentos de horas atrás. Mas cheguei num ponto em que não produzo mais nada. Eu simplesmente escuto ecos do que já ouvi e pensei. É um desconforto irremediável. É como soluço. Tenho que esquecer dele para que ele vá embora. Acho que me joguei nessa confusão toda por um simples motivo. Mas já não sei se ele ainda é O motivo, ou se as coisas resolveram me envolver no processo de forma que eu não esperava. Parece que sim, e que não. É difícil saber, porque é impossível entender. Acho também que não quero saber. Se é só para botar em palavras, então estou no caminho certo. Mas qual a diferença que faz? É porque eu quero me ver carimbada em imagem. Para olhar para mim como se fosse outra pessoa. Para me sentir menos eu. Para que depois eu possa me sentir menos outra. Para poder ser uma em várias, ou várias em uma. Então não é porque não me sinto bem que escrevo. Escrevo porque me sinto. Independente de estar escrevendo, o que eu sinto vai ter que chegar, ficar, passar... E quem sabe esteja na hora de aceitar o contrário, calar a boca, olhar para frente e sorrir para a tristeza. Perder o medo de decidir para onde ir e deixar de ser hipócrita. Me declarar, com orgulho, eterna angústia. E viver... só isso.



►Eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Fatos desimportantes.

Saí para devolver um dvd na locadora erma e distante de casa e acabo voltando para casa com o livro que estive “namorando” por váááários meses. Comprei Cabeça Tubarão (Steven Hall)! Comprei também um livro do Oliver Sacks: Um Antropólogo em Marte. Fiquei serelepe! Comprar livros me faz me sentir tão fresh...
Mas estou incomodada. Meu livro lindo de estimação do Daniel Tammet está emprestado a um colega da Lali, e o meu outro livro de estimação do Oliver Sacks está com a Nick, que não teve como me devolver na terça-feira.
Então adicionei à minha lista de novos livros a namorar: Deus, um delírio; Olhe nos meus olhos; Ostra feliz não faz pérola (Rubem Alves, ADORO).
Mais uma vez me lembro da sabia frase... meu sonho, ler livros na mesma velocidade que os compro.
E como encontrei com Erick e Raquel, é claro que voltei para casa com mais alguns momentos hilários para a minha coleção. Caso que Erick contou na volta, enquanto eu estava dirigindo e quase bati porque estava chorando de rir:
Um amigo dele, que estava “acampando” na serra do cipó, estava extremamente bêbado e, num ápice de sabedoria, decidiu passear no meio do mato. Quando ele volta (e encontra seus amigos ainda bêbados) conta que viu um gnomo no meio do caminho! Disse que tinha capturado o gnomo e que ele estava dentro do armário do quarto. Quando foram verificar, lá no armário estava uma criança com síndrome de down. A essa altura, os pais da criança já estavam desesperados procurando o menino, e esse insano desse cara teve problemas para provar que não tinha seqüestrado o menino, que estava bêbado e achou que ele fosse um gnomo!
Até parece piadinha de humor negro, gente. Estou morrendo de rir agora só de lembrar do caso!
Comi no Spoleto!
Lali está aqui ao lado lendo curiosidades em uma revista legal que comprou hoje sobre um livro que lista as fobias modernas. Magnunfraterfobia: medo de reality shows. (magnum = big; frater = brother....????!!!!!). Gente... onde esse mundo vai parar? Existe uma fobia de que seu filho caçula desligue o telefone no meio de uma ligação importantíssima. Fobia de entrar na fila errada... fobia de entrar para uma fila de espera... Fobia de escadas invisíveis!!! Eu desisto desse povo.
Isso me lembra uma interna minha, da Lali e do Erick: fato interessante... o avô de Carlos Magnum, bisavô de Alexandre, o Grande se chamava Pepino, o Breve.



►Com essa média de dois posts por dia, ao fim do mês o numero será absurdo! Mas fazer o que? Escrever tem sido um elemento estabilizador de humor para mim ultimamente.

Variância

Sonhei que a minha tia preferida tinha morrido... e demorou um tempo para cair a ficha. Quando caiu eu me acabei de chorar. Mas não me lembro mais do que aconteceu no resto do sonho. Na verdade não tinha repensado nesse sonho até agora. Foi quando eu lembrei da Tia Lilí e então me veio um pensamento relâmpago: “mas... ela não tinha morrido?”... então percebi que tinha sido um sonho.
Engraçado, ultimamente tenho pensado muito na minha primeira lembrança, onde eu me sentava no colo da Tia Lilí e perguntava se eu ia morrer. Quem sabe haja alguma conexão misteriosa entre essas coisas. Ou quem sabe ser cética vai me poupar vários minutos de reflexão infrutífera.
Eu tenho essa tendência a pensar no mundo como dois extremos incompatíveis. Então o meu objetivo passa a ser o meio do caminho. Seguindo a sabedoria de Aristóteles. Mas uma vez tive uma conversa com o Fefs sobre isso, e nunca tinha pensado que poderiam existir vários caminhos diferentes (no caso do Fefs, sete), e que poderia haver interseções entre dois ou mais dos vários caminhos. Então eu tentei pensar assim, mas ficou complicado demais para a minha capacidade cognitiva. Enfim, descobri que amo e detesto teorizar sobre a vida. Amo porque isso me dá uma sensação ilusória de segurança. Detesto por ser ilusória. A questão é que eu sou uma pessoa totalmente insegura. Nunca me encaixei direito em um padrão, nunca tive um grupo que desse suporte ao meu jeito de ser, e por isso eu sempre acreditei que eu deveria ser o meu próprio suporte. Mas é como jogar o peso do mundo sobre mim mesma. Algumas pessoas se apóiam na religião, ou nos seus grupos bem estabelecidos, outras em coisas tão misteriosas que eu acabo achando que elas têm uma maturidade emocional bem maior que a minha. Mas não acredito nisso de verdade. Acho que todo mundo é tão inseguro quanto eu, só que nem todo mundo tem isso tão nítido na cabeça.
Eu sempre me limito a falar do que eu vejo. Só que o que eu vejo é quase sempre mentira. Eis que sou uma mentirosa orgulhosa de ser.
Algumas questões de valores bem populares não fazem o menor sentido para mim. Porque eu tenho uma opinião bem simples e tranqüila sobre coisas como mentir. Já outras questões que produzem algumas respostas programadas, que parecem ser simples para os outros (porém massificadas), já me fazem passar horas debatendo internamente para chegar a conclusão nenhuma. Essa minha visão invertida acaba sendo a base da minha identidade “autônoma”. É nisso que eu me apoio: no orgulho que tenho de saber pensar em coisas que não são naturalmente pensadas. Se for seguir por isso, existem varias pessoas como eu. Digamos pseudo-intelectuais prepotentes.
Mas a verdade é que eu não posso, nem se quisesse, mudar o mundo. Nada que eu faça vai fazer com que as outras pessoas mudem. Mas eu posso mudar a mim e, assim, posso mudar o meu mundo ilusório particular. E não adianta falar em alienação comigo, porque todos têm um mundinho particular alienado. É para lá que vamos quando estamos calados (eis que descubro por que não gosto de argumentação de sociólogo).
A vida dos outros não é de massinha. Mas a minha vida é.
Anyway... I think that what I’m really trying to say here is... I HATE SAUERKRAUT!

Sabedorias populares para alegrar o dia:
"H2O em estado líquido, insistentemente colidindo com formações rochosas de maior período existencial, acaba por provocar orifícios irregulares.";
“Àquele que se encontra provido de cavidade oral é permitida a ida à capital da Itália.”





►Fui deixando os assuntos virem sozinhos… acabou que meu post não tem propósito de ser.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Sinceridade mata.

O mundo é totalmente outro de pontos de vista diferentes.
Quanto ao meu, digo que já acabou a fonte. Tranqüilidade tem prazo de validade. A minha é que tem conservantes de boa qualidade, e tende a durar muito mais que o “normal”. Não acho que eu possa responder a essas perguntas que acabo de fazer ao espelho. Mas a minha imagem não pareceu gostar muito de ouvi-las.
Eu não queria mais esse tipo de repetição. Mas continuo me prendendo nele.
Afogando...
E eu quero que pareça muito pior do que o que realmente é. Assim posso berrar tudo de uma vez, odiar tudo de uma vez.
Agora que a sugestão se tornou verdade, fazer o que?
Por mais que, cada um ao seu modo, venham se unir a mim, eu não me sinto em plural. Primeira pessoa do singular. Só pensar em mim cansa também.
Dizer o que eu sinto não apaga o sentir. E não é porque eu sinto que as coisas vão ser diferentes. Não é por deixar que as pessoas me conheçam... não é por querer... algumas coisas são possíveis, outras não. Não é possível chegar ao fim do sonho... e por isso mesmo, não é possível continuar sonhando.
Detesto o sentimento de querer não querer.
Não é por ser má pessoa, ou por querer ignorar os outros pontos de vista... é que a partir do momento que eu me convenci de que precisava ser egoísta, eu me ensinei que ser como eu era antes (burra, idiota, tapada, inconseqüente, infantil) é que era o crime. Mas não há crimes. Sou só eu tentando elaborar estratégias para sofrer menos. Eu sempre fui, e ainda sou, uma burra, idiota, tapada, inconseqüente, infantil coberta com uma camada abundante de pensamento egocêntrico.
Então eu sinto culpa... mas não tenho a quem pedir desculpas.
Eu tento ser racional, mas é só uma ilusão. Não existe pensamento racional dentro dessa minha cabeça oca.
Quem sabe seja melhor mesmo. Eu posso estar totalmente errada.
Mas eu nunca consegui lidar com incerteza.
Ser sincera só me faz sentir inferior. Racionalmente isso não faz sentido... mas o que foi que eu acabei de dizer?
Eu procuro na minha “utilidade” motivo para que gostem de mim. Eu procuro nos outros motivo para gostar de mim mesma. Parece que eu também sou assim, João. Como sempre, são as maiores verdades as que eu não quero aceitar.
Eu não quero que me vejam como eu sou.
Mas como já desisti de me enganar, vou tentar driblar o meu vício de me esconder.



