quarta-feira, 16 de julho de 2008

Superestimulação sensorial...

Desde que a minha irmã descobriu um bendito site com joguinhos inúteis, relativamente sem graça, porem extremamente coloridos e bonitinhos (o que prende a atenção), além de ser daquele tipo de joguinho que você fica instigado a superar seus próprios recordes de pontuação, estamos todos aqui em casa viciados. Durante dias seguidos passo horas e horas jogando tetris, chegando às fases mais difíceis, aumentando meus pontos.
Nessa época em que o tetris era o jogo do momento (pelo menos para mim e para a Lika), passei a sonhar com os bloquinhos coloridos descendo e girando para caber nos espaços. Comecei a ficar intrigada com isso. quando me pegava não pensando em nada, estava pensando na minha imagem mental do quadro de tetris e fazendo rotação mental com os bloquinhos coloridos, inclusive imaginando os barulhinhos que os bloquinhos faziam ao encaixar nos espaços. Cheguei a ter alucinações relacionadas a tetris! Ouvia os barulhinhos e enxergava bloquinhos avulsamente. Concluí que isso se deu graças à super exposição ao jogo, e fiquei alguns dias sem jogar...
Então comecei a jogar um outro joguinho onde voce lança bolinhas coloridas (sim, sempre muito coloridas!) para eliminar as bolinhas que estão lá em cima (a cada três bolinhas da mesma cor, elas somem). Agora estou imaginando bolinhas coloridas voando por aí, misturando essas bolinhas no meio dos meus sonhos, alucinando novamente.
Imagine que legal é um sonho que se limita a um jogo de tetris! Achei muito legal. Não havia mais nada. Apenas o quadro de tetris, os bloquinhos e eu controlando mentalmente a rotação dele, jogando tetris enquanto dormia.
E o mais legal dessas minhas alucinações com os jogos é que começo a criar estratégias sem querer na minha cabeça. Eu realmente jogo os joguinhos mentalmente! Eu inclusive perco mentalmente!
Como isso é possível?
Comecei a pensar em representação mental, em julgamento... até pensei em criatividade (como é que eu crio um contexto inédito de jogo, consigo até perder para mim mesma, e ainda por cima crio estratégias para me adaptar às dificuldades que a minha própria mente criou no meu jogo mental...)
Pena que não conheço mais ninguém que tenha alucinações com jogos desse tipo. E teoria introspectiva não seve para muita coisa a não ser para me convencer de que sei o que está acontecendo comigo mesma...
Agora, mais uma questão. Não sei se fico feliz e radiante ou apreensiva por estar me tornando uma obsessiva com ciência cognitiva (sim, eu penso nisso o dia todo, sempre tentando teorizar sobre cada coisa que passa pela minha cabeça). Pelo menos acho que ainda não me tornei uma chata insuportável. Eu costumo manter as minhas reflexões e teorias acerca da minha cognição para mim mesma... de que adianta sair contando para os outros as minhas teorias sobre coisas que só passam na minha cabeça? É como comentar sobre internas com todo mundo. Só sendo eu mesma (ou alguém em quem eu confie o suficiente para sair contando meus pensamentos e que goste de psicologia cognitiva assim como eu) para achar graça nos meus discursos cognitivos internos!



►Acho intrigantes esses momentos de consciência do agora. Num piscar passo de férias para “vida louca ocupada sem tempo nem para pensar direito”...