domingo, 23 de setembro de 2007

68,6%


Não fiz nada de útil, e ainda acho que aproveitei meu dia.
Na verdade senti um pouco de... como dizer? Confusão pós-recusatoria. Mas nada que um dia inteiro de Ghibli não apague da mente, não é mesmo?
Só tem um problema... a dor no pescoço que eu arrumei.
Bem, seria pra lá de legal fazer algo desse tipo. Algo tão criativo, inspirador e esteticamente perfeito que conseguisse fazer o dia de outras pessoas que, como eu, têm mentes vazias por preguiça de pensar nas complicações.
Sinto calor.
Sinto aquele vazio confortável, onde só se escuta um barulhinho de vento e no máximo, uma vozinha cantando algo familiar.
Minha vida é marcada pelas porcentagens completas.
Quando chega enfim um 100%, eu inicio mais um processo lento do zero. Parece até herança da minha mãe.
Algumas coisas, acabo por descobrir sozinha. Depois de alguns dias descubro que o que descobri era mentira!
Então eu descubro mais uma coisa.
Descobri que estou ficando melhor no francês. Descobri que ficar olhando pro nada é fuga.
Des-descobri varias coisas também.
São tantas coisas correndo livremente. Tão poucas ficam por mais de dois segundos. Adoro e odeio esses momentos, de falsa melancolia, causados por coisa alguma (ou causados sim por algo, mas que nem eu mesma posso negar ser insignificante).
Por que gosto de escrever sobre o nada? E por que eu escrevo apenas quando sinto que tem alguma coisa faltando dentro da minha cabeça?
Quem sabe pra ver se consigo cavar a tal coisa que, quem sabe, nem está aqui.
Bem... daí eu percebo que eu escrevo pra encher lingüiça, pra achar as frases bonitas, bem formuladas, e com algum sentido oculto até de mim mesma... e pra passar meu tempo.
Imaginei uma grande contradição para quem observa de longe.
Escândalo.
Dedos.
Barulhos desagradáveis.
Imagens e mais imagens.
Platão.
Onda de calor.


►Alienando-me dentro do mundo Ghibli