►Que bosta, odeio o fato de que a minha mãe sempre sabe como eu estou me sentindo... quem sabe seja ela a única pessoa que me conhece como eu sou sem que eu precise falar nada.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Me odeio por isso.

Bêbada, cansada, deitada na cama, pessoas ainda conversam, posso ouvir pela janela. Não sinto meu corpo direito. Mas sinto algo na garganta. Eu sabia... é tudo que eu posso jogar na minha própria cara no momento.
Me odeio por isso.
Afinal... Por quê?




►afinal...

F*$%<>@#**"¨$#@%!!!!!!

O momento pediu exatamente esse cd. Sometimes I need to cry it out…
Coisas que eu aprendi na marra e que ainda não quero aceitar. A vida dos outros não é feita de massinha. O mundo não gira em torno de mim. Os motivos que eu crio para me sentir melhor nem sempre são verdades. Algumas verdades doem mais quando são mais simples. A minha mania de complicar os fatos é uma fuga das verdades cruas.
O meu dia começou bem. Mas eu vivo me enganando. Me esquecendo dos outros motivos. Me esquecendo que isso tudo é para não ter que aceitar o fato.
Mas o dia fez questão de me mostrar. E eu trombando com a parede de novo.
Às vezes um dia de sorrisos não é suficiente para maquiar várias noites de raiva.
E por que não admitir que eu estou puta? Porque não combina comigo. Ou porque eu não consigo lidar muito bem com esses sentimentos carregados passeando dentro de mim.
Olha onde eu fui parar... Completamente desconfortável no meu próprio território. Não tenho mais momentos sem pensamentos pesados.
Estou exausta. Quero muito mudar de vida por um dia. E esquecer da minha própria.
Eu não tenho alguém com quem possa lutar contra o mundo.
As pessoas são o mundo.
Eu choro para lutar contra mim mesma.
E mais que rápido mudo de decisões. As coisas vão mudando rápido, eu mudo rápido a minha visão sobre elas.
Gosto e até sinto falta de levar certos tapas na cara.
Será que vou sair dessa espiral tão cedo?
Nos próximos quatro dias vou fazer um exorcismo em mim.
Começando com o vicio, passando pela abstinência, para voltar à vida no final e fazer o teste falho. Sei que não existe isso. Devo voltar a me sentir bem, voltar a me sentir mal, voltar ao bem, ao mal, ao bem, ao mal....
Os trechos de musica só completam com mais palavras.
E só consigo pensar em como escondi esse sentimento horroroso até de mim mesma o dia inteiro. As minhas fichas caem com mais facilidade depois das três...
Cansei... Quero distância de mim.




►Preciso de dias ruins para quebrar a onda de excesso de bom humor. E por que será que só boto pra fora de forma covarde?

terça-feira, 20 de maio de 2008

Inefável

Adj.: que não se pode exprimir pela palavra;
indizível;
inebriante;
encantador;
delicioso.

Preciso dizer mais alguma coisa? Nem se eu quisesse...



►Uma palavra para dizer daquilo que não se diz em palavras! Sou apaixonada por linguagem, simplesmente.

É a merda do reforçamento intermitente!

Se eu ainda sei com o que sonhei essa noite, prefiro não saber.
Só porque eu estou ficando com preguiça de sonhar.
Isso é um quase mau humor. A única diferença é que eu não estou de mau humor.
Na verdade eu estou é com raiva dos fatos cíclicos que me perseguem. E com raiva de viver intercalando entre paz vazia e turbulência quase preenchida. Já expressei a minha raiva da palavra “quase” há poucos dias.
Mas tem também varias coisas que não me deixam, nem se eu quisesse, ficar com cara de bunda hoje. Porque tem certas coisas que me fazem sorrir eternamente só pelo fato de existirem. E porque eu vi um passarinho verde ontem, e até as piadinhas mais sem graça e ridículas estão me fazendo morrer de rir. Ou quem sabe isso é efeito retardado da overdose de chocolate de domingo. Ou quem sabe eu apenas não quero ficar emburrada por aí porque eu acabo ficando extremamente irritada comigo mesma.
Uma anedota engraçada (adoro falar anedota): quando eu tinha quatorze anos, tive uma fase meio dark, achava que minha vida não prestava para nada, que eu era a excluída do mundo, chegava a me chamar de saco de lixo onde todos depositavam problemas e nunca soluções. Me via como uma bolinha azul no meio de uma imensidão de bolinhas vermelhas. E por isso estava sempre propensa (na verdade eu queria) a estar de mau humor. Não sei se era por causa dessa minha personalidade “altruísta”, ou porque eu estava era fazendo um enorme drama mesmo, eu não conseguia ficar de mau humor. Então ninguém sabia que eu estava mal. Hoje enxergo assim: eu era um protótipo de emo, que queria fazer de tudo para mostrar às pessoas que estava em depressão, esperando ansiosamente por um afago que mostrasse que as pessoas se preocupavam comigo. Mas eu não estava realmente em depressão. Na verdade a minha vida era muito mais que divertida, e por isso me frustrava. Planejava pela manha a merda de dia que ia vir pela frente e voltava para casa sorrindo, sem entender o que aconteceu no meio do caminho que não me deixou exibir para todo mundo o quão infeliz eu era. Gente, eu precisava muito de psicólogo. Muitas vezes ainda me pego fazendo isso, tentando exibir nas entrelinhas os meus desconfortos para ver se as pessoas conseguem ler e vêm me afagar de vez em quando. Claro que agora esses meus joguinhos emocionais são mais sofisticados. Olha que crápula eu sou... Acho que ainda preciso de psicólogo.
Mas, curiosamente, a maior mudança na minha vida aconteceu por eu ter entrado na faculdade e principalmente por estar estudando psicologia. Agora posso (eu e o Huds) colocar a culpa na merda do reforçamento intermitente! Agora posso teorizar sobre tudo na verdade. Mas isso é o menos importante. A questão é que agora eu consigo enxergar certas coisas escondidas atrás de atitudes dos outros e das minhas também. E agora consigo enxergar a grandeza e o peso de algumas palavras, coisa que antes ignorava.
Não sei se sinto preguiça ou tesão por essa complicação que é lidar com gente. Cada hora estou tendendo para um lado. Na verdade eu estou quase sempre na casa do tesão, mas quando isso começa a afetar o meu dia e me trazer aborrecimentos, nessas horas queria me trancar num quarto e só ter que lidar com as minhas músicas e meus lápis de cor.
No momento, tudo que eu quero é superar meus medos e dançar. Na verdade estou precisando dançar até minhas pernas falharem.
Mais anedotas simpáticas para o meu dia (mais simpáticas até que o queijo simpático da minha tia Lilí): nunca pensei, antes de me considerar universitária, que, além de sentir um prazer descomunal por estudar, eu chegaria ao ponto de transferir minhas energias e pensamentos para os estudos para tranqüilizar outros aspectos da minha vida, porque chego a um ponto que estudar é o único prazer grande o suficiente para me manter em estado pós orgasmico por dias e seguro o suficiente para eu ter certeza de que não vai me desapontar. Obviamente eu nunca conseguiria pensar assim enquanto era obrigada a estudar geografia e química...
O fato é: estou completa e arrebatadoramente eufórica para estudar. Obviamente inspirada por psicologia cognitiva e filosofia da mente! Nossa, só de falar isso já trás uma certa excitação, não é? É quase como dizer brócolis, ou batatas sautet! (imaginei uma cena hilária agora...)
Ai ai... fatos, fatos e mais fatos... eu tenho que ficar enfeitando eles de vez em quando para a vida ficar mais divertida.



►Um são bernardo sentou no meu sanduíche! (explode de rir)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Comfortably numb.

