segunda-feira, 1 de junho de 2009

Linhas paralelas

Não tem importância... é só essa minha forma sem princípios de levar a vida. Quase um nada, como esses fiozinhos de cabelo balançados pelo vento que incomodam o meu nariz.
Acho que eu devia estar me preocupando com alguma coisa. Acabo me preocupando com isso. Eu não devo conseguir viver sem me preocupar.
Como sempre, eu não aproveitei o tempo que salvaria a minha pele. Eu sempre luto pelos resultados faltando minutos para ter que entregar o relatório final. Como agora. Já estou sustentando não muitos, mas todos os prazos esgotados. Eu já devia ter me acostumado com essas viradas infelizes da vida, mas continua sendo péssimo quando descubro que não mudei, que criei novas formas disfarçadas de fazer a mesma coisa que sempre fiz. O fato é que eu não levo até o fim o que começo. Sou uma árvore de possibilidades, e nenhum dos meus galhos se fecha, se define. É como se os galhos continuassem em direção à eternidade em linhas paralelas. E assim eu vejo algumas folhas que vão brotando pelos lados dos galhos, mas nunca vejo o fruto no fim do galho.
Que clichê de metáfora, mas vão bora...
Ultimamente tenho suspirado muito.

Eu me esqueço de me dar algum tempo de presente. De me dar de presente algumas frases de verdade. Algumas relações puras em si. Algumas respostas despretensiosas ao mundo.
Ultimamente tudo que faço é planejar sem cumprir. Só não vejo como planejar e cumprir se eu não tenho planos imediatos e se eu não funciono com reforçamento remoto.

Vou viajar no fim do ano! Para bem longe. Para onde sejam necessárias horas de viagem e seja proibido um telefone. Onde o meu mundo não existe. Para que eu possa deixar para trás por alguns meses tudo. Absolutamente tudo. Assim como eu nunca consegui fazer na minha vida. Vou fazer um work and travel ou, se tudo der certo, vou trabalhar na Disney. Obviamente não sem ir para o Canadá por mais um tempo.
Vou arrumar uma forma (dinheiro, já que todo o meu dinheiro está sendo gasto em terapia ou salvo para a viagem que mencionei acima) de ir no Cirque du Soleil esse ano.
Vou maquinar sobre esse emprego, se vou e para onde vou mudar.
Vou, assim que resolver as questões pendentes das matérias que estou cursando porcamente, resolver as questões pendentes das pesquisas que gosto de dizer por aí que faço.
Depois disso vou me mover. Vou construir alguma coisa concreta, feita de coisas que eu tenho e sei fazer em vez de coisas que terei e saberei. Ou teria e poderia saber...
Vou dançar.
Vou cantar no banheiro.
Vou viver sem banalidades e futilidades. Vou ignorar opiniões sobre mim. Vou solidificar a minha própria opinião sobre mim.
I won't feel sorry... I will feel ready!



►A little wink and I'll be there... but the blues are still blue.