Eu não estou bem. Meus sorrisos tem sido uma grande conquista ou um grande esquecimento. Uma pequena vitória. Mas eu já estou me cansando. Me cansando não porque não quero sorrir, mas porque não quero mais ter que sorrir. Eu não sei pedir ajuda. Sei menos ainda quando acho que pedir ajuda é egoísmo, que eu não deveria mesmo ser prioridade. Mas o fato de eu nunca ser a prioridade de alguém me mata. Quem sabe eu só precisasse falar dessas coisas para alguém que apenas me ouviria. Não daria palpite, não saberia de quem ou o do que estou falando.
Eu não estou bem. As alegrias a que me agarrei para sair de certas tristezas estão se desmanchando. Eu estou ficando para trás. Eu morro de medo desse estado paralisado meu de ser, mas juro que não quero me mover daqui. Às vezes eu animo mais para prestigiar quem eu amo que por animar de verdade.
Eu não sou prioridade nem para mim mesma. Mesmo quando eu sou egoísta, mesmo quando eu só penso em mim... mesmo quando a minha visão do mundo é viciada.
Essa falta de chão está me transformando num bicho encolhido de pelos arrepiados.
Sabe o que me salva disso tudo? Me matar de cansaço, sentir que me esforço por algo, ver o fruto do meu esforço e me perder dentro de um sonho baseado em uma imagem ideal de falsa felicidade.
►Dia guiado por Vivaldi - Winter
sábado, 30 de agosto de 2008
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Pânico!
Tudo que reclamei até agora foi apenas uma previa branda do que vem pela frente. E agora veremos o que realmente é a “Tia Pó” no limite do desespero e do pânico geral.
Sabe aquele fôlego que se toma antes de pular na piscina? E quando não se sabe lá nadar muito bem... me sinto assim, enchendo o pulmão aos poucos. Mas não posso demorar demais para pular. O que quer dizer que já estou atrasada.
Existem dois tipos de reação ao pânico: a paralisia que se assemelha à reação de alguns animais de “fingir-se de morto”, ou a descarga repentina de adrenalina... o famoso “CORRE NEGADA!”.
Bem, no meu caso de situação de pânico, a única resposta é correr até perder as forças nas pernas.
Como eu disse para a Tayane hoje: meu objetivo é mesmo muito longe da minha realidade. Mas sem ele eu vou acabar ficando parada. Tenho que sonhar alto para ter certeza de que vou fazer pelo menos metade do que me proponho. O melhor é que eu me RECUSO a aceitar menos que noventa por cento do que me proponho. Por que? Porque eu quero ser foda! Eu quero ser alguém que eu mesma babaria o ovo horrores. Quero sim um Dr. na frente do nome e vou sim me sentir um máximo por isso, e vou sim me gabar para os reles mortais! MUAHAHAHAHA!
Mas enfim... mas que dia FUDIDO foi esse meu dia de hoje, viu?
►Diagnóstico: workaholic de marca avançada. Prognóstico: enquanto for esse o meu caminho para a auto-realização, sem esperanças de mudança.
Sabe aquele fôlego que se toma antes de pular na piscina? E quando não se sabe lá nadar muito bem... me sinto assim, enchendo o pulmão aos poucos. Mas não posso demorar demais para pular. O que quer dizer que já estou atrasada.
Existem dois tipos de reação ao pânico: a paralisia que se assemelha à reação de alguns animais de “fingir-se de morto”, ou a descarga repentina de adrenalina... o famoso “CORRE NEGADA!”.
Bem, no meu caso de situação de pânico, a única resposta é correr até perder as forças nas pernas.
Como eu disse para a Tayane hoje: meu objetivo é mesmo muito longe da minha realidade. Mas sem ele eu vou acabar ficando parada. Tenho que sonhar alto para ter certeza de que vou fazer pelo menos metade do que me proponho. O melhor é que eu me RECUSO a aceitar menos que noventa por cento do que me proponho. Por que? Porque eu quero ser foda! Eu quero ser alguém que eu mesma babaria o ovo horrores. Quero sim um Dr. na frente do nome e vou sim me sentir um máximo por isso, e vou sim me gabar para os reles mortais! MUAHAHAHAHA!
Mas enfim... mas que dia FUDIDO foi esse meu dia de hoje, viu?
►Diagnóstico: workaholic de marca avançada. Prognóstico: enquanto for esse o meu caminho para a auto-realização, sem esperanças de mudança.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Antes de mais nada, qualquer coisa.
Estou aqui odiando quem não me fez nada de errado numa boa. Um pouco de ódio direcionado para um rosto concreto não faz mal a ninguém. E é claro que eu, como boa pseudo-psicanalista (e bota pseudo nisso) que sou, sei do caráter transferencial desse ódio que comecei a nutrir por outrem. Mas como eu disse hoje, não é ódio, é incômodo. E tem uma pontinha de inveja aí também. Mas isso é o de menos.
Bem, tive um sonho inusitado (e bem esquisito por assim dizer). Sonhos são como esses desejos ou idéia malucas que temos, mas que não fomos nós mesmos que criamos. É como um filme que eu assisti ontem sobre mim mesma e a minha vida.
Tem uma pessoa fazendo uma das minhas matérias que irritantemente me lembra uma outra pessoa que já não vejo há tempos... irritantemente porque é muito, mas muito parecido! Pessoas tão parecidas assim deveriam se eliminar mutuamente, ou unir as forças para formar uma única existência que acumula tal conjunto de características. Essas pessoas parecidas que não têm ligações aparentes entre si perturbam a ontologia do meu mundo. E bem, essas lembranças que essa pessoa trás junto durante essas aulas não são exatamente aquelas lembranças que se gosta de visitar toda terça e quinta durante uma hora e quarenta...
E falando nessa aula, descobri o motivo da tal preguiça. Os assuntos são interessantes e a matéria é muito boa. Mas eu não estava me vendo empolgada com ela e não sabia ao certo por que. Tentei achar motivos em todos os lugares, mas descobri por fim que eu estou é cansada desses assuntos que surgem durante a aula. São assuntos legais, mas que eu já moí e remoí há anos. Hoje me senti aquela criancinha prodígio no fundo da sala que já sabe o teorema de Pitágoras de cor enquanto os colegas estão lutando para aprender a divisão por dois algarismos.
E as tarefas que me desafiam: pelo menos uma coisa me impulsionando para frente. Porque eu preciso arrumar alguma forma de me superar para me provar competente. E sem isso, bem... vou acabar me institucionalizando como um lixo de gente. A mosca que pousou no coco do cavalo do vilão que morreu na primeira cena do filme.
Ah, e o meu impulso a desenhar voltou! Eu tinha passado uns bons três ou quatro meses sem desenhar nada, nem um risquinho simpático. Muito porque estava me sentindo empacada no tempo e improdutiva, também porque meu humor esteve totalmente instável. Mas é só eu arrumar motivação e perguntas desafiadoras para ferver os miolos que começo a me dedicar a aparências e belezas à minha volta. Como a minha imagem no espelho, a minha letra, e os desenhos alternados entre as paginas de matéria do meu caderno (que eu mesma fiz). Meu caderno costuma ter um peso simbólico a mais. E desenho é sempre bom para evitar a loucura durante aulas como as que tive hoje. Não é por nada não... as matérias são boas e os professores são fodas, mas hoje eu estava cognitivamente inferior à minha média e os professores estavam me fazendo o favor de não calar a boca um segundo... precisei sublimar e me transportar para outras dimensões em alguns momentos.
Depois que resolvi parar de fazer drama, não estou mais tão incomodada como estava há algumas semanas. Às vezes me deparo com esses impasses, mas eu sei muito bem da minha parcela de culpa nessas minhas crises de depressão superficial. Tudo vem do estilo de vida e de personalidade que acabei adotando aos poucos e que não consigo largar tão fácilmente sem ter uma outra identidade step para substituir instantaneamente. Como aconteceu com essa revolução no meu comportamento e pensamento quanto a assuntos de responsabilidade e dedicação. Mas vamos com uma grande mudança de cada vez. Se não, posso acabar não sendo mais eu de um dia pro outro.
E bem, no mundo há pessoas e pessoas... eu geralmente baseio os meus dias, meses, anos e eras nas pessoas que se fazem presentes (mesmo que em alguma épocas como essa agora eu passe a menosprezar as relações que estabeleço com as pessoas à minha volta). Essa é mais uma fase da minha vida que carrega meu próprio nome. Claro que com candidatos a subtítulo (e na votação parece que temos um subtítulo campeão), mas sou eu a personagem principal chata e moralista que só aparece em cena para dar continuidade e sentido às cenas brilhantemente interpretadas pelos vilões. Mas eu ainda sou a personagem principal e esse papel ninguém me tira!
