terça-feira, 26 de agosto de 2008

Antes de mais nada, qualquer coisa.

Estou aqui odiando quem não me fez nada de errado numa boa. Um pouco de ódio direcionado para um rosto concreto não faz mal a ninguém. E é claro que eu, como boa pseudo-psicanalista (e bota pseudo nisso) que sou, sei do caráter transferencial desse ódio que comecei a nutrir por outrem. Mas como eu disse hoje, não é ódio, é incômodo. E tem uma pontinha de inveja aí também. Mas isso é o de menos.
Bem, tive um sonho inusitado (e bem esquisito por assim dizer). Sonhos são como esses desejos ou idéia malucas que temos, mas que não fomos nós mesmos que criamos. É como um filme que eu assisti ontem sobre mim mesma e a minha vida.
Tem uma pessoa fazendo uma das minhas matérias que irritantemente me lembra uma outra pessoa que já não vejo há tempos... irritantemente porque é muito, mas muito parecido! Pessoas tão parecidas assim deveriam se eliminar mutuamente, ou unir as forças para formar uma única existência que acumula tal conjunto de características. Essas pessoas parecidas que não têm ligações aparentes entre si perturbam a ontologia do meu mundo. E bem, essas lembranças que essa pessoa trás junto durante essas aulas não são exatamente aquelas lembranças que se gosta de visitar toda terça e quinta durante uma hora e quarenta...
E falando nessa aula, descobri o motivo da tal preguiça. Os assuntos são interessantes e a matéria é muito boa. Mas eu não estava me vendo empolgada com ela e não sabia ao certo por que. Tentei achar motivos em todos os lugares, mas descobri por fim que eu estou é cansada desses assuntos que surgem durante a aula. São assuntos legais, mas que eu já moí e remoí há anos. Hoje me senti aquela criancinha prodígio no fundo da sala que já sabe o teorema de Pitágoras de cor enquanto os colegas estão lutando para aprender a divisão por dois algarismos.
E as tarefas que me desafiam: pelo menos uma coisa me impulsionando para frente. Porque eu preciso arrumar alguma forma de me superar para me provar competente. E sem isso, bem... vou acabar me institucionalizando como um lixo de gente. A mosca que pousou no coco do cavalo do vilão que morreu na primeira cena do filme.
Ah, e o meu impulso a desenhar voltou! Eu tinha passado uns bons três ou quatro meses sem desenhar nada, nem um risquinho simpático. Muito porque estava me sentindo empacada no tempo e improdutiva, também porque meu humor esteve totalmente instável. Mas é só eu arrumar motivação e perguntas desafiadoras para ferver os miolos que começo a me dedicar a aparências e belezas à minha volta. Como a minha imagem no espelho, a minha letra, e os desenhos alternados entre as paginas de matéria do meu caderno (que eu mesma fiz). Meu caderno costuma ter um peso simbólico a mais. E desenho é sempre bom para evitar a loucura durante aulas como as que tive hoje. Não é por nada não... as matérias são boas e os professores são fodas, mas hoje eu estava cognitivamente inferior à minha média e os professores estavam me fazendo o favor de não calar a boca um segundo... precisei sublimar e me transportar para outras dimensões em alguns momentos.
Depois que resolvi parar de fazer drama, não estou mais tão incomodada como estava há algumas semanas. Às vezes me deparo com esses impasses, mas eu sei muito bem da minha parcela de culpa nessas minhas crises de depressão superficial. Tudo vem do estilo de vida e de personalidade que acabei adotando aos poucos e que não consigo largar tão fácilmente sem ter uma outra identidade step para substituir instantaneamente. Como aconteceu com essa revolução no meu comportamento e pensamento quanto a assuntos de responsabilidade e dedicação. Mas vamos com uma grande mudança de cada vez. Se não, posso acabar não sendo mais eu de um dia pro outro.
E bem, no mundo há pessoas e pessoas... eu geralmente baseio os meus dias, meses, anos e eras nas pessoas que se fazem presentes (mesmo que em alguma épocas como essa agora eu passe a menosprezar as relações que estabeleço com as pessoas à minha volta). Essa é mais uma fase da minha vida que carrega meu próprio nome. Claro que com candidatos a subtítulo (e na votação parece que temos um subtítulo campeão), mas sou eu a personagem principal chata e moralista que só aparece em cena para dar continuidade e sentido às cenas brilhantemente interpretadas pelos vilões. Mas eu ainda sou a personagem principal e esse papel ninguém me tira!



►Eis o meu amigo bom humor: ele me dá o poder de falar com sarcasmo daquilo que empipoca a minha cabeça ao decorrer do dia.