sexta-feira, 11 de abril de 2008

Pela manhã...

Cara, olha pra mim! Eu já tenho duas décadas de vida (alguns diriam apenas), e tanta coisa me escapa na inércia dos dias. Há tanta coisa que eu costumava me debruçar sobre e que agora nem me vêm mais à mente. Ao mesmo tempo, meus pensamentos são mais sofisticados. Eu já fui tão romântica. Ideologicamente falando.
Não sei porque, eu perdi o tesão por alguns assuntos. Acho que me desiludi depois de enxergar a inutilidade que é a minha preocupação. Muitas coisas que eu queria mudar no mundo e que descobri que não iria conseguir tal milagre nunca. Simplesmente parei de pensar nessas coisas. Agora eu ocupo minha mente comigo mesma. Pode parecer meio egoísta, mas em algum ponto até chegar aqui, eu acabei percebendo que a única coisa que eu posso influenciar no mundo é a minha própria mente. Eu acabei me centrando demais em mim mesma.
Engraçada a contradição que isso provoca. Eu, a pessoa prestativa que larga a própria vida e os próprios desejos de lado para fazer os outros felizes, centrada demais em si mesma?
Mas eu nunca tive a ilusão de que o meu objetivo era ajudar as pessoas. Aquela famosa rase de calouro de psicologia. Eu acho que entrei para a psicologia inerte a tudo que estava acontecendo. Eu não pensei sobre isso... Simplesmente aconteceu. Acho que isso foi bom, porque não entrei no curso com expectativas ou pré-noções de nada. Eu fui criando a minha visão aos poucos. Percebi isso em algo que escrevi quando estava no segundo período... e nem faz tanto tempo, já pude ver diferenças gritantes no meu jeito de pensar e escrever.
Mas algo nisso tudo me incomoda. Parece que eu vou caminhando e tudo vai ficando no chão atrás de mim. Eu não carrego nada comigo na caminhada. E uma vez que eu estou de costas para as coisas que ficaram para trás, eu não penso mais nelas. Eu não consigo viver no passado, e muito menos no futuro. Meu tempo é o presente e só.
Muita gente luta para conseguir viver assim, mas não ter visão de passado e de futuro pode não ser tão bom assim também.
Isso me lembra uma conversão ótima que tive com o Theus outro dia. Me fez olhar para dentro. Eu sempre acredito que penso mais do que devia em tudo. Nem tudo. Na maior parte das vezes eu penso mais do que devia no que não devia pensar.
Essa minha falta de visibilidade de futuro e passado me irrita. Parece que não há movimento. Na verdade há, pois eu posso perceber ele quando encontro por exemplo algo que escrevi durante o segundo período.
Por isso eu preciso registrar as coisas que penso.
Até parece que eu tenho alguma disfunção que me impede de armazenar qualquer coisa na memória de longo prazo. A questão é que a coisas estão lá, mas eu só penso nelas nessas horas, quando leio por acaso algo que uma outra eu qualquer escreveu.

Percebi ontem que tudo que escrevo aqui está em primeira pessoa. Eu nunca escrevo sobre, sei lá, política (claro que não)!
Política é uma das áreas que me desiludiram. Atualmente tenho uma preguiça extrema de política.

Mas uma coisa é até bonita. Esse blog está cheio de fotografias. Como se cada texto meu fosse um momento estático ao qual eu nunca vou voltar (aqui estou eu sendo heraclitiana novamente).
É por isso que gosto tanto desse blog. Cheio de coisas que outras pessoas escreveram... mas sou eu afinal. Fui eu!


Nos últimos três, quatro dias, não estou conseguindo estudar direito. Não consigo me concentrar em nada. Em vez disso, o tempo todo me vem a vontade de escrever. Isso deve explicar o surto de posts de ultimamente...




►Melhor tomar vergonha na cara e ir estudar um pouco...