►Eis o meu amigo bom humor: ele me dá o poder de falar com sarcasmo daquilo que empipoca a minha cabeça ao decorrer do dia.
Bem, tive um sonho inusitado (e bem esquisito por assim dizer). Sonhos são como esses desejos ou idéia malucas que temos, mas que não fomos nós mesmos que criamos. É como um filme que eu assisti ontem sobre mim mesma e a minha vida.
Tem uma pessoa fazendo uma das minhas matérias que irritantemente me lembra uma outra pessoa que já não vejo há tempos... irritantemente porque é muito, mas muito parecido! Pessoas tão parecidas assim deveriam se eliminar mutuamente, ou unir as forças para formar uma única existência que acumula tal conjunto de características. Essas pessoas parecidas que não têm ligações aparentes entre si perturbam a ontologia do meu mundo. E bem, essas lembranças que essa pessoa trás junto durante essas aulas não são exatamente aquelas lembranças que se gosta de visitar toda terça e quinta durante uma hora e quarenta...
E falando nessa aula, descobri o motivo da tal preguiça. Os assuntos são interessantes e a matéria é muito boa. Mas eu não estava me vendo empolgada com ela e não sabia ao certo por que. Tentei achar motivos em todos os lugares, mas descobri por fim que eu estou é cansada desses assuntos que surgem durante a aula. São assuntos legais, mas que eu já moí e remoí há anos. Hoje me senti aquela criancinha prodígio no fundo da sala que já sabe o teorema de Pitágoras de cor enquanto os colegas estão lutando para aprender a divisão por dois algarismos.
E as tarefas que me desafiam: pelo menos uma coisa me impulsionando para frente. Porque eu preciso arrumar alguma forma de me superar para me provar competente. E sem isso, bem... vou acabar me institucionalizando como um lixo de gente. A mosca que pousou no coco do cavalo do vilão que morreu na primeira cena do filme.
Ah, e o meu impulso a desenhar voltou! Eu tinha passado uns bons três ou quatro meses sem desenhar nada, nem um risquinho simpático. Muito porque estava me sentindo empacada no tempo e improdutiva, também porque meu humor esteve totalmente instável. Mas é só eu arrumar motivação e perguntas desafiadoras para ferver os miolos que começo a me dedicar a aparências e belezas à minha volta. Como a minha imagem no espelho, a minha letra, e os desenhos alternados entre as paginas de matéria do meu caderno (que eu mesma fiz). Meu caderno costuma ter um peso simbólico a mais. E desenho é sempre bom para evitar a loucura durante aulas como as que tive hoje. Não é por nada não... as matérias são boas e os professores são fodas, mas hoje eu estava cognitivamente inferior à minha média e os professores estavam me fazendo o favor de não calar a boca um segundo... precisei sublimar e me transportar para outras dimensões em alguns momentos.
Depois que resolvi parar de fazer drama, não estou mais tão incomodada como estava há algumas semanas. Às vezes me deparo com esses impasses, mas eu sei muito bem da minha parcela de culpa nessas minhas crises de depressão superficial. Tudo vem do estilo de vida e de personalidade que acabei adotando aos poucos e que não consigo largar tão fácilmente sem ter uma outra identidade step para substituir instantaneamente. Como aconteceu com essa revolução no meu comportamento e pensamento quanto a assuntos de responsabilidade e dedicação. Mas vamos com uma grande mudança de cada vez. Se não, posso acabar não sendo mais eu de um dia pro outro.
E bem, no mundo há pessoas e pessoas... eu geralmente baseio os meus dias, meses, anos e eras nas pessoas que se fazem presentes (mesmo que em alguma épocas como essa agora eu passe a menosprezar as relações que estabeleço com as pessoas à minha volta). Essa é mais uma fase da minha vida que carrega meu próprio nome. Claro que com candidatos a subtítulo (e na votação parece que temos um subtítulo campeão), mas sou eu a personagem principal chata e moralista que só aparece em cena para dar continuidade e sentido às cenas brilhantemente interpretadas pelos vilões. Mas eu ainda sou a personagem principal e esse papel ninguém me tira!
►Eis o meu amigo bom humor: ele me dá o poder de falar com sarcasmo daquilo que empipoca a minha cabeça ao decorrer do dia.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Aujourd'hui
O dia se divide em dois. Flutuação, aceitação, negligência, esquecimento, desimportância, liberdade ao puro pensamento vicioso versus verdade, fato, parede que se coloca entre mim e o meu campo de alcance, pressão baixa, cansaço.
O dia foi ótimo! Mas eu? Eu estou apenas me jogando de lá pra cá numa mesa de sinuca, testando a minha sorte. E se eu tiver sorte o bastante, não vou cair em nenhum dos buracos.
Me perturba apenas o fantasma de pedidos que fiz ao relógio.
Ele e mais todas essas coisas que posso listar sem tomar fôlego. Mas nenhuma dessas coisas realmente me paralisa. Na verdade elas me empurram para frente.
Todas menos esse fantasma...
Então considera-se este o meu único real incômodo. Do qual quero mas não quero me livrar.
Nesse ultimo ano fui obrigada a me trancar num quarto comigo mesma e, de alguma forma, aprender a me engalobar, a me magoar, a me irritar, a me perdoar e a me sustentar. Até agora não posso dizer que estou perto de completar o projeto, mas pelo menos estou aqui, colocando-o em prática.
►Madness is like gravity... all you need is a little push.
O dia foi ótimo! Mas eu? Eu estou apenas me jogando de lá pra cá numa mesa de sinuca, testando a minha sorte. E se eu tiver sorte o bastante, não vou cair em nenhum dos buracos.
Me perturba apenas o fantasma de pedidos que fiz ao relógio.
Ele e mais todas essas coisas que posso listar sem tomar fôlego. Mas nenhuma dessas coisas realmente me paralisa. Na verdade elas me empurram para frente.
Todas menos esse fantasma...
Então considera-se este o meu único real incômodo. Do qual quero mas não quero me livrar.
Nesse ultimo ano fui obrigada a me trancar num quarto comigo mesma e, de alguma forma, aprender a me engalobar, a me magoar, a me irritar, a me perdoar e a me sustentar. Até agora não posso dizer que estou perto de completar o projeto, mas pelo menos estou aqui, colocando-o em prática.
►Madness is like gravity... all you need is a little push.
domingo, 24 de agosto de 2008
O sistema
Então eu me deparei de repente com a grandiosidade de ser alguém no mundo, ou melhor, de tentar ser alguém no mundo. Não é mais algo que eu faço para mim mesma, mas algo que faço para me provar para aqueles que eu nem sei ao certo se existem. Mas se eu me deixar guiar pela minha veia solipsista, morro de fome e frustração social (e chego a acreditar que o segundo é mais grave).
O meu melhor não é bom o suficiente. Pelo menos não para mim. Mas isso é tudo pelo medo que senti de repente ao encarar o peso que terei de assumir em pouco tempo.
Tudo começou em uma aula do Lincoln. Quando fui obrigada a me perguntar se eu tenho esse dom e essa postura que admiro tanto em minha mãe, em meus tutores, nessas pessoas que saio venerando por aí. Às vezes tenho uma idéia tão fraca e lerda de mim mesma. Não se trata mais de me satisfazer com as conquistas que vieram de graça e sem querer, mas correr atrás das coisas assumindo o risco de não conseguir alcançar.
Detesto isso, mas vou ter que me tornar uma pessoa mais fria com o mundo.
Quem sabe eu possa selecionar situações para ser livre, para ser ingênua, fraca, passiva, flutuante no tempo.
Sinto-me como se tivesse tomado uma dinamite pangaláctica: sensação de ter o cérebro comprimido por uma fatia de limão e uma barra de ouro.
►Diz-se que quando descobrirmos os segredos do universo, este deixará de existir e será substituído por algo muito mais complexo. Muitos acreditam que isso já aconteceu.
O meu melhor não é bom o suficiente. Pelo menos não para mim. Mas isso é tudo pelo medo que senti de repente ao encarar o peso que terei de assumir em pouco tempo.
Tudo começou em uma aula do Lincoln. Quando fui obrigada a me perguntar se eu tenho esse dom e essa postura que admiro tanto em minha mãe, em meus tutores, nessas pessoas que saio venerando por aí. Às vezes tenho uma idéia tão fraca e lerda de mim mesma. Não se trata mais de me satisfazer com as conquistas que vieram de graça e sem querer, mas correr atrás das coisas assumindo o risco de não conseguir alcançar.