Tudo que eu precisava hoje: uma tese, horas e horas de estimulação mental, um ídolo, um teste a mim mesma, momentos gostosos, contradição, pseudo-soluções para pseudo-problemas, mais estimulação mental, questionamentos, possibilidades, mais verdades, conclusões, e para fechar, uma conversa mais que ótima com o Huds. Nada como conversar com alguém que está passando exatamente pela mesma situação que você. Formamos um grupinho excludente para nós dois podermos nos sentir acompanhados. Adoro esse menino!
Cheguei me sentindo muito eu, muito bem, muito viva, muito pensante.
Detalhes do meu dia se dissolvem. Só me resta aquele texto que escrevi durante uma das aulas. Ali depositei meus medos, minhas duvidas, minhas certezas, minhas raivas e minhas frustrações. Se meu caderno soubesse quanta coisa carrega por mim...
Se meu blog soubesse quanto peso ele suporta.
Se as pessoas soubessem quanta mudança elas me trazem...
O que sou hoje é o resultado da soma de tanta gente à minha volta. Isso multiplicado pelo meu coeficiente de individuação. (não sei de onde tirei isso)
Decidi ligar meu “fodas”. E que se dane...



►Quero overdose de pensamento. Quero mais palavras, mais teorias, mais ciências, mais explicações, mais poesia, mais imagens, mais sons.

A verdade sobre a verdade.

Uma nova semana, e nenhuma estória perfeita.
Elas não existem.
Coisas que eu não queria saber...
Eu me concentro então nas coisas que me dão prazer só pelo fato de serem.
Como na “aula” a mais do Gauer que eu vou assistir hoje. Assim eu me inspiro na inteligência.
Como o simples fato de eu estar participando da pesquisa dele. Assim me inspiro na minha euforia.
Como nos meus amigos que não precisam se esforçar em nada para me matar de rir. Assim me inspiro nas minhas risadas.
(ontem comi tanto chocolate – fizemos um fondue na casa do Theus – que acordei com ressaca!)
Como na minha mente agitada. Assim me inspiro na contradição.
E as estórias vão ficando para depois. Para ver se algum dia, quando eu crescer, consigo realizar os meus sonhos de infância.
Como é mais fácil lidar com a raiva quando eu aceito as verdades irritantes da vida...
O jargão de minha irmã caiu como uma luva agora...
“Admita para si mesmo... tudo vai ser mais fácil!”
Hoje eu acordei realista. E um pouco totalitária também.



►São seis horas da manha, e eu estou aqui postando... é muita empolgação pro meu gosto chegar a levantar mais cedo ainda que o necessário...

sábado, 17 de maio de 2008

A verdade.

Vai doer, e eu sei disso.
Mas dessa vez é diferente.
Eu sei que dor é essa, e eu escolho o risco de senti-la.
Tomando as mesmas atitudes com olhares diferentes.
Esse é um momento amarelo da minha vida.
Agora eu já pulei.
E começo a pensar apenas em sentir o vento contra as orelhas.
Será que o chão vai ser meu amigo?
Oi, chão!



►Quero mudar a disposição das coisas. Começando pelo mundo.

Sábado agitado

Agora estou tremendo... porque admiti a minha incompetência para me virar em situações de estresse. Mas é por isso mesmo que não vou aceitar essa condição e não fazer nada. Já elaborei na minha cabeça todo um plano de ação que deve se concluir em alguns meses, e espero que funcione.
Hoje foi outro dia muito mais que ótimo!
Começou com a decisão de que não iríamos (eu e sister) ao francês. Hoje os meus avós fizeram 55 anos de casados... e meu avô fez questão de que saíssemos em família para comemorar isso. Então saímos felizes (eu no meu carro). E hoje não foi um dia muito bom para eu dirigir. Não fiz besteiras, mas estava meio roda dura. Comi salmão!
Depois de almoçar fomos à Bienal do Livro no Expominas. Acabou que estávamos com preça para encontrar a Raquel, o Erick, a Diva e o Paulo para irmos ao cinema. Não ganhei livros... mas pseudo-ganhei a assinatura de revistas interessantes.
Saímos de lá, eu e Lali e fomos até o Usiminas (não antes de estacionar no Diamond porque a inteligente da Raquel nos disse que eles estavam no Usina... quando descobrimos para onde realmente deveríamos ir, voltamos correndo para o Diamond para tirar o carro do estacionamento antes de ter que pagar estacionamento. Corremos horrores!)
E os momentos com o povo foram o que fez o meu dia. Adoro eles infinito! Estávamos nos divertindo tanto apenas conversando no café do Usiminas que decidimos não ver filme algum. Fomos depois comer no Xodó, demos voltas na praça da liberdade, e eu não ria tanto assim há algumas semanas! Chorei de rir com eles.
Eis que na volta me vem o momento mais tenso do dia. Estou um pouco nervosa até agora. E se não fosse o Paulo me salvar, eu estava ferrada.

Ai ai, Raquel e os seus casos insanos. A tal da Bruna que chora muito e tem um sexto sentido... imagina que você está transando com uma menina e de repente ela começa a chorar. Você pergunta se tem algo de errado, e ela só responde “não... é que é muito lindo!”...
Nem batatas sautet salvam numa hora dessas... O cara brocha na hora!
Ah, estava com saudade deles...
E estava precisando conversar com eles também.
Adorei o dia!

E já que não vimos filme algum, vou ter que tirar algum dia dessa semana pra ir no Usiminas assistir “Um beijo roubado”... porque Natalie Portman e Jude Law no mesmo filme não pode dar em nada menos que perfeito!

Me acalmando aos poucos... vou assistir I’m Not There agora! E me deu uma vontade de assistir Across the Universe de novo...



►Assunto me perseguindo: sexo...

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Dois mais dois dá em infinito!

Mistura louca de cores e imagens e sons. Tudo numa massa que me envolve por todos os lados e preenche todos os meus sentidos.
Eu ainda estou muito alterada para escrever coerentemente sobre o que estou sentindo.
Hoje foi um dia ÓTIMO!
E só.
Eu fiz tudo que estive precisando fazer há dias. E descobri uma diferença enorme entre querer e precisar. Descobri momentos perdidos dentro de mim. Descobri momentos guardados para vir aos poucos, me fascinando mais a cada minuto.
Os pensamentos vão se formando em minha mente e amadurecendo com os dias que se passam. Até que um dia desses chega e derrete de uma vez só tudo que estava “pronto”.
Palavras... eu as adoro de toda a minha alma. Mas os momentos em que elas não são necessárias fazem a vida vale a pena.
Existe um passado, afinal. E existe o milkshake de momentos e reações e respostas e olhares e tudo mais que a vida traga que me transforma nessa apaixonada por viver que eu sou.
E de forma intensa, descubro mais um dia. Um dia onde praticamente tudo valeu a pena. É por dias assim que eu continuo lutando contra mim mesma... para chegar no fim, cansada, acabada, morta de sono, e me olhar no espelho, e declarar o meu amor cego pela minha vida.
Só me resta fechar os olhos.



►Euforia pós-alcoólica? Ou algo mais!

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Contradição, minha amiga imaginária.

