domingo, 13 de julho de 2008

Overdose conceitual

No livro do Calvino fui praticamente forçada a sentir coisas que nunca imaginei antes (não coisas diferentes, mas situações diferentes) mas que simplesmente fazem todo o sentido do mundo! Fui também forçada a rir das totalmente verdadeiras categorias de livros que encontro numa livraria.
No último texto das Garotas que dizem Ni encarei a mim mesma nas palavras de alguém totalmente diferente de mim. E da sua própria maneira, McFly me fez sorrir, lembrar de situações e perceber uma certa constância nas vidas de meninas nerds (poxa, a menina se auto intitula McFly! Adoro!).
No blog do moço que escreve sobre cognição encontrei um ser humano como eu (não uma divindade acadêmica como costumam ser os autores de textos sobre cognição e neurologia), escrevendo sobre curiosidades normais como as minhas, sobre coisas normais da vida normal de estudante de psicologia que ele leva, assim como eu.
No outro blog que encontrei hoje sobre filosofia da mente (blog pertencente ao grupo de pesquisa em filosofia da mente de uma universidade federal de Santa Catarina – que não me lembro qual é, mas não é a UFSC), vi como alguns alunos de psicologia no Brasil são mais sortudos que eu. Não apenas por morar no Sul, num estado lindo, onde quase sempre é frio (pelo menos mais frio que costuma ser aqui), como também têm o privilegio de ter aulas de filosofia da mente com o João Teixeira himself. Acho que Santa Catarina é um bom lugar pra ir passar uns tempos, quem sabe fazer um doutorado só pra não ficar muito a toa...
No livro do Damásio fiz a minha mente se embolar no conceito de mente. Ele me obrigou a refletir sobre o fato de estar refletindo sobre algo que estava lendo e sobre o próprio fato de estar lendo e absorvendo conhecimento e estar consciente de estar absorvendo conhecimento e, ainda por cima, estar consciente de estar consciente de estar refletindo sobre a leitura sobre alguém que estava escrevendo exatamente sobre tudo isso que acabo de dizer! Uma meta-interpretação quase premonitiva! Depois de uma hora de embolação orgásmica, decidi deixar as idéias acerca de idéias de molho.
No livro do Teixeira, além de deliciar as palavras escritas, fui obrigada a deliciar a história do livro físico e imaginar coisas para além de seu conteúdo teórico. Fazer o que? O livro está altamente envolvido com uma certa rede semântica que eu criei, a qual por si só também envolve o conceito de redes semânticas.
No meu próprio texto (um desses aí atrás), revivi outros flashes de consciência anteriores. Depois de tanta leitura para um dia só, não pude evitar pensar em conceitos complexos acerca do fato de eu, agora, estar lendo algo que eu (alguém que eu sei que fui eu, mas que também sei que não sou mais) e estar revivendo coisas através de representações das memórias que colecionei (e de que ainda tenho acesso), e além de tudo, não ser mais capaz de enxergar os fatos com os mesmos olhos. Saber que não era assim que me senti quanto ao fato, saber que sinto algo diferente graças à sucessão de fatos e a evolução dos meus conceitos até de mim mesma, e conseguir me lembrar de como me senti mas não conseguir sentir novamente. Como se essa eu que já se foi fosse um fantasma que eu sei definir mas não posso mais experimentar.
Acho que estou passando dos limites. Acho que vou parar de ler por hoje...
Amanha, quem sabe, eu complique mais ainda a minha cabeça (e muitos se embasbacariam ao saber que nessa confusão mental em conseqüência da sobrecarga de leitura consiste uma das minhas maiores diversões de férias).

Bem, imaginei que sonharia com o sistema aéreo brasileiro e o fluxo de energia no cosmos... acabei sonhando que eu era um dos Backstreet Boys (eu era o AJ), e nós (os Backstreet Boys) participaríamos de um concurso de beleza masculino. Eu fiquei extremamente preocupada(o) com isso porque já éramos velhos demais pra essas coisas e, consequentemente, não mais bonitos (????????????).
Quando entramos no tal lugar, era a minha sala de aula, com os meus colegas de turma olhando enquanto nós (sim, os Backstreet Boys) nos sentávamos nas cadeiras de frente para a turma e para a Júlia (professora de psicologia social). Então começamos a apresentar um seminário sobre um tal artigo de uma revista sobre diversidade sexual baseado em um monte de teorias complexas que eu mesma inventei! (sim, eu inventei. A Júlia começou a discorrer sobre as teorias loucas e a relação entre elas e as conseqüências lógicas que levavam de uma teoria à outra. E o melhor é que as minhas teorias tinham nomes legais que eu inventei como Fisicialismo ou Mentalismo categórico, e teóricos legais cujos nomes eu também inventei)...
Então eu acordei.
Eu simplesmente adoro os meus sonhos desconexos! Conseguem ser tão loucos quanto os sonhos loucos da minha irmã louca!




►Descobri um filme perfeito que reflete sobre consciência: O escafandro e a borboleta (hora perfeita para esse filme me aparecer!). Já reservei terça feira para ir assistir no Usina!