Detesto isso, mas vou ter que me tornar uma pessoa mais fria com o mundo.
Quem sabe eu possa selecionar situações para ser livre, para ser ingênua, fraca, passiva, flutuante no tempo.
Sinto-me como se tivesse tomado uma dinamite pangaláctica: sensação de ter o cérebro comprimido por uma fatia de limão e uma barra de ouro.
►Diz-se que quando descobrirmos os segredos do universo, este deixará de existir e será substituído por algo muito mais complexo. Muitos acreditam que isso já aconteceu.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Do medíocre ao devaneio
As coisas deveriam estar correndo um pouco mais, mas estão andando, pelo menos. Eu mesma estou suspensa no ar enquanto observo o desenvolvimento do mundo no chão. Não me custa nada me envolver e eu o faço todo dia. Mas quando chego em casa e faço uma breve retrospectiva dos valores atribuídos aos acontecimentos, não consigo dar nota maior que 7 a nada. A não ser que o tal acontecimento tenha alguma coisa a ver justamente com essas coisas citadas acima que eu queria que estivessem acontecendo mais rápido. Em resumo: notas altas têm sido efêmeras (adoro essa palavra!).
O que me lembra da minha lista de palavras preferidas (sim, porque qualquer pessoa ociosa que se preze deve listar coisas inúteis. Sendo eu uma ociosa com fixação por palavras, é compreensível que minhas listas inúteis estejam nesse campo conceitual).
Efêmero (pelo conceito de efêmero, e também porque eu adoro a sonoridade de palavras proparoxítonas), esporadicamente (pelo conceito), paradoxal (porque algumas palavras quando são pronunciadas sem serem conectadas com o sentido rotineiro parecem significar outra coisa qualquer), prosápia, gabolice, jactância, bazófia e ufania (todas são sinônimos e no dicionário uma leva à outra em um ciclo sem nunca dizer em palavras de linguagem mortal o significado, que é: alarde, vanglória, ostentação), híbrido (pelo conceito e pelo som), aposematismo (porque essa palavra bonitinha me fez passar no vestibular da federal), inefável (porque existe uma palavra para falar daquilo que não se pode dizer em palavras), mímesis (palavra grega que originou muita coisa que conhecemos hoje, mas muita mesmo!), libido (porque é simplesmente ótimo usar libido em uma frase), ínfimo (porque me dá uma sensação sinestésica de ser comprimida dentro de um cubo de chumbo), tagmático (porque essa palavra não existe e o Erick já conseguiu tirar total em uma prova de filosofia no colégio por ter usado essa palavra em uma questão, por isso sou fã do Erick e da palavra que ele inventou), procrastinar (porque é um verbo com sinônimos simples, mas por que não fazer uma gabolice e dar uma de intelectual nojenta?), pândega (porque é uma palavra proparoxítona que significa "demonstração exacerbada de afeto em público"! Um máximo!)...
Tem tantas outras... essa é a lista das principais.
Enquanto não me ocupo de nada, me ocupo desse prazer efêmero, quase inefável, em contemplar a bazófia desse mundo paradoxal em seus detalhes mais ínfimos enquanto procrastino tagmaticamente os meus afazeres.
►Uma falta, outra falta, várias outras presenças, eu mesma sempre aqui, e a solidão de estar limitada a mim mesma ainda pesa mais na balança.
O que me lembra da minha lista de palavras preferidas (sim, porque qualquer pessoa ociosa que se preze deve listar coisas inúteis. Sendo eu uma ociosa com fixação por palavras, é compreensível que minhas listas inúteis estejam nesse campo conceitual).
Efêmero (pelo conceito de efêmero, e também porque eu adoro a sonoridade de palavras proparoxítonas), esporadicamente (pelo conceito), paradoxal (porque algumas palavras quando são pronunciadas sem serem conectadas com o sentido rotineiro parecem significar outra coisa qualquer), prosápia, gabolice, jactância, bazófia e ufania (todas são sinônimos e no dicionário uma leva à outra em um ciclo sem nunca dizer em palavras de linguagem mortal o significado, que é: alarde, vanglória, ostentação), híbrido (pelo conceito e pelo som), aposematismo (porque essa palavra bonitinha me fez passar no vestibular da federal), inefável (porque existe uma palavra para falar daquilo que não se pode dizer em palavras), mímesis (palavra grega que originou muita coisa que conhecemos hoje, mas muita mesmo!), libido (porque é simplesmente ótimo usar libido em uma frase), ínfimo (porque me dá uma sensação sinestésica de ser comprimida dentro de um cubo de chumbo), tagmático (porque essa palavra não existe e o Erick já conseguiu tirar total em uma prova de filosofia no colégio por ter usado essa palavra em uma questão, por isso sou fã do Erick e da palavra que ele inventou), procrastinar (porque é um verbo com sinônimos simples, mas por que não fazer uma gabolice e dar uma de intelectual nojenta?), pândega (porque é uma palavra proparoxítona que significa "demonstração exacerbada de afeto em público"! Um máximo!)...
Tem tantas outras... essa é a lista das principais.
Enquanto não me ocupo de nada, me ocupo desse prazer efêmero, quase inefável, em contemplar a bazófia desse mundo paradoxal em seus detalhes mais ínfimos enquanto procrastino tagmaticamente os meus afazeres.
►Uma falta, outra falta, várias outras presenças, eu mesma sempre aqui, e a solidão de estar limitada a mim mesma ainda pesa mais na balança.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
A um grande amigo
Achei que eu ia chorar ao me despedir dele (ou depois da despedida, já que essa foi meio apressada). Mas, apesar desse desconforto pesado no peito, não chorei.
A idéia de uma despedida pra sempre não me atingiu, porque eu sei que não é real. Mesmo que demore muito, ou que as coisas mudem com tantos quilômetros de distância, eu sei que eu ainda o verei e que não vou deixar morrer esses já quase oito anos de amizade.
Foram turbulências e calmarias e altos e baixos, e caminhos que iam oscilando, mas andando quase paralelamente e, como ele mesmo disse, não seriamos quem somos hoje se não fosse pela nossa amizade.
Tem muita coisa que eu não disse por medo ou por lerdeza. Acho que muitos momentos ficaram marcados exatamente pelo que não foi dito. Assim como a despedida. Não há muito o que dizer. Eu simplesmente vou sentir muito a falta dele.
Às vezes ainda me incomodo pensando nas idiotices que eu fiz e nas situações que eu negligenciei por imaturidade pura. Às vezes sinto que um simples “desculpa” é muito pouco se for comparar em uma balança. Mas, mais uma vez, se não fossem essas coisas terem acontecido, tudo teria tomado um rumo diferente. Acho que não interessa mais as coisas que deram errado lá atrás, e sim as que deram certo. E foi por elas terem dado certo que estou aqui agora escrevendo sobre como me sinto mal com a possibilidade de perder o maior amigo que já tive.
Por isso mesmo resolvi não chorar. Porque não vou perder esse amigo.
Sempre te amei (das formas mais variadas possíveis), e espero que você guarde bem a sua caixinha onde guarda as lembranças de mim, assim como eu vou aguardar a minha.
►Olha que irônico... agora eu chorei...
A idéia de uma despedida pra sempre não me atingiu, porque eu sei que não é real. Mesmo que demore muito, ou que as coisas mudem com tantos quilômetros de distância, eu sei que eu ainda o verei e que não vou deixar morrer esses já quase oito anos de amizade.
Foram turbulências e calmarias e altos e baixos, e caminhos que iam oscilando, mas andando quase paralelamente e, como ele mesmo disse, não seriamos quem somos hoje se não fosse pela nossa amizade.
Tem muita coisa que eu não disse por medo ou por lerdeza. Acho que muitos momentos ficaram marcados exatamente pelo que não foi dito. Assim como a despedida. Não há muito o que dizer. Eu simplesmente vou sentir muito a falta dele.
Às vezes ainda me incomodo pensando nas idiotices que eu fiz e nas situações que eu negligenciei por imaturidade pura. Às vezes sinto que um simples “desculpa” é muito pouco se for comparar em uma balança. Mas, mais uma vez, se não fossem essas coisas terem acontecido, tudo teria tomado um rumo diferente. Acho que não interessa mais as coisas que deram errado lá atrás, e sim as que deram certo. E foi por elas terem dado certo que estou aqui agora escrevendo sobre como me sinto mal com a possibilidade de perder o maior amigo que já tive.
Por isso mesmo resolvi não chorar. Porque não vou perder esse amigo.