Por que parece que eu não estou confortável, e que nada pode mudar isso? Tem horas que estou com um sentimento estranho. Quero fazer alguma coisa, estou inquieta, aflita. Angustiada, sei lá. Coisas na garganta.
Podia explodir que me sentiria mais tranqüila.
Quando falava em paz, procurava o contrario desse sentimento.
E já não me sentia assim há algum tempo...
Será que vou ficar para sempre nessa briguinha chata e infantil comigo mesma? Porque quando eu quero uma coisa, ela vem, me deixa feliz e satisfeita, mas trás conseqüências que me fazem querer voltar ao estado anterior. O que me trás novamente as conseqüências que me fizeram querer coisas novas inicialmente.
Agora que enxergo essa não-lógica que rege a minha motivação interna, não faço mais idéia do que eu realmente quero.
Não é mais como andar em círculos. É como ficar parada num ponto fixo enquanto as coisas giram em volta da minha cabeça. Uma hora vou acabar ficando realmente tonta. Se já não fiquei.
Imagina uma bolinha de ping pong que pula de um lado para o outro em uma mesa onde a direita é o negro, o vazio, o nada, a ausência, eu mesma; a esquerda é o branco, o cheio, o tudo, a presença, outra pessoa.
Começo a pensar que não há meio do caminho.
Começo a pensar que pensar é inútil.
Mas não posso parar de pensar. Eu fui amaldiçoada com a autoconsciência. A vida é assim para nós, macacos.
Estou em excesso. Tem eu demais aqui. Tem tudo demais. Eu estou sorrindo de ódio. Estou berrando de tão tranqüila. Estou vomitando de tão saudável...
Quem sabe aquele conselho que saiu da minha própria boca seja de bom uso para mim mesma. Amanha vou sair de casa bem cedo e correr até não agüentar mais ficar em pé. Até não ter mais energia nem para pensar em qualquer bobagem.
Amanha vai der um longo dia.
E eu estou aqui alongando o presente, encurtando o futuro. Boaventura que o diga!
Tenho alguns pensamentos que já são quase verdades. E o problema está justamente nesse “quase”. A palavra que vai me irritar eternamente... tudo que é quase tudo e quase nada. Tudo que está quase chegando ou quase partindo. Tudo que eu já quase sei e tudo que já quase me esqueci. Meus quase pensamentos, minhas quase frases, minha quase coragem, minha quase esperança, meu quase bom senso. As quase presenças, as quase lembranças. Quase eu. Porque eu estou sempre um pouco ali à frente... e olha como estou fugindo rápido. Por isso tenho que estar sempre com pressa, correndo atrás dos meus rastros. Quase rastros. Quase pistas. E eu quase perdida de mim mesma.
Como?
Onde então eu estou? No extremo ou quase lá? Será que ia gostar mais se lá estivesse realmente?
Eu queria mesmo é aquele sonho meticulosamente calculado. Eu sou idealista demais. Herdei a obsessão de meus antecedentes...
Ai, gente... o que eu faço com essa menina? Parece até que quer ser caso perdido.
Mas me sinto transcendentalmente bem.
Se é para juntar tudo numa receita de... Salmão grelhado com molho de maracujá e risoto de aspargos (porque eu queria uma comida mais chique que bolo aqui – e vale enfatizar a vontade que pensar nesse prato me deu...). digamos que eu vá cozinhar a minha vida, juntar tudo numa receita só, é justamente a mistura da porção de salgado, da pitada de doce, do toque de ácido, e do amargo sutil que faz aquele gosto perfeito, orgástico, que te faz querer dar pro cozinheiro. (ou comer a cozinheira, por que não?)
Olha que engraçada eu sou: reclamo, reclamo... Claro que de forma poética, sempre poética, mas ainda sim reclamo. Depois pondero. Descubro que não há opões porque não há estabilidade. E tudo para finalmente concluir que se não fosse essa complicação toda que eu apronto na minha cabeça, que me faz perder o sono e me impede de me concentrar em quase tudo, que ocupa a minha mente e me deixa angustiada em tempo integral... eu não seria feliz... então eis que me admito feliz.
Ok, eu confesso... eu sou.


Emoções musicais do dia: 1)Cd acústico da Shakira! Porque eu AMO esse disco, porque a Shakira antes de começar a cantar em inglês era linda, perfeita, um gênio e tudo mais, e porque é totalmente nostálgico ouvir isso... 2)Estava no centro, comprando coisas pra a minha mãe, e aproveitando para me dar um milkshake ovomaltine do Bob’s (porque eu mereço um de vez em quando), e na praça de alimentação do Cidade tinha uma mulher cantando algo que me soou familiar... Fui prestar atenção e ela estava cantando Thank You! (vide dois posts abaixo)... Perseguição? 3)Certas músicas que envolveram momentos que eu queria que se repetissem me trazem de volta a eles... na verdade não queria que se repetissem igualzinho, mas sinto saudades da situação em que aconteceram. Então lá estou eu ouvindo música no ônibus, e começo a sorrir para mim mesma e para as lembranças gostosas que cada uma me trás... Quando abro os olhos, uma mulher que estava em pé estava a me encarar com olhar curioso. Mas quando eu percebi, ela desviou o olhar... nessas horas comprovo a minha teoria de que eu realmente vivo em outro mundo.



►Solo tu sabes bien quen soy... (cantando feliz, dançando feliz, lembrando feliz...)

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Aos companheiros de frustração.

E se fosse só uma pergunta e mais nada?
E se a resposta fosse simples?
Como eles conseguem?
E como eu vou conseguir (seria a minha pergunta que não quer calar)?
Se bastasse a visão... mas seria tão melhor se a audição, o olfato, o tato estivessem todos envolvidos, felizes e saltitantes...
Em resumo, voltei àquele familiar estado mascarado. Feliz, serena e bonitinha por fora. Por dentro está tudo fervendo, gritando, se descabelando.
E se a resposta fosse simples, eu nem estaria pensando nisso agora... e há uma hora atrás, e uma hora antes disso... e mais uma antes disso.... e por aí vai.
Sério... como eles conseguem?

Uma pergunta ótima!
Quem são eles? São sempre citados, mas são totalmente incorpóreos!
Assim como o Grande Filósofo.

Chego em casa e está tudo como eu deixei antes de sair. Começo a pensar em como virou normal ter alguém que faça as coisas por mim. Que preguiça que estou do trabalho que vou ter para arrumar alguma janta...



►Me descabelando em ritmo de festa!

terça-feira, 13 de maio de 2008

Era uma vez um sonho.

Muito tempo se passou, e ela não voltou àquele lugar. Passou a visitar apenas em pensamento. Guardou as lembranças. Pegou aquele lugar e colocou em uma caixinha lacrada num canto escuro da mente.
Algumas vezes pensou em como seria voltar ali. Quem sabe seria extremamente desagradável. Quem sabe não a afetaria de forma alguma. Mas decidiu não experimentar a sensação, seja qual sensação a esperava ali.
No começo não queria mais lembrar. As coisas foram evoluindo em sua mente.
Primeiro a dúvida, depois o medo de estar correta. Primeiro veio o desespero, e depois a decisão mais importante, ela acreditou. Veja, é que ela sempre foi uma menina alheia à própria vida. Nunca precisou decidir para onde a própria vida iria. Ela simplesmente ia. Então um dia, se viu diferente daquela menina que aceitava tudo que acontecia sozinho. Porque acontecer sozinho já não a satisfazia.
Primeiro veio a lágrima, e depois o sorriso. Mas depois daquele dia de inverno, tudo havia mudado. Não haveria mais nada do que sempre houvera. Não poderia mais contar com aquilo que lhe acontecia diariamente. E então veio aquele sentimento perdido.
Depois disso os dias passaram em blocos. Primeiro vieram os gritos e depois as frases sóbrias e bem ponderadas.
O medo deu em certeza, que deu em postura, que deu em orgulho, que deu em vaidade, que deu em solidão, que deu em saudade, que deu em idiotice, que deu em esquecimento, que deu em tentativa, que deu em frustração, que deu em desilusão, que deu em procuras. Essas deram em nada, de início. Depois veio mais tentativa. Que deu em mais frustração. Por fim veio a total negligencia que deu em total preguiça, a perda de sentido, a ausência, enfim ausência.
Vieram certezas mentirosas, vieram seguranças ilusórias. Vieram pensamentos que nada faziam se não a convencer de que havia feito a escolha certa. Ela teve que pensar muito até descobrir que pensar não era necessário.
Mas não é que tudo sempre muda? A cabeça dela mudou. E tudo que estava dentro ganhou outro brilho e outra sombra. As canções eram outras, e assim, falavam de coisas diferentes.
Tanta coisa lhe aconteceu de novo. E aquela frase, uma das ultimas amigáveis, se tornou realidade. Coisas que ela não imaginava que aconteceriam, mas aconteceram.
E com tudo que veio de novo, a caixinha lacrada, aquele lugar... voltaram.
Foi sem querer.
Ela estava apenas passando por perto, por algum motivo qualquer. E então olhou para lá. Lembrou de tudo de repente. E sorriu.
Mas agora era outra presença ao seu lado. E agora era hora de escolher novos lugares para viver.
Ela não sabia que as coisas eram assim.
Nunca tinha vivido nada direito. Só estava se deixando levar pela vida.
E como foi gostoso o sabor de vida realmente vivida!


E aí eu acordei.



►É tanta coisa interessante para pensar! Tudo junto numa tempestade mental. Até que uma cena interrompe e me enche de endorfina.

Thank you.

My tea's gone cold, I'm wondering why I got out of bed at all
the morning rain clouds up my window
And I can't see at all
And even if I could it'd all be gray, but your picture on my wall
It reminds me that it's not so bad
It's not so bad

I drank too much last night, got bills to pay
My head just feels in pain
I missed the bus and there'll be hell today
I'm late for work again
And even if I'm there, they'll all imply that I might not last the
day
And then you call me and it's not so bad
It's not so bad and

I want to thank you for giving me the best day of my life
Oh just to be with you is having the best day of my life

Push the door, I'm home at last and I'm soaking through and through
Then you handed me a towel and all I see is you
And even if my house falls down now, I wouldn't have a clue
Because you're near me and

I want to thank you for giving me the best day of my life
Oh just to be with you is having the best day of my life



►Porque eu tinha me esquecido do quanto essa música é linda! E porque ela é a minha cara!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Mais um desses...

