E muito tempo passou, e muuuita água rolou em baixo da minha ponte, e eu tive que fazer tanta coisa e teria estórias para encher um livro. Sentimentos se dissolvem com essa passagem fluida do tempo. Mais outros sentimentos nascem de um nada onde havia algo que não se via. É claro que eu não via. Se visse, bem... se visse então já teria sido apaixonada há mais tempo. Mas não é assim que a banda toca. Tudo só acontece porque veio seguido de tudo que já aconteceu. E se não fosse toda a meleca emocional que me aconteceu antes, nunca que teria chegado ao ponto hoje de dizer que estou feliz.
É engraçado como pessoas passam pelo meu blog. Bem, se não fosse todo o tempo que passei sem escrever, essa divisão não seria tão nítida.
Estou vivendo um momento interessante de tentativa de resolver problemas. O problema do dinheiro, que parece que nunca vai acabar... o problema do meu preparo físico, que minha preguiça acaba por anular, o problema da minha formação, que anda indo, o problema do meu emprego, que loucamente me toma o tempo em que poderia estar resolvendo todos os problemas acima. Exceto o do dinheiro... se não fosse o emprego, o problema financeiro estaria ainda mais aterrorizante.
E hoje resolvi ficar em casa, nesse clima quente. Comecei a pensar sobre a minha vida e como não é possível viver ela plenamente. Não tem como, é vida demais para se viver de uma vez só. Eu posso ter me contaminado um pouco pelo clima da conversa niilista que tive com o Humbs outro dia. Então me lembro do pensamento que me veio naquele dia: estar apaixonada é como usar uma droga. Quando estou perto dele o resto do mundo ainda está lá, mas não me atinge. E quando não estou, tudo que quero é estar, mantendo mais uma vez o mundo afastado de mim. É como negar a vida para poder viver uma experiencia tão única que é a de olhar dentro dos olhos dele naqueles momentos em que ele está fazendo algo mundano ou quando faz uma careta quando fala faz uma coisa errada ou quando olha pra mim derramando em mim através dos olhos algo que eu só posso descrever como amor. E por alguma razão misteriosa, sexo é um assunto recorrente em minha mente.
Agora deixe-me dizer algo sobre como é namorar o irmão do seu melhor amigo (ainda mais quando a relação entre os dois espelha tanto a sua relação com sua própria irmã). Ver os dois e a forma como um fala do outro é como um flashback torto. Eles são a versão menininho de mim e da minha irmã. O que chegou a ser um pouco esquisito para mim foi enxergar um lado do meu amigo que não conhecia. E eu que julgava conhecê-lo tão bem... às vezes é preciso separar essas coisas na minha cabeça. Separar o Humbs meu amigo do Humbs meu cunhado.
Os dias de semana têm me deixado pra baixo. Trabalhar virou algo que suga mais energia do que eu consigo produzir sozinha. Ainda não descobri as maravilhas das fontes alternativas de energia para aplicar no trabalho. Quem sabe até tenha descoberto, mas é muito fácil deixar o habitual tomar conta novamente e esquecer completamente das minhas metas e planos novos. Acho que é por isso que deixo a vida ir numa inércia tão grande.
É por isso que digo que vou agora trocar minha roupa e ir para aquela bendita academia e parar de reclamar do quanto estou parada.
Eu poderia escrever mais vinte páginas sobre “I’d rather be doing...”. quem sabe uma outra vez...
►Nunca tinha chamado alguém assim antes. Feels good, in spite of all I used to believe in.