Sempre te amei (das formas mais variadas possíveis), e espero que você guarde bem a sua caixinha onde guarda as lembranças de mim, assim como eu vou aguardar a minha.
►Olha que irônico... agora eu chorei...
sábado, 16 de agosto de 2008
Que nada tem a ver com destino.
Sinto que ressuscitei algo em mim. Algo que revive por dois minutos e morre de novo a cada dia. Eu poderia chamar esse algo de sopro para fins didáticos. Mas é incrivelmente difícil traduzir certas experiências para o mundo sintático.
Em um fim que nunca chega, e quando chega não avisa, as coisas podem voltar a ter o sentido que foram perdendo pelo caminho. Mas será um momento tão pontual, sem inicio e sem final, que será como se não houvesse sido nada. Quando chegar o fim que não avisa, o propósito vai se provar vazio, pois no depois, nada mais existirá.
O meu propósito deve então estar aqui, ao meu lado, lendo esse texto enquanto o escrevo. Mesmo sem sentidos, mesmo sem respostas, os motivos não se estendem ou esperam que esses cheguem. Pois quando eles chegarem, os motivos já terão se esquecido de mim.
Eis a minha vida cega, que segue com viseira. Desesperador, porém belo, o destino que nada tem a ver com destino.
►A poeta que me visita de vez em quando mandou lembranças.
Em um fim que nunca chega, e quando chega não avisa, as coisas podem voltar a ter o sentido que foram perdendo pelo caminho. Mas será um momento tão pontual, sem inicio e sem final, que será como se não houvesse sido nada. Quando chegar o fim que não avisa, o propósito vai se provar vazio, pois no depois, nada mais existirá.
O meu propósito deve então estar aqui, ao meu lado, lendo esse texto enquanto o escrevo. Mesmo sem sentidos, mesmo sem respostas, os motivos não se estendem ou esperam que esses cheguem. Pois quando eles chegarem, os motivos já terão se esquecido de mim.
Eis a minha vida cega, que segue com viseira. Desesperador, porém belo, o destino que nada tem a ver com destino.
►A poeta que me visita de vez em quando mandou lembranças.
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Declarações sangrentas, por Madre Tereza.
Eu quero um balde, ou alguma coisa que eu possa destruir sadicamente em meio a risadas maníacas. Uma pobre alma que eu não conheça para poder me vingar e expor ao mundo que não pode me ver a verdadeira pessoa cruel que eu posso ser. Eu quero me esquecer da minha moral e do meu remorso e me deixar explodir. Num momento congelado no tempo, quando ninguém estiver olhando. Quero uma pausa nessa seqüência da vida neurótica para matar alguém, ou alguns.
Quero poder ser tudo, e que o mundo seja o meu gozo, mas não quero que ninguém saiba disso.
Eu preciso sim é de uma pobre alma que eu não conheça e um surto psicótico dentro de um quarto trancado, decorado com flores roxas e fitas de cetim preto penduradas no teto, numa casa velha, no meio do nada.
No dia seguinte eu voltaria e retomaria minha vida de sacrifícios pelo bem maior.
►A inquisição protesta! Essa mulher é uma bruxa! Merece ir para a fogueira acusada por heresia e por um péssimo julgamento estético para decoração de interiores!
Quero poder ser tudo, e que o mundo seja o meu gozo, mas não quero que ninguém saiba disso.
Eu preciso sim é de uma pobre alma que eu não conheça e um surto psicótico dentro de um quarto trancado, decorado com flores roxas e fitas de cetim preto penduradas no teto, numa casa velha, no meio do nada.
No dia seguinte eu voltaria e retomaria minha vida de sacrifícios pelo bem maior.
►A inquisição protesta! Essa mulher é uma bruxa! Merece ir para a fogueira acusada por heresia e por um péssimo julgamento estético para decoração de interiores!
Remade
Como diria Rubem Alves, ostra feliz não faz pérola.
Agora tenho mais afazeres. Afazeres cada vez mais prazerosos. Quando eu penso que não vai me aparecer mais nada empolgante o suficiente para eu reavaliar meus horários para encaixar mais uma atividade quase que por mágica, me aparece algo ainda mais empolgante. Vou trancar uma matéria que eu não vou poder fazer mesmo, mas tirando ela ainda terei oito matérias para cursar (duas delas de ouvinte! Sim, ouvinte! Não consegui me matricular nas matérias e não aceito a possibilidade de não assistir às aulas! Às vezes posso parecer maluca, mas como já foi mencionado em outro post, estimulo intelectual tem sido a minha ÚNICA motivação), mais a pesquisa, mais os assuntos que estudo por puro interesse e que não são poucos, mais a monitoria de História das Idéias Psicológicas, mais o francês, isso sem contar com o trabalho prático de Escolar que vai me dar um puta trabalho e vai me obrigar a me provar a minha competência para fazer coisas. Pelo menos tédio não vai fazer parte desse semestre!
Quanto às outras coisas que devo/quero fazer, acabo achando umas brechas no tempo para sair com amigos, assistir filmes, ouvir musica no sentido extremo da palavra.
Às vezes me bate uma urgência. Parece que isso tudo não é suficiente ainda. Mas não é uma questão quantitativa quando sinto isso. Às vezes eu preciso fazer alguma coisa com um certo peso semântico. Segundo o meu professor bonito, quanto mais inteligentes somos, mais restrita é a nossa capacidade de nos sentirmos felizes.
Então, em correção a um pensamento vicioso que tem gostado muito de mim ultimamente, numa balança qualitativa, eu estou ÓTIMA!
Em resumo, passo dias me sentindo um lixo não me baseando no que eu realmente sinto, mas em pequenos pontos, pequenas agulhas, que cutucam meus pontos fracos. Exagerar é uma característica geneticamente herdada nas gerações femininas da minha família. E eu me considero alguém que faz jus a essa herança. Portanto, algumas três coisinhas estão erradas e eu as dou um valor muito maior que o que merecem. Acabo adotando uma nuvem negra para me seguir por onde eu vou.
Mas eu preciso desses dias de escuridão. Só não posso levar ao extremo aquele conhecimento que eu sempre sigo: os sentimentos foram feitos para serem sentidos, mas sentir demais é masoquismo! Eu diria até burrice.
Então tudo continua mudando como sempre...
►A existência precede a essência. Disse um sábio macaco.
Agora tenho mais afazeres. Afazeres cada vez mais prazerosos. Quando eu penso que não vai me aparecer mais nada empolgante o suficiente para eu reavaliar meus horários para encaixar mais uma atividade quase que por mágica, me aparece algo ainda mais empolgante. Vou trancar uma matéria que eu não vou poder fazer mesmo, mas tirando ela ainda terei oito matérias para cursar (duas delas de ouvinte! Sim, ouvinte! Não consegui me matricular nas matérias e não aceito a possibilidade de não assistir às aulas! Às vezes posso parecer maluca, mas como já foi mencionado em outro post, estimulo intelectual tem sido a minha ÚNICA motivação), mais a pesquisa, mais os assuntos que estudo por puro interesse e que não são poucos, mais a monitoria de História das Idéias Psicológicas, mais o francês, isso sem contar com o trabalho prático de Escolar que vai me dar um puta trabalho e vai me obrigar a me provar a minha competência para fazer coisas. Pelo menos tédio não vai fazer parte desse semestre!
Quanto às outras coisas que devo/quero fazer, acabo achando umas brechas no tempo para sair com amigos, assistir filmes, ouvir musica no sentido extremo da palavra.
Às vezes me bate uma urgência. Parece que isso tudo não é suficiente ainda. Mas não é uma questão quantitativa quando sinto isso. Às vezes eu preciso fazer alguma coisa com um certo peso semântico. Segundo o meu professor bonito, quanto mais inteligentes somos, mais restrita é a nossa capacidade de nos sentirmos felizes.
Então, em correção a um pensamento vicioso que tem gostado muito de mim ultimamente, numa balança qualitativa, eu estou ÓTIMA!
Em resumo, passo dias me sentindo um lixo não me baseando no que eu realmente sinto, mas em pequenos pontos, pequenas agulhas, que cutucam meus pontos fracos. Exagerar é uma característica geneticamente herdada nas gerações femininas da minha família. E eu me considero alguém que faz jus a essa herança. Portanto, algumas três coisinhas estão erradas e eu as dou um valor muito maior que o que merecem. Acabo adotando uma nuvem negra para me seguir por onde eu vou.
Mas eu preciso desses dias de escuridão. Só não posso levar ao extremo aquele conhecimento que eu sempre sigo: os sentimentos foram feitos para serem sentidos, mas sentir demais é masoquismo! Eu diria até burrice.