Mas que dia mais aguado e sem gosto...
Não que eu esteja reclamando das boas companhias, mas sabe aquela sensação de que o dia está pseudo-dia?
A tal prova? Estava convencida de que seria o maior desastre da minha vida. Mas cheguei na sala e descobri que só precisava fazer uma questão. Fiz a primeira, que era sobre o argumento de Tomás de Aquino sobre a existência de deus... justamente aquela matéria que me fez detestar filosofia medieval no ensino médio! Mas eu não tinha a visão que eu tenho hoje de filosofia. Claro, o professor não ajudava muito. E eu tinha aquela cisma coma qualquer assunto ligado à religião.
Mas aí, passei o resto das minhas horas a toa alheia em pensamentos que julguei que não devia estar tendo. Mas é inevitável em dias como hoje. Terminei a prova às oito e quarenta. A minha primeira aula começaria à uma da tarde, isso se eu tivesse o primeiro horário... a professora não foi. Então eu fiquei sem fazer absolutamente nada de oito e quarenta até três da tarde... nesse meio tempo tentei ler, mas me cansei depois de algumas varias paginas (o assunto é um máximo, mas a minha vista cansou... não consigo ler por muito tempo). Fiquei andando com o Theus um tempo, conheci a sala do PET e os colegas de PET dele. Ouvimos Dido! E eu descobri que lacuna na minha vida é o fato de eu não ter as musicas da Dido no pc... O Theus foi embora, o Cherem foi embora... e eu fui pra minha sala. Fiquei ouvindo musica uma hora até a aula começar. A musica me fez dormir. Eu sonhei com alguma coisa estranha qualquer que não vou me lembrar agora... acordei com o Celso Henrique rindo do meu lado (compreensível...).
Respondi dois testes de personalidade ou sei lá o que na aula de TEP, descobri que estava com muita fome e fui comer. Ficamos na cantina boiando até começar a aula de Experimental. E pela primeira vez no dia, me dirigi animada a algum destino. A aula foi ótima, ótima, ótima! Como se fosse possível acontecer o contrário.
Voltei para casa quase dormindo no ônibus enquanto ouvia mais música, como faço sempre.
Coisinha interessante essa tal de rotina... confortavelmente irritante.

Mas eu simplesmente amei o clima de hoje.
Sinto muita falta de dias frios como esse. Eles demoram demais para chegar. Dia preto e branco, e tons de cinza azulado! Adoro me encher de roupas de frio. Adoro dormir com dois cobertores. Aquela sensação de cobertor pesado em cima de você. Adoro acordar com o nariz gelado. Adoro as pontas dos dedos meio congeladas. Adoro abraço em dia de frio. Por mim, o inverno durava seis meses...
Só que, por mim, muita coisa seria um pouco diferente.

Um chá de maçã cairia muito bem agora! Com biscoito de aveia com mel. E depois ir dormir.
Acho que não acordei direito hoje. Continuei pseudo-dormindo o dia inteiro. Também, acordar às cinco e quinze da manhã não é muito agradável, ainda mais em dia cinzento e lerdo.
Mas chegou ao fim...
E as coisas que eu não deveria ter pensado, não foram embora.
É inevitável.



►A música (Architecture in Helsinki) tem um clima perfeito para fechar esse meu pseudo-dia. To adorando!

domingo, 11 de maio de 2008

Sem mais delongas...

“Meu sonho é poder ler livros na mesma velocidade que eu os compro.” (para citar alguém que não conheço tão intimamente, mas ouço falar coisas ótimas sobre!)

Como a minha mãe passou o dia de hoje (o dia das mães) inteiro dando plantão no pronto socorro mais fodido do mundo, decidimos sair para “comemorar” ontem à noite. A minha mãe estava com aquela cara de não quero sair, prefiro ficar dormindo. Mas como isso é um absurdo no dia que comemoraríamos a sua condição especial de mãe (de onde tirei isso, mon dieu?) insistimos e não deixamos que ela escolhesse comer uma pizza na esquina de casa (porque convenhamos isso seria ridículo!).
Já dentro do carro (meu irmão dirigindo) decidimos ir comer numa pizzaria (fazer o que, ela realmente queria pizza... como é dia das mães, ela que escolhia o que queria comer) que fica perto da casa das minhas tias, na Barroca (na verdade na rua de trás). No caminho eu já comecei a pensar que isso não daria certo. Sábado à noite, na barroca? Com certeza o meu pai estaria lá, e estaria bêbado (e eu tenho uma certa preguiça dele quando ele bebe). E foi batata. Entramos no lugar e vimos o meu pai e o melhor amigo dele sentados bebendo. Fomos dar um oi e nos sentamos na mesa ao lado. Por incrível que pareça, meu pai estava quase sóbrio (porque totalmente sóbrio era querer demais) e o amigo dele (que é a cara do Steve Carrel!) estava aquele bêbado chato que fala alto, que tem dificuldade para focalizar o seu rosto, repetindo as coisas que falava e querendo que eu sentasse perto dele para conversar (sobre o que, vai saber...). Mas pelos menos eu passei o tempo todo sentada na outra extremidade da mesa que ele, nem ouvia o que ele estava falando. No final das contas foi bem agradável. Como sempre, situações em família proporcionam alguns momentos engraçados, alguns avulsos, alguns levemente irritantes...
Hoje, saímos (adivinha) para outra pizzaria! Que novidade, meu deus! Fomos jantar com os meus avós. E mais uma vez mais alguns momentos engraçados, alguns estranhos, alguns avulsos...
Foi um fim de semana extremamente família.

Fora isso, assisti duas palestras no IV Seminário de Analise Comportamental na Newton. Não tive tempo para assistir as três, porque tinha aula de francês à tarde. A segunda palestra foi muito legal, mas saímos eu e minha irmã de lá criticando a torto e a direito. Mas acho isso legal. Afinal, eu adoro analise comportamental, adoro psicologia social, adoro psicanálise, não posso dizer que adoro desenvolvimento, mas gosto um pouquinho... admito que DETESTO existencial e humanista.... a questão é que quando a pessoa começa a exagerar e ficar bitolada dentro da sua “linha”, eu perco a paciência. Agora, nem entremos em psicologia cognitiva, não é... Orgasmos! (apesar de que, como sempre, eu também acho coisas a criticar até na minha matéria preferida).

Parte engraçada: eu fazendo merda no volante. Mas ontem nem fiz tanta coisa absurda, e hoje consegui não fazer NADA de besta ou lerdo ou imbecil no volante. Engraçada foi a hora que eu estava estacionando no Carretão para almoçar com a minha mãe. Aliás, estacionar não é muito comigo. Sou ÓTIMA para fazer baliza, mas quando é só pra enfiar o carro numa vaga ele nunca fica reto, porra...

Musica psicopata: Vive la Fête – Noir Décir. Ouça isso e tente gritar junto! Eu recomendo!

Amanha tenho uma prova às sete e meia da manha. Não sei nada da matéria, não tenho um dos textos, não tenho como conseguir até amanha, e a prova vai ser declaradamente difícil. Sentiu o drama? Se eu tirar metade da nota, já vou me sentir um máximo.
E olha que é uma matéria que eu adoro. Engraçada a contradição.

Assisti a um filme ótimo ontem: Sem noticias de deus. Fefs que me disse pra alugar, e adorei! Claro... Gael Garcia e Penélope Cruz no mesmo filme só podia ser muito bom!

E que loucura foram esses meus vários sonhos essa noite? Às vezes não sei de onde eu tiro umas coisas... Mas interessante. Tem uma pessoa que agora comprou lote na minha elaboração onírica e não tem uma noite sequer que ela não apareça de alguma forma.




►Post diferente... Hoje não foi o meu eu-lírico. Fui eu mesma. Escrevendo do jeito que eu converso normalmente... e sem assuntos mais complexos... preferi um dia mais leve e sem significados a serem elaborados.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Não quero pensar em título...

“Não te dizer o que penso já é pensar em dizer.”
Encurralada. Presa em um cantinho qualquer que eu mesma escolhi como um cantinho ideal. Agora nem sei mais se foi escolha ou se foi uma extrema coincidência. Se quem sabe foi ilusão acreditar nisso. Mas os motivos nem interessam. O problema é aquela lágrima que abriu caminho.
Agora passo tanto tempo sem chorar que quando acontece eu estranho.
Nem parece comigo. E foi tão único. Único motivo, único momento, única lágrima.
Eu só estou com medo. Medo de me perder novamente.
Eu sou feita de manteiga... Derreto fácil demais. É muito fácil me manter andando em círculos... Basta me oferecer um reforço muito forte intermitentemente e eu vou ficar sempre por perto, esperando o próximo reforço.
Tudo vai continuar sendo como está. Eu vou continuar guardando as crises para quando estivermos só eu e a rua. Vou continuar ouvindo as musicas e sorrindo para elas. Vou continuar me sentindo assim, mas eu não vou mais esperar solução confortável.
Não é porque a minha ferida foi cutucada que eu vou voltar a ser a babaca que eu já fui.
Agora eu sei me monitorar para não ter recaídas nesse meu vício de me sentir a vítima. Coisa tão típica de mim, e tão ruim de admitir.
Eu decidi que hoje seria diferente, e muita coisa mudou. E eu nunca tinha acreditado em mim mesma.
Não preciso e nem quero ficar procurando motivos, jogando a culpa em alguém, tentando formular uma razão para o sentimento. Agora eu quero apenas o fato, e azar se não for legalzinho ou bonitinho. É com ele que eu vou viver agora.
Eu costumava achar que a mudança viria em uma mágica e que de repente eu tomaria outra atitude melhor. Eu me esqueci de que eu preciso assumir a mudança antes que ela aconteça. Ainda não cheguei ao lugar, mas descobri o que eu tenho que fazer agora.
Enquanto isso, eu continuo cometendo erros absurdos.



