domingo, 24 de agosto de 2008

O sistema

Então eu me deparei de repente com a grandiosidade de ser alguém no mundo, ou melhor, de tentar ser alguém no mundo. Não é mais algo que eu faço para mim mesma, mas algo que faço para me provar para aqueles que eu nem sei ao certo se existem. Mas se eu me deixar guiar pela minha veia solipsista, morro de fome e frustração social (e chego a acreditar que o segundo é mais grave).
O meu melhor não é bom o suficiente. Pelo menos não para mim. Mas isso é tudo pelo medo que senti de repente ao encarar o peso que terei de assumir em pouco tempo.
Tudo começou em uma aula do Lincoln. Quando fui obrigada a me perguntar se eu tenho esse dom e essa postura que admiro tanto em minha mãe, em meus tutores, nessas pessoas que saio venerando por aí. Às vezes tenho uma idéia tão fraca e lerda de mim mesma. Não se trata mais de me satisfazer com as conquistas que vieram de graça e sem querer, mas correr atrás das coisas assumindo o risco de não conseguir alcançar.
Detesto isso, mas vou ter que me tornar uma pessoa mais fria com o mundo.
Quem sabe eu possa selecionar situações para ser livre, para ser ingênua, fraca, passiva, flutuante no tempo.
Sinto-me como se tivesse tomado uma dinamite pangaláctica: sensação de ter o cérebro comprimido por uma fatia de limão e uma barra de ouro.



►Diz-se que quando descobrirmos os segredos do universo, este deixará de existir e será substituído por algo muito mais complexo. Muitos acreditam que isso já aconteceu.