Então tudo continua mudando como sempre...
►A existência precede a essência. Disse um sábio macaco.
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Um homem por um dia, ou Nietzsche.
Ele tinha acabado de passar por uma grande mudança. Alguém que trabalhava em algum departamento qualquer que fazia parte de um enorme sistema burocrático tinha cometido um erro. E, de repente, ele não era mais ele(a) mesmo(a). Nada havia mudado na verdade, mas como cada dia é um, cada tarde é outra.
Sinto não ser capaz de informar o verdadeiro motivo ou caminho racional que o levou a isso, mas não havia mais nada para fazer ou pensar naquele emaranhado de carros e reflexos do sol nos retrovisores. Ele estava chorando. Chorando porque ele não queria mais ser corajoso, não queria mais esse trabalho de publicidade, vendendo idéias sobre si mesmo.
É verdade que é muito mais fácil, e por que não cômodo, viver miseravelmente que enfrentar o problema. Ele estava cansado, esgotado pelo esforço repetitivo, também muscular, tostado pelo sol insensível daquela tarde. Ele tinha um destino onde não queria chegar. Tinha medo do que poderia estar por lá espreitando nos cantos. É verdade que nessas épocas solitárias da vida nos tornamos um pouco paranóicos.
Ele recitava para si mesmo tudo aquilo que sabia há tempos. Ele não queria mais ter motivos para repetir aquele mantra.
Então ele gritou. Berrou. Quase explodiu suas cordas vocais.
Não adiantou. Só parou de chorar porque as lágrimas já estava embaçando a sua visão. Foi uma buzina que o trouxe de volta à “realidade”. Ele estava se deixando levar pelos pensamentos de novo. Parecia irremediável essa vontade que seu coração tinha de se entristecer, de se sentir desesperançoso.
Então ele secou o rosto, pregou um sorriso amarelo na boca e continuou em frente. E seu dia se desenrolou como outro qualquer, porém retorcido. É que ele estava passando por uma época de poucos motivos e muitas preguiças. Mas havia ainda uma coisa que fazia nascer aquela axplosãozinha nuclear no peito. Às vezes parecia um motivo pequeno, ou insuficiente para se justificar uma vida inteira. Mas ele estava apenas sendo ele mesmo. Ao fim, seu dia tinha valido a pena.
Mas até onde vai essa explosão nuclear? Porque ele não conseguia. Ele preferia chorar pela morte de alguém que ainda amava que aceitar a morte de alguém que havia amado.
O dia seguinte viria mais rápido que ele imaginava. Ele voltaria àquele gabinete do departamento qualquer que fazia parte de um enorme sistema burocrático, e a mudança seria revertida. Ele voltaria a ser ela(e) mesma(o). Então voltaria a se lembrar daquilo que podia ver, mas não sentir. Um dia acabaria se convencendo de que sempre esteve certo e um dia, quem sabe, voltaria a estar completamente errado.
Ele não queria mais chorar, ele não queria mais sorrir...
Daí pra frente, ele olhava para os dias de forma diferente. Botando um pouco mais de fé em seu próprio mantra, se enchendo novamente de coragem, se provando capaz (e por que não o seria para qualquer coisa no mundo?). E novos motivos vieram. A maioria deles visavam a si mesmo. Mas essa era uma lição aprendida, desaprendida e que deveria ser reaprendida (como tantas outras coisas).
►Uma estratégia eficiente para lotar uma sala: use uma conjunção no título de sua apresentação e acrescente “Nietzsche” (o mais novo certificado cult na nossa cultura pós-pós-moderna). Pela lógica clássica, quando acrescentamos um elemento a uma premissa através de um simples “ou”, contanto que pelo menos um dos elementos seja verdadeiro, a premissa é verdadeira. Assim, ninguém pode reclamar quando você não falar PATAVINAS de Nietzsche!
Sinto não ser capaz de informar o verdadeiro motivo ou caminho racional que o levou a isso, mas não havia mais nada para fazer ou pensar naquele emaranhado de carros e reflexos do sol nos retrovisores. Ele estava chorando. Chorando porque ele não queria mais ser corajoso, não queria mais esse trabalho de publicidade, vendendo idéias sobre si mesmo.
É verdade que é muito mais fácil, e por que não cômodo, viver miseravelmente que enfrentar o problema. Ele estava cansado, esgotado pelo esforço repetitivo, também muscular, tostado pelo sol insensível daquela tarde. Ele tinha um destino onde não queria chegar. Tinha medo do que poderia estar por lá espreitando nos cantos. É verdade que nessas épocas solitárias da vida nos tornamos um pouco paranóicos.
Ele recitava para si mesmo tudo aquilo que sabia há tempos. Ele não queria mais ter motivos para repetir aquele mantra.
Então ele gritou. Berrou. Quase explodiu suas cordas vocais.
Não adiantou. Só parou de chorar porque as lágrimas já estava embaçando a sua visão. Foi uma buzina que o trouxe de volta à “realidade”. Ele estava se deixando levar pelos pensamentos de novo. Parecia irremediável essa vontade que seu coração tinha de se entristecer, de se sentir desesperançoso.
Então ele secou o rosto, pregou um sorriso amarelo na boca e continuou em frente. E seu dia se desenrolou como outro qualquer, porém retorcido. É que ele estava passando por uma época de poucos motivos e muitas preguiças. Mas havia ainda uma coisa que fazia nascer aquela axplosãozinha nuclear no peito. Às vezes parecia um motivo pequeno, ou insuficiente para se justificar uma vida inteira. Mas ele estava apenas sendo ele mesmo. Ao fim, seu dia tinha valido a pena.
Mas até onde vai essa explosão nuclear? Porque ele não conseguia. Ele preferia chorar pela morte de alguém que ainda amava que aceitar a morte de alguém que havia amado.
O dia seguinte viria mais rápido que ele imaginava. Ele voltaria àquele gabinete do departamento qualquer que fazia parte de um enorme sistema burocrático, e a mudança seria revertida. Ele voltaria a ser ela(e) mesma(o). Então voltaria a se lembrar daquilo que podia ver, mas não sentir. Um dia acabaria se convencendo de que sempre esteve certo e um dia, quem sabe, voltaria a estar completamente errado.
Ele não queria mais chorar, ele não queria mais sorrir...
Daí pra frente, ele olhava para os dias de forma diferente. Botando um pouco mais de fé em seu próprio mantra, se enchendo novamente de coragem, se provando capaz (e por que não o seria para qualquer coisa no mundo?). E novos motivos vieram. A maioria deles visavam a si mesmo. Mas essa era uma lição aprendida, desaprendida e que deveria ser reaprendida (como tantas outras coisas).
►Uma estratégia eficiente para lotar uma sala: use uma conjunção no título de sua apresentação e acrescente “Nietzsche” (o mais novo certificado cult na nossa cultura pós-pós-moderna). Pela lógica clássica, quando acrescentamos um elemento a uma premissa através de um simples “ou”, contanto que pelo menos um dos elementos seja verdadeiro, a premissa é verdadeira. Assim, ninguém pode reclamar quando você não falar PATAVINAS de Nietzsche!
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Outro dia...
Estive largando a minha felicidade nas mãos de outras pessoas.
Estive fugindo do que tenho medo de não ser competente para fazer.
Estive fingindo para mim mesma estar triste para não perceber que eu estava triste de verdade.
Estive me fazendo de boba... assim é tudo mais fácil. E igualmente insuportável.
Agora parece que vai pra frente. Senti firmeza em mim mesma hoje.
►Everybody’s got something to hide, except for me and my monkey!
Estive fugindo do que tenho medo de não ser competente para fazer.
Estive fingindo para mim mesma estar triste para não perceber que eu estava triste de verdade.
Estive me fazendo de boba... assim é tudo mais fácil. E igualmente insuportável.
Agora parece que vai pra frente. Senti firmeza em mim mesma hoje.
►Everybody’s got something to hide, except for me and my monkey!
domingo, 10 de agosto de 2008
O demônio que há em mim
Quando as tensões vão se acumulando no peito - e isso é uma costume meu – a ultima coisa que se precisa é de alguém fazendo gracinha e piada para tentar fazer você rir. O melhor remédio para esse mal é encontrar alguém incrivelmente irritante, para poder descarregar, se não tudo, pelo menos uma grande parte da raiva, tristeza, receio, frustração, impaciência e o escambau condensados juntos.
