Você leva a vida. Leva pra onde for.
E se a vida fosse uma versão criança de você mesmo?
Eu não quero o que está por vir em duas horas. Eu não quero o que está por vir em sete meses. Por outro lado, tudo que quero é que acabem logo esses meses.
Eu não quero mais agir como manda uma coreografia só porque tenho medo de, se não for assim, não será de forma alguma. Tenho medo de não conseguir levar a minha vida até a casinha com uma cozinha antiga, um cachorro e dois filhos. A coreografia me chateia. E só me mostra que o que quer que venha como fruto dela, vai me chatear também.
Eu quero que seja de verdade. Mas pra isso não tem como saber quando e nem se.
Eu não quero mais estar entre pessoas que ofendem outras pessoas, que não respeitam o espaço de outras pessoas, que não tratam outras pessoas como Pessoas. Eu quero não me irritar com palavras usadas levianamente (na verdade prefiro que elas não sejam usadas). Eu quero não sentir preguiça de ninguém. Eu quero gente que dê gosto de ver.
Eu não quero mais esperar, por mais que tudo que eu esteja fazendo seja esperar. Mas não é bem isso que quero dizer.... Esperar de alguém o que espero de mim. Prefiro buscar sozinha, se tiver que ser assim.
Agora, querer nesse momento, sentada nessa sala modelada para outra profissão, esperando duas horas passarem para poder passar por mais duas horas angustiantes (justamente o tipo de coisa que não quero mais pra minha vida).......
Sinto que não estou aqui hoje. Ou nesses últimos dias, pra ser mais exata. Não consigo estar aqui quando tenho outros lugares para levar a minha vida.
► did i build this ship to wreck?