quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Ontem?...

Ai que preguiça quando eu faço esse tipo de coisa. É certo que reclamar é uma espécie de satisfação masoquista de desejos muito escondidinhos lá nas masmorras da minha mente. Mas não sei como ainda não aprendi que eu me sinto tão melhor quando me sinto útil e eficiente.
Essa noite eu sonhei que a minha mãe e aminha irmã tinham morrido no mesmo dia em acidentes de carro diferentes. Minha mãe tinha sido atropelada duas vezes (e morrido na segunda) e a minha irmã estava num carro que bateu ou capotou muito feio. Então eu comecei a encarar a minha vida diferente, como ela teria de ser uma vez que as duas não estivessem por perto. Eu já estava pensando em como pararia de estudar e trabalhar para poder cuidar bem dos meus avós e estava pirando sem saber como tocar a construção da nova casa onde eles vão morar. Então caiu a ficha de que elas tinham morrido e que não apareceriam mais. Nessa hora eu acordei chorando com a luz do sol na minha cara. Desde então o meu dia foi um pouco bizarro. Fiquei pensando no que poderia significar o sonho, mas larguei isso para lá quando cheguei na faculdade. Mais uma vez a professora não foi, só que finalmente foi por motivo de saúde e acho que ela foi aproveitar a vida. E eu, naquela preocupação com todas as coisas que precisam ser feitas por mim, apenas repassei na minha mente varias vezes a frase “não era para você estar aqui na cantina não fazendo nada!”. Fui almoçar, voltei para a fafich, os meninos estavam alegres e falantes como sempre à minha volta, mas eu sentia crescer cada vez mais uma pressão no peito, como se respirar ficasse pesado e dolorido. Humberto traduziu o sentimento em angústia. Fomos então corrigir testes e eu me tranqüilizei uns 5%. Mas ainda havia uma sombra por trás do meu rosto, ou uma espécie de véu turvo entre mim e o mundo. Não consegui botar em palavras o real problema. Até agora não sei bem qual foi o real problema, mas será que teve alguma coisa a ver com esse sonho? Foi a conta do Humberto e o Lafa saírem do laboratório e eu comecei a chorar. Não escandalosamente ou histericamente como faço às vezes, mas o familiar nó na garganta veio fazer uma visitinha. Por fim fui para a cantina e encontrei Flor e Jonas lá matando tempo. Acabei contando para ela sobre um pensamento intrusivo que me estava incomodando: o PPBLab. E a reação dela foi tão pateticamente tranqüila que eu me senti uma idiota. Afinal, por que ficar preocupada por não saber de uma coisa e não apenas ir lá ficar sabendo? Nessa hora me lembrei do gato doSchrödinger e a brilhante conclusão do Tomaz: se você não sabe de uma coisa, você não sabe de uma coisa. Então decidi que eu preciso ir até a caixa, abri-la e ver se o gato está vivo ou não.
Depois foi trabalho. O lugar onde não preciso pensar. Essas duas horas e meia por dia em que passo no trabalho se tornaram uma espécie de tempo mental livre de problemas, responsabilidades e lembretes. Porque falar inglês é natural e os alunos dão trabalho, mas eu gosto deles. Acho que sirvo mesmo é para dar aula a adolescentes no auge da hiperatividade. Me sinto à vontade lá.
Por fim liguei a TV, me esquecendo da angustia, do véu turvo, da boate, dos artigos que ainda preciso ler para amanhã, e fiquei assistindo aquele filminho de puro entretenimento e nenhum conteúdo de verdade: Quebrando a Banca (nome horrível, mas tradução de titulo de filme tem que ser ruim ou não é o que se propõe a ser).
É... esse foi um dia sombrio. Espero que amanhã, algumas coisas fiquem mais iluminadas.
E eu diria mais... eu diria que é por isso mesmo que estou indo dormir!



►Bye...