Foi por isso que, acredito que pela primeira vez, a Fê me viu com raiva e apelando. Eu NUNCA fico com raiva na frente de ninguém, excedo nesses dias em que a tensão está na borda. Por motivos como a Fê puxando o meu fone de ouvido (e quase o estragando) porque eu estava “autista” ouvindo música na minha enquanto todos estavam conversando animados (animação essa que no momento estava me irritando horrores).
Ontem eu ainda tinha uma companhia mau humorada (a minha irmã, e tenha medo dela quando ela está assim!) para descarregar a raiva do dia. E já começamos a descarregar na Pintadinha (apelido carinhoso que damos à professora CHATA, IRRITANTE, INSUPORTAVEL do francês). Aquela mulher tem O PIOR método de ensino já inventado. Ela ficava interrompendo a linha de raciocínio para corrigir picuinha de pronuncia com aquela voz chata e ficava falando “gente, vocês já estão no F3!!! Gente, não acredito que vocês não estudaram francês nas férias!”. Depois do francês fomos no carro xingando deus e o mundo. Almoçamos no Itaú (que inferno!) e praça de alimentação de shopping de gente feia e burra é um ótimo lugar para xingar pessoas! Me aparece uma manada de dez menininhas de uns doze, treze anos, cada uma com uma câmera, todas apontando para o espelho em baixo da escada rolante e tirando fotos... depois elas resolvem sentar na escada em fileirinha degradê todas com a mesma pose tirando as fotinhas ridículas delas só para depois colocar no orkut, daí aquele meninos burros, que são populares justamente por não estudarem e não terem responsabilidade alguma, que usam aquelas bermudas ridículas com nike shochs e colar de bola no pescoço, topetinho e sorrisinho nojento deixarem um comentário falando que a ridiculazinha lá ficou gatinha na foto. Daí ela vai ficar umas três semanas gritando estridentemente se gabando do ridiculozinho ter falado que ela é gatinha. (SOCORRO!)
Então resolvemos comprar presentes de dia dos pais, na véspera do dia dos pais, na renner, às duas da tarde, em shopping de jacu de contagem. Imagine o prazer que foi entrar naquela loja, entrar na fila gigante do caixa, ouvir aquelas conversas de piriguete perguntando pro namorado horroroso se aquela lingerie tava grande demais...
Bom, daí voltamos para casa e os motivos para xingar e amaldiçoar até a oitava geração dos seres que nos atormentaram tinham acabado.
Então fui para a casa do Fefs. Ele estava dando uma tequilada. Eu estava de carro e não bebi. Mas uma das melhores coisas em mim é que eu consigo atingir o estado de embriagueis sem álcool algum. Provavelmente baseado em adrenalina. Eu dancei até conseguir dores especificas em cada uma das partes do meu corpo. Consegui dores muito improváveis. Minha roupa estava encharcada, como se eu tivesse pulado em uma piscina. Meu cabelo ficou um horror. Gritei até perder a voz. Dancei Dandalunda (a música nostálgica que eu, Fefs e Bebeth dançávamos na oitava série que literalmente quebra as suas pernas), cantei “Gato Cachorro, Gato Perro” com o Laranja, quem não via há séculos, dancei loucamente com o João que estava trêbado já.
Voltei para casa dirigindo loucamente porque não sentia as minhas pernas e queria vento. Então estava a cem numa rua com limite de sessenta por hora.
E sabe o que é o melhor disso tudo? Toda essa parafernalha que eu arrumei para descarregar energias acumuladas não matou os motivos que eu tenho para acumulá-las. Ontem foi um dia ótimo, porque nos momentos em que estava descarregando a minha desdém em seres desafortunados ou me acabando ao som de Ting Tings eu me senti extremamente bem. Mas enquanto eu mantiver os motivos aqui dentro, a raiva, a tristeza, a frustração, a desmotivação vão se acumular novamente.
Quem me dera se eu soubesse como me exorcizar desses motivos e voltar a viver mais serenamente. Eu tenho agido como um bicho frágil perdido no meio de uma floresta densa, sempre desconfiado de que vai aparecer um predador, sempre olhando em volta com olhar assustado. Eu não estou conseguindo me concentrar em mim mesma, e as únicas chances que me dou para isso são essas ocasiões em que me dou o direito de apelar com um amigo, de xingar até a alma de gente que não tem nada a ver comigo, de me entregar a momentos sem noção e acabar com o meu próprio corpo.
Atestado: isso não está fazendo bem para mim. Cheguei mais uma vez em um daqueles estados limite em que eu PRECISO finalmente fazer o que estive evitando, quase que esperando que esse limite chegasse.
►Fim.
Foi por isso que, acredito que pela primeira vez, a Fê me viu com raiva e apelando. Eu NUNCA fico com raiva na frente de ninguém, excedo nesses dias em que a tensão está na borda. Por motivos como a Fê puxando o meu fone de ouvido (e quase o estragando) porque eu estava “autista” ouvindo música na minha enquanto todos estavam conversando animados (animação essa que no momento estava me irritando horrores).
Ontem eu ainda tinha uma companhia mau humorada (a minha irmã, e tenha medo dela quando ela está assim!) para descarregar a raiva do dia. E já começamos a descarregar na Pintadinha (apelido carinhoso que damos à professora CHATA, IRRITANTE, INSUPORTAVEL do francês). Aquela mulher tem O PIOR método de ensino já inventado. Ela ficava interrompendo a linha de raciocínio para corrigir picuinha de pronuncia com aquela voz chata e ficava falando “gente, vocês já estão no F3!!! Gente, não acredito que vocês não estudaram francês nas férias!”. Depois do francês fomos no carro xingando deus e o mundo. Almoçamos no Itaú (que inferno!) e praça de alimentação de shopping de gente feia e burra é um ótimo lugar para xingar pessoas! Me aparece uma manada de dez menininhas de uns doze, treze anos, cada uma com uma câmera, todas apontando para o espelho em baixo da escada rolante e tirando fotos... depois elas resolvem sentar na escada em fileirinha degradê todas com a mesma pose tirando as fotinhas ridículas delas só para depois colocar no orkut, daí aquele meninos burros, que são populares justamente por não estudarem e não terem responsabilidade alguma, que usam aquelas bermudas ridículas com nike shochs e colar de bola no pescoço, topetinho e sorrisinho nojento deixarem um comentário falando que a ridiculazinha lá ficou gatinha na foto. Daí ela vai ficar umas três semanas gritando estridentemente se gabando do ridiculozinho ter falado que ela é gatinha. (SOCORRO!)
Então resolvemos comprar presentes de dia dos pais, na véspera do dia dos pais, na renner, às duas da tarde, em shopping de jacu de contagem. Imagine o prazer que foi entrar naquela loja, entrar na fila gigante do caixa, ouvir aquelas conversas de piriguete perguntando pro namorado horroroso se aquela lingerie tava grande demais...
Bom, daí voltamos para casa e os motivos para xingar e amaldiçoar até a oitava geração dos seres que nos atormentaram tinham acabado.
Então fui para a casa do Fefs. Ele estava dando uma tequilada. Eu estava de carro e não bebi. Mas uma das melhores coisas em mim é que eu consigo atingir o estado de embriagueis sem álcool algum. Provavelmente baseado em adrenalina. Eu dancei até conseguir dores especificas em cada uma das partes do meu corpo. Consegui dores muito improváveis. Minha roupa estava encharcada, como se eu tivesse pulado em uma piscina. Meu cabelo ficou um horror. Gritei até perder a voz. Dancei Dandalunda (a música nostálgica que eu, Fefs e Bebeth dançávamos na oitava série que literalmente quebra as suas pernas), cantei “Gato Cachorro, Gato Perro” com o Laranja, quem não via há séculos, dancei loucamente com o João que estava trêbado já.
Voltei para casa dirigindo loucamente porque não sentia as minhas pernas e queria vento. Então estava a cem numa rua com limite de sessenta por hora.
E sabe o que é o melhor disso tudo? Toda essa parafernalha que eu arrumei para descarregar energias acumuladas não matou os motivos que eu tenho para acumulá-las. Ontem foi um dia ótimo, porque nos momentos em que estava descarregando a minha desdém em seres desafortunados ou me acabando ao som de Ting Tings eu me senti extremamente bem. Mas enquanto eu mantiver os motivos aqui dentro, a raiva, a tristeza, a frustração, a desmotivação vão se acumular novamente.
Quem me dera se eu soubesse como me exorcizar desses motivos e voltar a viver mais serenamente. Eu tenho agido como um bicho frágil perdido no meio de uma floresta densa, sempre desconfiado de que vai aparecer um predador, sempre olhando em volta com olhar assustado. Eu não estou conseguindo me concentrar em mim mesma, e as únicas chances que me dou para isso são essas ocasiões em que me dou o direito de apelar com um amigo, de xingar até a alma de gente que não tem nada a ver comigo, de me entregar a momentos sem noção e acabar com o meu próprio corpo.
