quarta-feira, 23 de abril de 2008

Aqui vai o título! Livre para interpretações...

"Estou aqui para falar de um assunto sério!"
Eu digo: Assunto sério? Como assim? Você quer então dizer que o seu assunto nao vai ter graça, ou que ele tem uma parcela relativamente grande de importancia? Porque eu realmente acho que um assundo engraçado pode ser muito, mas muito importante!
Como foi hoje, um biólogo e um filósofo discutindo a existência de um "instinto", "comportamento adaptado", ou o que for... e eu como argumento mediador! Adoro ser os argumento mediador. O João já tinha me falado que eu sou boa para traduzir coisas. Como quando o biólogo está em seu mundo onde só se fala empirês, e o filósofo tentando conversar em racionês! Eu tenho essa capacidade de traduzir coisas de um mundo para o outro. Quem sabe porque eu sempre gostei de remoer coisas e tranformá-las, mudar o sentido, trocar palavras, brincar com a semantica, fazer as palavras perderem o sentido e o som, e finalmente dizer a mesma coisa em mais de dez línguas diferentes... o empirês, o racionês, o religionês, o ceticismês, o dadaistês, o idiotês... Sou poliglota!
Poliglota... = várias glotes?
Não foi uma imagem agradável!
(você não adora várias negativas que se anulam? Adoro ter que repensar uma frase várias vezes até realmente enterder o que ela quer dizer!)
A questão não é a existência, afinal. A questão é como eu, como poliglota, consigo lidar com todas essas línguas. Algumas pessoas não gostam de falar outras línguas. Eu sempre me considerei uma amadora da comunicação variada! Por que será que eu sou tão facialmente expressiva?
Eu tenho um certo caso de amor com palavras. Ou melhor, com a forma como elas são entrelaçadas (sumploké, querida sumploké!).
Algumas palavras podem fazer a minha semana, me deixar boquiaberta, me fazer o ser mais feliz do universo. Algumas vezes, a falta das palavras que eu quero "ouvir" me deixa praticamente miserável. As palavras certas, na hora certa, com aquele nível certo de cutucância. Nada me irrita tanto e me causa tanta admiração quanto alguém que sabe exatamente o que fazer com as palavras.
Les Mots...
The words...
"Vivo cantando só para te tocar
(...)
Sigo tocando só para te cantar!"
Sabe aquela gasturinha gostosa? Sabe aquele quero mais, e mais, e mais? (Sim, AQUELE!)
Sabe quando não se tem palavras?
Nada me intriga tanto e me causa tanta alegria quanto momentos assim. Quando eu quero palavras que não existem. Quando não existem na minha língua, quando eu uso falsos cognatos sem querer.
"Pode chorar no meu ombro, eu te suporto!"
"Adoro pretender que estou em outros mundos..."
As questões vêm. Eu penso nelas. Eu as desgasto, até não haver mais o que pensar (quem sabe por eu não conseguir mais desenvolver. Eu também me sinto empacada em alguns argumentos)
Mais tarde podem acontecer duas coisas: 1. eu fico feliz, me sentindo bem por ter passado por mais um caminho. Ter no meu repertório mental mais um album de figurinhas... ter tido mais alguns momentos de masturbação mental; 2. eu me deparo com essa minha mente, convencida de si mesma e metida a superior, cheia de coisas e mais coisas que, no final, eu nao realmente uso para nada. Apenas para mais masturbação.
Eu cheguei a achar que existem duas realidades. Existe eu pensante, existe eu fazente.
Na verdade é tudo um só. Mas é um pouco dificil tentar encaixar o ceticismo clássico, o solipsismo, com a minha prova de Tep II hoje. No final das contas, ninguém sobrevive de mundo das idéias. E isso chega a ser uma pseudo-decepção. Como seria bela a vida puramente racional.
Esse foi o problema que muitas pessoas da minha sala tiveram para conviver bem com Parmênides. Sim, o pensamento dele não tem utilidade alguma no mundo "prático". E não, não era com essa utilidade que ele estava preocupado. E sim, é possível conviver bem com dois mundos diferentes!
Eu, como sempre, sou o argumento mediador.
O mundo não seria mundo sem os dois pensamentos. Não gostaria de ser empirista radical, tão pouco racionalista radical.
Aliás, porque nos limitarmos a essas duas linhas de pensamento? Há tantas línguas pelo mundo a se falar...
Estar no meio... estar em cima do muro. Eu sempre fui assim, e isso nem sempre foi recompensado.
Afinal, estou em todo lugar e em lugar nenhum.
Afinal, eu sou Estamira! (preciso me lembrar de escrever sobre ela depois!)
Todos somos Estamira.
Todos somos alguém, em meio a coisas, seres, pessoas, idéias.
Todos somos iguais por motivos diferentes.
Todos comemos arroz e feijão no almoço.
Todos fazemos caretas...
Todos sorrimos.
Será que todos pensamos?
Será que alguém, além de mim, pensa?
Será que existe essa coisa que chamamos de pensamento?
Eu só vou saber que você realmente existe se você me beijar agora!


►Dia inspirado! Dia gostoso! Dia tranquilo... dia bonito... dia divertido!