►Agora posso dizer que sei o que é sentir o sabor do próprio veneno.

Continuo sendo.

E eis que me veio outra alternativa.
Sair de casa bem cedo e receber o vento gelado na cara. Ouvir os problemas de outras pessoas e reparar em como as pessoas adoram se ocupar com problemas. Se espelhar na impaciência. Andar devagar. Observar o céu limpo, azul gelado, e o sol que escolheu o dia a dedo para me agradar. Ouvir música de explosão literalmente explodindo. Comer uma grande quantidade de glicose de uma vez. Beber muita água depois disso. Me sentar para me ocupar das responsabilidades que eu escolhi ter. E finalmente simplificar toda aquela sopa de sentimentos e pensamentos e sensações e desconfortos e irritações e o diabo a quatro em apenas uma frase. Uma frase simples, de simples compreensão, que até um pirralho entenderia e riria da minha cara. E foi o que eu fiz. E é só isso. E foi inevitável me sentir mal. Nem vou repetir aquilo que me veio à cabeça. É nessas horas que eu penso no tempo como meu amigo. Ele me ensina a enxergar os dias que se passaram como apenas dias que se passaram. A reconhecer que ele é importante e necessário. É essa minha alma ansiosa e inquieta que não me deixa ver isso. Porque eu queria que fosse ontem, mas vai ser amanha. E hoje? O que acontece hoje? O meu presente é simples, é bonito, é divertido e é incompleto. Sempre.
Estava precisando de dias ruins como esses...




►E acabou? Quem sabe não... Foram duas as frases de impacto da minha mãe que guiam a minha cabeça até hoje. Uma delas já é tão recorrente que virou conhecimento geral da nação. A outra é: “eu não tenho que ser livre das coisas, mas PARA as coisas.”

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Que seja, que venha.

O trabalho não me importa.
A cobrança não deu em nada.
A esperança não se foi.
E a idéia que eu tinha evaporou.
O que apenas era sofreu mutação.
Eu percebi verdades.
É difícil lidar com impotência.
As palavras só dizem a metade.
Não há coragem para abrir a boca.
São só quatro paredes.
Os buracos se alargam.
O clima esfriou de repente.
Eu quis sentir a agonia do silêncio.
Apenas não é suficiente.
Queria ser o meu cachorro.
Não consigo pensar.
Cabeças vão rolar...
Queria destruir alguma coisa.
Nada mais me importa.
Estar infeliz é apenas um tipo de estar.
Estarei na sala de estar.
Ninguém quer a verdade inteira, exceto eu.
Prefiro ser atropelada de uma vez que aos poucos.
Como a Raquel sempre diz: não bom, não bom.
Hoje pesou.
As fichas desabam num escândalo.
E eu vi de longe quem eu não queria que existisse.
Não gosto disso, mas não me culpo.
Fatidicamente cruel.
Essa palavra me irrita.
Não essa... outra que acabo de ouvir.
Não há conclusões nesse post.
O dia termina, e a pressão só aumenta.
Amanhã serei outra pessoa.
Tomara que alguém que eu goste mais.
Até lá vou destilar esses pensamentos, resolver a minha vida antes de esperar o mesmo.
E meu cão aqui do lado... dormindo tão tranqüilo. Será que ele também tem sonhos ruins?
As palavras acariciam.
E eu sou justamente o tipo de pessoa que se conquista com as palavras certas.
E se for verdade, não faz sentido. E se for mentira, por que isso?
Espero que seja (verdade) e que venha (sentido).


You are everything you are
Nothing at all.
You are everything you are
Nothing at all.
You are every night you fade
To light you fade
To light the room.
Daylight hides a new light on you.


PRECISO DORMIR! Muito provavelmente, o meu sono atrasado de dias tem grande parcela de influência sobre o meu humor de hoje.



►Quando está tudo péssimo, nada como a companhia de alguém que também ache que tudo está péssimo. Essa companhia consegue ser extremamente agradável até nos dias extremamente desagradáveis!

terça-feira, 6 de maio de 2008

O segundo e o terceiro.

13:40:

Hoje estou auto-imune. E agora não consigo mais parar de escrever. É a única coisa que a minha cabeça parece conseguir fazer no momento. Estou no meio de uma aula de psicopatologia e o seminário que está sendo apresentado não prendeu a minha atenção nem fudendo. Só me resta esse caderno.
Se tudo que eu escrevo é como um retrato da minha mente no momento do ato de escrever, que compulsão é essa que me ataca desde ontem com esse meu álbum de “retratos”?
Estou me sentindo meio alheia ao mundo de fora. Como se nada que realmente acontece importasse, ou fizesse alguma diferença. Como se não existisse isso que eu chamo de diferença, porque agora eu não sou uma pessoa como qualquer outra, ou como eu mesma. Sinto-me uma espécie de híbrido. Uma mistura de todas as categorias do mundo em forma de consciência fluida, difusa, desconexa, flutuante, espalhada, indefinível, perdida, morta.
Eu não sinto nada. Nem mesmo a dúvida que nunca me abandona(va). No momento estou flutuando dentro e fora daquele nada que “eu” mencionei ontem (ou hoje, não me lembro).E também não quero passar a sentir. Não tenho vontades, não tenho receios. Só tenho lembranças, e as linhas que tentam ligá-las entre si. Não tenho como me concentrar quando não é propósito nisso. Não vejo causas e não vejo objetivos. Não quero focos ou pontos de vista.
Eu nem preciso deixar de existir, pois já não existo. No nada não há haver. E nem a negação.
Where is my mind?

Que estranho estado de consciência. Passei a estranhar todos os sentidos, todos os significados. Passei a visitar flashes de lembranças e apagá-los logo em seguida, com preguiça do que a imagem pode trazer consigo, alguma outra imagem ou alguma tentativa compulsiva de formular um onde, um quando, um por quê, um o que, um pra que, um quem mais?
O meu zoom está se afastando mais e mais. Já não posso ver detalhes. Os meus pensamentos ficaram pequenos demais para me ocupar. E eu não quero nada grandioso agora. Eu quero aproveitar o silencio e a sua amargura. Quero não ser ninguém por algumas horas. Esquecer que a existência existe. _____________________________________________________________

22:09:

Para a minha sorte, depois dessa descarga de pensamentos em meu caderno, assisti a uma palestra com um ex-professor de psicologia social na UFMG, aposentado e também com formação em psicanálise lacaniana (Avulso, não?). Sabe aqueles velhinhos simpáticos que mostram nitidamente o quanto acumularam conhecimento pela vida e que sabem exatamente como e quando usar esse conhecimento? Senti uma enorme, enorme, E-NOR-ME admiração por ele. Ainda mais quando ele mencionou Porfírio, a espécie especialíssima... Me senti tão importante... Tinha certeza que eu era a única pessoa da sala inteira que sabia do que ele estava falando. Parece prepotência sentir isso, mas experimente o sentimento um dia para ver se não é bom.
Ele tinha aquela coisa que eu procuro sempre saber ter. Ele já tem uma visão tão revisada das coisas que passou a vida estudando que consegue enxergar além do que todos enxergam. Ele consegue ver o que está abaixo do buraco, sabe usar as palavras perfeitas para o que quer dizer, sabe procurar o que interessa no problema. E sem querer e sem saber, praticamente me bateu no rosto com algumas verdades que eu estava precisando ouvir, especialmente hoje. Incrível como eu consigo apanhar de uma palestra sobre Estamira. Aliás, Estamira é um filme excepcional! Eu digo principalmente por ter a nítida impressão de que eu abstraí e elaborei muito mais coisa daquele filme que o que foi proposto pela professora.
Saí da aula hoje com aquele sentimento de atordoamento depois de bater a cara na parede. E com toda a certeza de que se eu tenho algum objetivo de longo prazo na minha vida, é ser tão foda quanto pessoas desse tipo. Que um dia eu possa causar esse embasbacamento em outras pessoas. Que eu possa servir de inspiração para outras pessoas. Não porque eu quero ajudar o mundo. Admito que sou muito mais egocêntrica que isso. Mas assim como eu vou me sentir muito bem por ser admirada, sei que as pessoas que vão me admirar vão sentir o que estou sentindo agora.
Seria mais como um espelho que viaja no tempo.
Depois da aula, peguei um ônibus e fui até perto do Diamond, devolver os filmes que aluguei. Saindo da locadora tive uma vontade repentina de comer cookies! Então fui até o Carrefour bairro que tem ali perto. Peguei o meu pacote de cookies e fui para o caixa. Quando olho para a direita, vejo alguém muito parecido com o Fefs de costas. Espera... ERA o Fefs de costas. Então fui conversar com ele e com a Barbara. Me chamaram para ir ao cinema com eles. Apesar das minhas supostas responsabilidades, ignorei e resolvi os acompanhar ao cinema. Assistimos a um filme irlandês no Usina. Chama Once (Apenas uma vez). É um pseudo-musical, e as musicas são TODAS lindas! Como sempre, eu me apaixono pela trilha sonora. Estou baixando ela agora. Depois fomos ao ponto de ônibus e eu voltei para casa. Jantei, descobri que me ferrei bonito: trabalho de social para amanha... Tinha que ter lido um texto gigante e ter feito uma pseudo-resenha. Bom, não vou ter paciência nem para a leitura agora, quem dirá para escrever sobre depois. Ainda mais se levar em conta o fato de eu não ter dormido muito bem nas duas ultimas noites, e amanha tenho que me levantar as cinco e quinze da manha. É a vida. Voltou a ser corrida.
Ontem saí da aula de experimental III com um sentimento tão bom... mas isso não nenhuma novidade. Essa matéria consegue sempre levantar o meu humor.
Ouvindo muito Metric! Não tinha todos os CDs de Metric e tive que baixar com urgência. É MUITO BOM! Vícios dos últimos dias são Metric e New Order. 
Aluguei mais alguns filmes. Para abastecer minha cabeça.
E me peguei sorrindo pra músicas de novo. Tá parecendo com Musicofilia (assunto fascinante que o Oliver Sacks trata no primeiro capítulo do livro lindo que eu comprei) 