Atestado: isso não está fazendo bem para mim. Cheguei mais uma vez em um daqueles estados limite em que eu PRECISO finalmente fazer o que estive evitando, quase que esperando que esse limite chegasse.
►Fim.
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
As idéias estão no chão
Quero me livrar dessa sombra.
Voltar a florescer.
Comer maçã verde pela manhã.
Perder massa corporal.
Me reduzir ao risco azul no fundo branco.
Me sentir cheia de algodão.
Comer algo que faça chomp chomp.
Quero outro vício de pensamento.
Acho que chegou a hora de cortar o cabelo.
(momento solene)
“Esvaziar o revolver é puxar o gatilho.”
É preciso sentir a culpa para se livrar dela.
É preciso matar a idéia para enxergar o mundo de verdade.
►Conflitos passam, mas não morrem.
Voltar a florescer.
Comer maçã verde pela manhã.
Perder massa corporal.
Me reduzir ao risco azul no fundo branco.
Me sentir cheia de algodão.
Comer algo que faça chomp chomp.
Quero outro vício de pensamento.
Acho que chegou a hora de cortar o cabelo.
(momento solene)
“Esvaziar o revolver é puxar o gatilho.”
É preciso sentir a culpa para se livrar dela.
É preciso matar a idéia para enxergar o mundo de verdade.
►Conflitos passam, mas não morrem.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Left behind (hopefully)
É... eu não queria, mas aconteceu, e tudo que eu temia veio acompanhado. Mas eu sobrevivi ao momento com bravura e nem dei uma de chata disco arranhado como eu costumo fazer. Essas coisas só acabam me rendendo horas e horas de voltas sem destino na minha cabeça. Muitas vezes acompanhadas por uma agonia insuportável, mas ainda estou aqui, sorridente e faminta.
Tenho procurado válvulas de escape por todos os lados. Mas sempre chego à mesma conclusão irritante. Então eu digo: então ta...
Ontem matei saudades daquela sensação típica de bebedeira de que nada importa de verdade, fodas pro mundo, essa música é uma bosta, mas vamos dançar mesmo assim, descer até o chão e desequilibrar é bem mais divertido, tudo tem graça (até a minha própria voz), rostos familiares ganham um valor imenso, gritar é natural, vontade de explodir a cabeça, rir pela risada... e tantas outras sensações legais daquele nível especifico de álcool no sangue (nem mais, nem menos). E hoje, apesar de acordar com uma leve ressaquinha, eu parecia reciclada.
E foram vários os sorrisos em meio às aulas. Primeiro na aula de estética (que matéria gay! Hahaha), com a Virgínia fazendo análises e mais análises, juntando os pensamentos de Kant e Hegel com coisas de hoje, comentando obras de arte contemporânea. ADOREI! Na aula de Ética, além do agradável fato do professor ser incrivelmente bonito, bem, não preciso falar que essa matéria já prometia antes de eu saber sequer a bibliografia... até agora está superando as minhas expectativas. Eu me sinto uma alienígena naquela aula (e em várias outras), conectando, concordando, lembrando de coisas que, quando olho para os rostos, percebo que ninguém compartilha comigo o prazer por estar assistindo àquela aula que eu sentia. E por fim, a aula de Escolar. Eu simplesmente ADOREI o Lincoln! Pelo jeito dele de falar, pelas coisas que ele fala, pelo tanto que ele aparenta saber do que está falando, por fazer as coisas ficarem muito interessantes, por ter uma critica para tudo que ele menciona...
Bem, cá estou, cansada e com uma pilha de leituras a atualizar. Ainda há vários assuntos que preciso atualizar. Ainda não entrei de verdade no clima de aulas. Em parte pela pseudo-depressão (entenda-se mais de uma semana de humor não muito legal) que obtive nesse final de férias, e também por ainda ter que acostumar o meu corpo a se levantar às cinco da manha novamente. Mas eu tenho simplesmente adorado essa rotina agitada. Quanto mais coisas estou fazendo, mais quero fazer. Estar fazendo nove matérias é sintoma disso (três delas na filosofia!). Parece que me enchendo de coisas para fazer e pensar, eu alivio mais fácil as tensões internas que são inerentes ao ser humano (gastei).
E falando em filosofia, a aula de ontologia é UM MÁXIMO! Na primeira aula, o Ernesto pediu que nós listássemos as coisas que existem! A segunda aula foi inteira sobre Platão (eu já nem gosto dele, né?).
É, estou cheia das preocupações irritantes e ainda com uma pesada ponta dessa minha pseudo-depressão. Mas estou otimista, pelo menos. Pelo menos sei que consigo me concentrar em alguma coisa boa enquanto não consigo me livrar das ruins.
► “(...) and quit those nightmares I’ve been having.”
Tenho procurado válvulas de escape por todos os lados. Mas sempre chego à mesma conclusão irritante. Então eu digo: então ta...
Ontem matei saudades daquela sensação típica de bebedeira de que nada importa de verdade, fodas pro mundo, essa música é uma bosta, mas vamos dançar mesmo assim, descer até o chão e desequilibrar é bem mais divertido, tudo tem graça (até a minha própria voz), rostos familiares ganham um valor imenso, gritar é natural, vontade de explodir a cabeça, rir pela risada... e tantas outras sensações legais daquele nível especifico de álcool no sangue (nem mais, nem menos). E hoje, apesar de acordar com uma leve ressaquinha, eu parecia reciclada.
E foram vários os sorrisos em meio às aulas. Primeiro na aula de estética (que matéria gay! Hahaha), com a Virgínia fazendo análises e mais análises, juntando os pensamentos de Kant e Hegel com coisas de hoje, comentando obras de arte contemporânea. ADOREI! Na aula de Ética, além do agradável fato do professor ser incrivelmente bonito, bem, não preciso falar que essa matéria já prometia antes de eu saber sequer a bibliografia... até agora está superando as minhas expectativas. Eu me sinto uma alienígena naquela aula (e em várias outras), conectando, concordando, lembrando de coisas que, quando olho para os rostos, percebo que ninguém compartilha comigo o prazer por estar assistindo àquela aula que eu sentia. E por fim, a aula de Escolar. Eu simplesmente ADOREI o Lincoln! Pelo jeito dele de falar, pelas coisas que ele fala, pelo tanto que ele aparenta saber do que está falando, por fazer as coisas ficarem muito interessantes, por ter uma critica para tudo que ele menciona...
Bem, cá estou, cansada e com uma pilha de leituras a atualizar. Ainda há vários assuntos que preciso atualizar. Ainda não entrei de verdade no clima de aulas. Em parte pela pseudo-depressão (entenda-se mais de uma semana de humor não muito legal) que obtive nesse final de férias, e também por ainda ter que acostumar o meu corpo a se levantar às cinco da manha novamente. Mas eu tenho simplesmente adorado essa rotina agitada. Quanto mais coisas estou fazendo, mais quero fazer. Estar fazendo nove matérias é sintoma disso (três delas na filosofia!). Parece que me enchendo de coisas para fazer e pensar, eu alivio mais fácil as tensões internas que são inerentes ao ser humano (gastei).
E falando em filosofia, a aula de ontologia é UM MÁXIMO! Na primeira aula, o Ernesto pediu que nós listássemos as coisas que existem! A segunda aula foi inteira sobre Platão (eu já nem gosto dele, né?).
É, estou cheia das preocupações irritantes e ainda com uma pesada ponta dessa minha pseudo-depressão. Mas estou otimista, pelo menos. Pelo menos sei que consigo me concentrar em alguma coisa boa enquanto não consigo me livrar das ruins.
► “(...) and quit those nightmares I’ve been having.”
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Ontem
Primeira aula de Psicopatologia II, que por sinal foi um saco graças à voz pastosa do professor, durou quarenta minutos. Quase ninguém foi à aula. Eu também não fiquei muito na sala. Dei um super abraço nas pessoas mais íntimas, e saímos eu, Celso, Paulete e Rafones sem saber para onde ir... decidimos ir matar o tempo no shopping cidade (com muita resistência de minha parte que não sabia se conseguiria encarar aquele estacionamento). Mas por fim fomos pelo caminho mais longo possível e nos estressamos no estacionamento, mas nada que nos matasse. Tomamos milkshake do Bob’s e fomos para o fliperama (que programa de doze anos de idade!). O Celso então teve uma idéia: vamos jogar Pump? Nessa hora vieram milhões de lembranças em turbilhão na minha cabeça. Eu nunca fui boa em Pump e devo ter jogado umas três vezes na vida, mas Pump foi realmente um ícone importante na minha vida. Enfim, o Celso conseguiu me convencer a jogar e eu descobri que, apesar de ainda ser ruim, sou melhor que a Paulete pelo menos! Haha.
