quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Memória cotidiana

Acumulando conhecimento e cultivando minha hortinha intelectual. Enquanto isso vou aplicando de formas banais para fixar.
Terça feira às sete e meia da manhã eu estava na aula da matéria que ainda me pergunto se deveria mesmo estar cursando. Mas a inércia me levou ali novamente. Estava assistindo a apresentação de seminário de um cara muito nerd que achou um texto de um filosofo muito nerd (buscando argumentos filosóficos para defender o estatuto de arte dos.... vídeo-games! – Rowling eyes + deep breath). Eu agüentei firme e sonolenta uma hora e quarenta disso.
Quando a aula terminou encontrei a Raquel no corredor do segundo andar. A minha chará de data de nascença. Ela comentou quase que esperando uma resposta negativa: “vamos beber?”.
Eu disse: “não convida que eu fico com vontade.”.
“Então vamos mesmo?”
“VAMOS!”
Já viu né?... Duas sagitarianas com sobrecarga de stress. A palavra cerveja ou semelhantes não podem ser mencionadas que elas já ficam bêbadas.
Fui beber com a Raquel às nove da manhã de uma terça feira. E já tinha um bom tempo que eu não bebia aquele tanto. Quando era meio dia voltamos andando no sol, rindo das coisas sem sentido que só gente bêbada consegue perceber. Conversamos tanto sobre tanta coisa que senti que tinha descarregado alguns muitos quilos das minhas costas. Também estava precisando de algo assim: falar a falar, contar tudo para alguém que estivesse distante da minha história, mas em quem eu confiasse ou pelo menos me identificasse. E a Raquel é um máximo! Como discutimos enquanto bebíamos, ela é aquele tipo de pessoa que é impossível categorizar na primeira olhada. Na segunda e na terceira então, fica mais difícil. Aquele tipo de pessoa que te dá vontade de conhecer por não ser parecida com nada que se conhece.
Fomos almoçar, conversamos mais um monte. E nos despedimos.
Fui para a aula de ética. Claro que ainda bêbada. Eu havia bebido horrores e de estomago vazio. Então eu simplesmente dormi a aula inteira. Quando “acordei” e fui para a aula do Lincoln percebi algo simpático: eu estava com ressaca! E ela durou o resto do dia. Minha dor de cabeça só passou quando eu estava em casa deitada no colo da minha mãe assistindo novela (imagina a cena).

Hoje não teve problema. Não me afetei. O gatinho da fafich me tirou de mim por alguns minutos. Tive uma daquelas reuniões de laboratório que eu adoro (e isso não foi ironia, vale apontar). Fui à apresentação da peça “Aqueles Dois” na reitoria e juro que quem não foi é um idiota! Apelidei a peça de “a-peça-que-me-deu-um-nó-na-garganta-permanente”. Simplesmente maravilhosa, e eu estou boquiaberta até agora.
Depois uma aula de Industria, um macarrão (primeira refeição do dia às quatro da tarde), uma conversa breve com pessoas que me provocam sorrisos. Dirigir em horário de pico (e redescobrir como eu odeio motoristas estressados e apressados e filhos da puta e que merecem morrer em horário de pico – EU OS ODEIO!)
Tenho um trabalho de ética para entregar amanhã e já vejo como não terei o tempo que queria ter para isso... parece que esse não vai ficar tão bonito e chiquerrimo quanto o anterior, mas deixar de fazer eu não vou.

Entre sambinhas, musicas bregas, rocks alternativos e violinos, vou me carregando (às vezes com muito esforço) por aí. Mantenho sempre uma mistura de sentimento de rotina permanente com expectativa pela pausa e pelo inesperado. De certa forma, os dois acontecem de formas paradoxalmente simultâneas.
O peito está pesado, mas é um peso que eu consigo suportar. O cansaço clama por peso nenhum, por ser carregada e receber tudo nas mãos e na boca. Mas como o Linconl disse ontem: “A vida não é quando eu formar, ou quando isso, ou quando aquilo... a vida é todo dia, a vida é paulera!”


►Hey you... do you ever miss me, or is it me who needs to be missed?