Música é o que me faz esquecer que estou com muita preguiça de mim mesma hoje.



►So plant a thought, watch it grow. Wind it up and let it go...

E tudo, se em caixa.

Já tentei de tudo que me veio na cabeça. Mas parece que morrer afogada é mesmo o passatempo preferido. Se eu fosse um gato, já teria ultrapassado meu limite de mortes possíveis. Mas ainda estou aqui, só não sou eu mesma.
Eu queria me livrar daquela frase. Ou melhor, daquele verbo. Parece que um dia ele me viu de longe, pensou que eu seria um alvo fácil e me prendeu, de todas as formas possíveis. Mas esse verbo vem e trás consigo o peso do mundo inteiro. Por alguns meses fiz um exorcismo de verbo em mim, deixei de dizê-lo, depois deixei de pensá-lo... Deixei o verbo pra lá.
Agora me volta um vislumbre dele na esquina. Eu o abandonei, mas ele continua me perseguindo pelas ruas, esperando o momento para me possuir novamente.
Mas agora que eu sei que ele está ali, virando a esquina... o que faço com ele? Assumo novamente o vicio? Corro o risco de me acostumar de novo? Entro novamente em uma montanha russa sem paradas pra descanso?
Que tal começar com outro verbo?
Então eu respiro mais fundo, fecho os olhos como que tentando me concentrar, coloco a mão sobre a mesa e com muita calma deixo outra frase escapar: “eu gosto de chocolate.”
Uma alternativa quem sabe? Para escapar de mim mesma e das minhas próprias armadilhas.
Hoje o dia está mais frio. Hoje eu estou mais fria. Clarões de consciência me deixam assim, indiferente quanto ao que vejo acontecer. Porque sempre que eu descubro uma verdade, ela envolve o fato de que eu não exerço influencia alguma sobre nada. O máximo que eu posso fazer é ser eu mesma. Tirando toda a complexidade que essa idéia trás, já não é isso que eu faço diariamente? Então foda-se.
Às vezes é bom se preocupar. Às vezes o melhor mesmo é ser negligente.

Mais um. Posso até colecionar. Estou gostando dessa historia.
Eu quase sempre me sinto presa dentro do meu corpo. Porque ele é limitado (e bota limitado nisso), porque ele é físico demais. Porque ele me faz perceber que eu tenho medo do que existe além dele. Por que eu tenho medo do vazio? Porque o vazio é grande demais para caber na minha cabeça. Essa minha cabeça que tem tamanho normal de cabeça de ser humano, limitada pelo espaço, prendendo por dentro tudo isso que eu chamo de eu. Mas no vazio não há eu. Não há nada. Não há haver. E nem a negação. Pra onde eu vou? Ou pra quando?
Solidão é o fato. As pessoas tentam fugir dela. Eu tento é aceita-la como a coisa bonita e intrigante que ela é. Ninguém nunca vai compartilhar o meu vazio, justamente porque estamos todos limitados nos nossos corpos. Um corpo não é se não uma prisão isoladora.

Ninguém me viu, porque eu não fui lá. Em outro mundo distante, há outras coisas que importam. Outros insights de percepção. Outras irritações, que levam a brigas, que levam a olhares tortos, que levam a meias conversas, que levam a pesares, que levam a noções erradas, que levam à preguiça generalizada, que leva ao descontentamento, que leva à procura, que leva à iniciativa de dizer a primeira palavra. Que leva ao que não se sabe mais onde vai dar. O mundo não é racional, nem aqui nem na China. E onde é que vai dar a próxima resposta? Não me espanta esse meu medo de continuar retrucando. Nesse outro mundo distante, eu sou uma covarde paralisada e presa no próprio corpo. Qual das duas é mais eu? Essa que pensa e forma frases bonitas, ou pelo menos intrigantes, ou aquela outra, que não consegue transformar pensamento em ato? Acho que prefiro ser inteligente que ser covarde.
Porque eu perco o meu tempo? Porque se não for para perdê-lo, o que mais posso fazer com ele? Aproveitar com o que? Tempo é uma coisa tão idiota...
Mas aí, de novo, bato com a testa na porta com o letreiro de letras garrafais:
“Ninguém sobrevive de mundo das idéias.”



►Olha o estrago que a filosofia fez com essa pessoa... é um caso perdido.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Quem, eu?

Um dia eu me olhei no espelho e comecei a me perguntar sobre o que há de mais básico nesse ato. O que a minha imagem representa... para mim mesma. Eu me vejo séria. Quase sempre com olhos muito abertos. Alguém que é tão apaixonada por expressão facial, não se reconhece numa careta. Eu não me reconheço. E quem é que vai vir me dizer quem sou eu?
Naqueles cantos escondidos e escuros do pensamento, existe sempre alguém. Eis que eu me reconheço ali: sentada no chão, entre o fogão e a parede, brincando com uma caixinha vazia de remédios. Essas poucas imagens de coisas que não me lembro. Essas lembranças de coisas que não aconteceram para mim. Será que eu era outra pessoa? Quem é aquela menina de dois anos, usando um macacãozinho rosa? Não me reconheço ali. Me vejo ali mais como se visse a uma filha minha (e por que não?).
Se o meu futuro está à frente de mim, onde estou eu?
A pergunta que não quer calar: onde é que eu fui me meter? Parece que não tem juízo na cabeça... e não tem mesmo! Se eu não fosse eu, gostaria de ser. Ironia.
Eu procuro complementação para aquilo que eu mesma não sei completar. Daí penso: as coisas que não me fazem falta... ou não fazem AQUELA falta... São as coisas que eu mesma resolvo sozinha? Narcisismo berrou em mim agora. Eu não sinto falta do ato, e sim da companhia. Eu não sinto falta do lugar, e sim do motivo para estar lá. Eu não sinto falta das palavras, e sim do que elas querem dizer.
Quem é você aí? Onde foi que me encontrou? Porque está aqui agora? Qual a minha relevância, afinal? Se você for eu mesma, por favor, jogue fora todas aquelas tralhas que você acumula no armário e aprenda a viver no seu próprio corpo.
Engraçado. Eu já joguei fora. Morro de rir da falta que a falta faz. Morro de rir das coisas que acontecem quando eu me afasto. Morro de rir quando não vejo mais o significado que sempre esteve ali. Não é melancolia! Saio pulando de bloco em bloco. Me prendo a cada um em seu tempo. Depois esqueço. Depois deixo pra lá. Saio pulando por aí. Eu não deixo uma parte de mim em nenhum... pelo contrario: trago comigo uma foto de cada. Eu sei olhar e sorrir. Agora basta formar as frases.
Mais uma mistura completa.
Eu sou assim... como falar daquilo que não se conhece. Apenas se tem um vislumbre. Como pensar em sexo, como saber de amar. Como gritar no escuro. Como correr em esteira em frente a um filme rodando.
Eu não durmo mais. Eu ligo o stand by.
E você... você que piscou para mim por meio segundo, sem saber que eu estava observando cada detalhe, guardando uma foto mental para poder visitar o momento depois. Você que não sabe o tamanho da diferença que fez, mas tem uma idéia de como eu anseio por sua presença. Você que conseguiu o que queria e me envolveu nessa historia. Você que não sabia o que queria, mas me envolveu mesmo assim. Você que veio e se foi. Você que veio e ficou. Você que ainda está aqui. Você que ainda virá. Você está sempre aí. Não importa se esteja de fato. Eu posso te ver daqui e isso basta. Pense em mim de vez em quando... não sabe o bem que isso me faz!
Os outros são um só. O mundo tem duas pessoas: eu e você. O mundo sou eu. A vida no mundo é você.
Quem é você? Não sei! Diga-me você!