Então fiquei mais um tempo no Cidade e as pessoas foram se dissipando. Eu liguei pro Theus para me encontrar com ele até que chegasse a hora de encontrar os meninos para comemorar o aniversario do Coacci (que foi ontem). Theus estava no Pátio. E lá fui eu, migrando entre shoppings. Gastei uma fortuna em estacionamentos ontem.
Fomo pra casa do Theus e encontramos o Fefs lá já esperando. Depois iniciamos a nossa saga em busca de um lugar para comer. Porque segunda feira tudo fecha cedo ou nem sequer abre. Depois de subir a Afonso Pena, ir até o fim da Bandeirantes, voltar descobrir que não tínhamos opções, voltamos para o Pátio. Zerei o meu deslocamento. Nos enchemos de comida no Fridays e gastamos bastante dinheiro por isso.
Voltei para casa acabada de sono. Até tentei assistir um filme que tenho que devolver hoje na locadora, mas não deu... dormi na terceira cena.
►Sem pensamentos que ultrapassem a linha dos fatos.
Então fiquei mais um tempo no Cidade e as pessoas foram se dissipando. Eu liguei pro Theus para me encontrar com ele até que chegasse a hora de encontrar os meninos para comemorar o aniversario do Coacci (que foi ontem). Theus estava no Pátio. E lá fui eu, migrando entre shoppings. Gastei uma fortuna em estacionamentos ontem.
Fomo pra casa do Theus e encontramos o Fefs lá já esperando. Depois iniciamos a nossa saga em busca de um lugar para comer. Porque segunda feira tudo fecha cedo ou nem sequer abre. Depois de subir a Afonso Pena, ir até o fim da Bandeirantes, voltar descobrir que não tínhamos opções, voltamos para o Pátio. Zerei o meu deslocamento. Nos enchemos de comida no Fridays e gastamos bastante dinheiro por isso.
Voltei para casa acabada de sono. Até tentei assistir um filme que tenho que devolver hoje na locadora, mas não deu... dormi na terceira cena.
►Sem pensamentos que ultrapassem a linha dos fatos.
domingo, 3 de agosto de 2008
Chega, vai...
200º (nem sei como dizer isso) post! Contemplando o boom de produção escrita dos últimos meses que, pelo jeito, praticamente substituiu a minha necessidade de desenhar. Ou quem sabe eu apenas esteja em uma fase ruim da minha vida.
Festival de Jazz na Savassi! Músicas ÓTIMAS e pessoas diversas. Tão cheio que só fiquei sabendo de amigos que estavam lá depois que voltei para casa. Acho que se não fosse esse meu clima ruim, teria aproveitado mais. Mas valeu pela desanuviada.
Depois cinema: uma comedia romântica comercial que se mostrou surpreendentemente legal.
Estou morta de sono e cansaço. Que bicho sugador de energia foi esse que me picou e continua me parasitando? Nem vontade que o dia de amanha chegue eu tenho.
Fiquei procurando... nem sei se queria mesmo encontrar. Mas me sinto desconfortável naquele lugar. Me trás lembranças demais. Eu pareço estar voltando a pensar no antigo “porto seguro” que eu tinha. Já que no presente parece que está tudo se dissolvendo. Mas o que eu menos quero é ficar pensando no passado agora para perceber todas as coisas burras, canalhas, sacanas e ingênuas que eu fiz. Me sinto mal dessa forma porque não consigo me fixar no passado, no presente ou no futuro.
Se palavras me ajudassem em alguma coisa, eu não terminaria esse texto.
► “You know why!”
Festival de Jazz na Savassi! Músicas ÓTIMAS e pessoas diversas. Tão cheio que só fiquei sabendo de amigos que estavam lá depois que voltei para casa. Acho que se não fosse esse meu clima ruim, teria aproveitado mais. Mas valeu pela desanuviada.
Depois cinema: uma comedia romântica comercial que se mostrou surpreendentemente legal.
Estou morta de sono e cansaço. Que bicho sugador de energia foi esse que me picou e continua me parasitando? Nem vontade que o dia de amanha chegue eu tenho.
Fiquei procurando... nem sei se queria mesmo encontrar. Mas me sinto desconfortável naquele lugar. Me trás lembranças demais. Eu pareço estar voltando a pensar no antigo “porto seguro” que eu tinha. Já que no presente parece que está tudo se dissolvendo. Mas o que eu menos quero é ficar pensando no passado agora para perceber todas as coisas burras, canalhas, sacanas e ingênuas que eu fiz. Me sinto mal dessa forma porque não consigo me fixar no passado, no presente ou no futuro.
Se palavras me ajudassem em alguma coisa, eu não terminaria esse texto.
► “You know why!”
De momento
Eu não posso ser deixada calada por muito tempo. Por isso arrumei algum motivo para tagarelar diferente para cada um dos dias que se passaram. Dia um: Fefs, João, Tuia e Coacci. Dia dois: Fefs, João, Tuia, Coacci e Cherem. Dia três: Lali, Raquel e Erick. Dia quatro, mais conhecido como o futuro hoje: sei lá quem vai me aparecer... Mas Lali, Raquel e Erick já estão garantidos.
Assisti alguns filmes memoráveis nesse meio tempo também. Consegui finalmente ser dona do meu próprio carro. Eu e João estamos quase fazendo a dança de Harder Better Faster Stronger sem travar. O clima aqui em casa está tenso (eu e Lali porque ficamos um saco em fim de férias, a minha mãe porque fica um saco em volta ao trabalho). Eu desgastei os meus pensamentos até reparar que já não tenho nenhum que seja consistente o suficiente para eu considerar que esteja pensando em alguma coisa. Por isso estou inerte (exceto nas horas em que tem pessoas à minha volta). E é por isso que eu não posso ser deixada calada por muito tempo. Vou acabar percebendo que eu não tenho nada para pensar.
Alguns dias atrás eu queria com todas as forças implodir. Mas agora não vejo propósito. O problema é esse. Eu não vejo propósito em coisa alguma.
A minha matricula não deu certo como eu esperava que desse... Mas fodas. Eu vou cursar as matérias para as quais não fui aceita da mesma forma. Não quero abrir mão da esperança de um sentimento de motivação que eu espero que volte quando eu me ver novamente dentro de uma sala de aula.
E o álcool... As únicas duas vezes que bebi durante as férias não foram o suficiente para alterar meus sentidos... Eu preciso de me embebedar.
Há nesse momento apenas duas idéias que me causam aquele formigamento de ansiedade no peito: filosofia da mente e juntar dinheiro para visitar o Fefs no Canadá no final do ano ou o mais cedo possível!
Sentimento aflorando: INVEJA!
►Estou ligada no piloto automático.
Assisti alguns filmes memoráveis nesse meio tempo também. Consegui finalmente ser dona do meu próprio carro. Eu e João estamos quase fazendo a dança de Harder Better Faster Stronger sem travar. O clima aqui em casa está tenso (eu e Lali porque ficamos um saco em fim de férias, a minha mãe porque fica um saco em volta ao trabalho). Eu desgastei os meus pensamentos até reparar que já não tenho nenhum que seja consistente o suficiente para eu considerar que esteja pensando em alguma coisa. Por isso estou inerte (exceto nas horas em que tem pessoas à minha volta). E é por isso que eu não posso ser deixada calada por muito tempo. Vou acabar percebendo que eu não tenho nada para pensar.
Alguns dias atrás eu queria com todas as forças implodir. Mas agora não vejo propósito. O problema é esse. Eu não vejo propósito em coisa alguma.
A minha matricula não deu certo como eu esperava que desse... Mas fodas. Eu vou cursar as matérias para as quais não fui aceita da mesma forma. Não quero abrir mão da esperança de um sentimento de motivação que eu espero que volte quando eu me ver novamente dentro de uma sala de aula.
E o álcool... As únicas duas vezes que bebi durante as férias não foram o suficiente para alterar meus sentidos... Eu preciso de me embebedar.
Há nesse momento apenas duas idéias que me causam aquele formigamento de ansiedade no peito: filosofia da mente e juntar dinheiro para visitar o Fefs no Canadá no final do ano ou o mais cedo possível!
Sentimento aflorando: INVEJA!
►Estou ligada no piloto automático.
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