►Em vez de criar vergonha na cara e ir pra cama, tive um surto de palavras.

Outro nome...

Por que baseamos nossas vidas em momentos?
Por que dividimos a vida em fases e damos a cada uma um nome de pessoa?
Tenho momentos e momentos.
Às vezes acredito ter passado de um minuto para o outro. Outras vezes a sensação de que voltei para o minuto anterior é nítida.
É como quando eu suspiro... meio que tentando inspirar a solução.
Todas as soluções misturadas, diluídas, flutuando no ar.
Não é uma resposta que eu procuro.
Eu procuro as perguntas certas. Eu procuro algo tão surreal que não consigo pensar em uma forma ou cor.
Mas está tudo ali, no meio.
Tudo, tudo, tudo.
Tudo...
Tudo!
Ao mesmo tempo.
Em uma só imagem.
Em mil sons.
Em nenhuma cor.
Por que não conseguimos conviver com esse “dentro”?
Por que tentamos pintar os pensamentos de uma cor mais agradável aos “olhos”?
Por que agora?
Porque depois?
Porque não junto?
Por que não separado?
Eu estou aqui, mas não estou.
Ao mesmo tempo, o que mais me atrai e mais me assusta: imprevisibilidade.
É assim que foi... e como será?
Parece que nunca vou saber. O futuro é sempre amanhã. Ele nunca chega... eu me esqueço de que eu só sei viver o presente.
Aqui vou eu, suspirar de novo.
É o meu ascendente tentando agir... signo de fogo com ascendente de terra. É a drama Queen tentando botar a vida na balança... que frustração.

Acho que o legal é quando podemos chamar uma das fases com o nosso próprio nome.
Já tive algumas fases de Paula.
Mas parece ironia. Vivo em fases com nomes tão variados que me canso e saio procurando uma fase Paula na marra. Depois de alguns meses de Paula, me canso de mim mesma... saio procurando outros nomes variados.
Ou não tão variados assim.

Já me cansei de dar nomes às coisas.
Me cansei de ter que calcular onde as águas vão desaguar.
De tentar botar razão na minha vida/mente conturbada.
Mas sem isso, não me resta muita coisa. Apenas o fato seco, sem acabamento algum.
Que não deixa de ter a sua beleza... mas ainda incompleto.
É com ele que eu ainda preciso aprender a conviver... com o seco.
Lá vou eu de novo... tentando inspirar o acabamento num suspiro...

Querendo ou não...
Gostando ou não.
Esperando ou não.
Desejando ou não.
Percebendo ou não...
As coisas sempre mudam.



►Foi Allan quem matou Bárbara... barbaramente! (música de suspense)

sábado, 3 de maio de 2008

Relax, take it easy!

Dia divertido!
De repente, ontem, fico sabendo que fui chamada para almoçar com os meninos num restaurante mexicano.
Então hoje de manha, estávamos eu e Fefs pegando o metrô no Eldorado. Rindo de coisas bótimas. Soltando má notas e nem ligando (o Horto é um cemitério né?... é!)
Criando internas... (It’s way too late to be this locked inside ourselves!)
Fomos pegos na porta do Minas Shopping como se fosse um hotel super chique!
O restaurante mexicano estava fechado... fomos até perto da casa do Coacci em um restaurante chinês de comida muito boa! O garçom era meio estranho, mas relevamos.
Compramos sorvete e fomos (eu, Fefs, Theus, Cherem e Coacci) para a casa do Coacci (que eu achei linda e muito bem decorada) tomar sorvete e ficar horas e horas conversando. Fizemos sessão nostalgia musical. Lembramos de coisas do fuuundo do baú! Falamos sobre as coincidências da vida... cantamos a musica da llama, recitamos o 5th avocado... rimos bastante!
Na volta, o pai do Theus ofereceu de dar carona a mim e ao Fefs até em casa... lá de perto da federal até aqui em contagem! (sim, ele fez isso! Agradeci horrores!)
Cheguei em casa, assisti Lilo e Stitch (adoro!)... resolvi ir fazer alguma comida e do nada resolvi tentar fazer yakisoba. FICOU MUITO BOM!
Me senti um máximo com o meu yakisoba inventado que ficou muito fiel ao original!

Nostalgia-mor: Sclub 7!
Há quanto tempo não ouvia isso, gente! Estou me sentindo com treze anos de novo!
Adooooro!

Hoje não tive momentos de sublimação extrema como tenho tido ultimamente. Foi um dia simples. Apenas fui levada pelas situações e a minha mente seguindo o corpo.
Dias largados assim são bons!
Tirando férias da minha própria cabeça!

Amanha vou à casa da Carol, quem eu não encontro há MUITO TEMPO. Parece que a Bebeth também vai! (comemora!)
Vamos tomar chá com biscoitos! Morro de saudades desses encontros com as duas! Amo muito elas!
Amanha vai ser mais um dia pra relaxar de mim mesma.
Segunda feira eu volto à minha realidade interna e à minha vida louca!



►I am Jack’s vacation!

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Pulando por aí

É aquela imagem que eu aprendi a gostar tanto que me volta à mente o dia inteiro.
Eu estava ali, sentindo o vento gelado no meu rosto.
Uma sensação de quase dor no calcanhar esquerdo, uma de quase calor no peito, uma de quase congelamento no dedo mindo direito.
Aquele gosto de chocolate ainda amanteigando a minha língua.
A língua fria, preenchendo o espaço da boca.
E meus olhos se fechavam.
A música combinava com dia de chuva, apesar de não estar chovendo.
Eu estava viajando para vários lugares ao mesmo tempo.
Para casa, para longe, para perto.
Longe de mim...
Perto do meu desejo.
Se isso que eu fiz foi voar, ainda estou lá em cima, a muitos metros de altitude.
Esse pequeno grande passeio que fiz...
Elevou meu tudo.
Coisa boa de ficar pseudo sozinha em casa: eu quis gritar e gritei. Eu quis conversar comigo mesma e conversei. Eu quis dançar loucamente pela sala/cozinha e dancei! Eu pulei, eu rebolei, eu caí no chão, eu fiquei tonta, eu cantei o mais alto que podia.
Descarga de energias acumuladas.
Agora estou leve... flutuante.
Aprender a gostar...
Não é porque eu quero.
Eu quero mais é que a vida me surpreenda!
Eu quero mais é me sentir envolvida.
Que me queiram. Que me deixem querer.
Que eu seja agora e pra sempre.
Fechar, abrir.
É tudo a mesma coisa.
Estou sonhando agora, anyway.
Vou acordar assim que me deitar na minha cama.
Até o próximo sonho...



►Comprei um livro LINDO! Alucinações Musicais – Oliver Sacks. Casos interessantíssimos sobre disfunções neuro-cognitivas ligadas à música! (orgasmos!)

quinta-feira, 1 de maio de 2008

No final de mais uma canção

Deixa crescer na estufa.
Toma conta, dá água e conversa com ela.
Poda as folhas secas, mata os parasitas.
Um dia você vai ter uma flor única, mais bonita que qualquer flor do mundo!
O que a torna especial é o tempo que você passou com ela.


►Estou poética, estou tranqüila... estou sonolenta. Estou Tia Pó

Olhares e sorrisos

Meu primeiro sonho.
Meu segundo primeiro sonho.
O único até agora, mas que me deu uma sensação de repetição.
Já teve um deja-vu durante um sonho? Hoje eu tive!
Fui dormir tarde, acordei bem mais tarde que o normal. E queria ter continuado na cama... não ter acordado nunca.
Esse sonho teve aquela cara de sonho. O retrato perfeito de tudo que eu mais quero no momento.
Sabe como eu descobri? Porque, pela primeira vez, eu consegui citar todos os motivos!
Aliás, não todos... porque eu sei que existem milhares deles! Alguns que nem eu sei ainda.
Mas o sorriso é inevitável.
Porque acho que sempre estive sendo levada pelas coisas por inércia. Até que eu encontro aquilo que eu escolho seguir.
Seria suficiente algo tão grande?
Ou será que eu estou sempre a desejar o infinito?
Estou sempre a desejar o invisível.
Só posso ver quando estou sonhando.
Começo a sentir a tentação de voltar para a cama.
Preguiça de encarar o meu dia sem graça.
Preguiça de encarar que o meu sonho é só um sonho.
Mas a beleza está no sutil.
Aquilo que eu sei. Aquilo que eu espero. Aquilo que eu entendo.
As reações... e essas coisas pequenas.
São pequenas demais, mas escondem por trás aquele sentimento enorme que é belo porque eu sei que está lá.
Aí está a beleza das pequenas coisas. Eu vejo por trás delas aquilo que eu quero, que eu sei, que está implícito, e que eu amo.
Momentos felizes de vez em quando... porque eu imagino.



►Aquele olhar foi o ápice do sonho!