segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Namorados

Várias vezes na vida, a frase “mas isso não vai acabar nunca?” me veio à mente. Acho que eu vivo o tempo de forma diferente. Cada dia em que algo se repete representa a eternidade de cada repetição, a intolerância de sequer alguns segundos revivendo o não vivido.

As minhas coisas ainda estavam jogadas pela bancada. Os textos e livros ainda não lidos. As tarefas ainda não feitas. Eu vivendo as lacunas primeiro. E então as lacunas começaram a me mostrar que eu não as estive preenchendo. Eu não estive fazendo a vida.

Me perguntei quando vou largar desses dias inertes, quando vou mergulhar na liberdade.

Mas nem tudo foi perdido. A vida dá voltas e mais voltas e tantas voltas. E eu ainda acordo num belo dia e vejo que o tempo realmente passou, que o desejo realmente se realizou, que meus sentimentos mudaram, que nada é o que estava sendo na repetição eterna. Que agora há novos sentimentos, novas idéias, novas vontades... um novo rosto.

Hoje eu acordei sorrindo. Porque agora há algo novo, algo bom... algo que me desafia a crescer. Hoje eu acordei atemporal. Pois hoje não tive medo. Eu vivo sob preceitos de Vinicius: que seja eterno enquanto dure.


►A lua apareceu para nós, só naquele momento... porque assim devia ser. E quando ele me perguntou, a resposta já estava dada. Acho que ele já sabia. O sorriso foi inevitável. E agora há um nome para o que somos: namorados.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Do you?

Não sei por que, mas luto. Luto sem causa porta afora. E luto sem perceber. Pra que lutar contra aquilo que eu busco, pra que lutar contra o que é bom?

Eu tenho medo, a maior parte do tempo. Medo de qualquer coisa, instabilidade. Medo de não ser amada, mas também medo de ser. Medo de estar parada. Eu me afeto mais fácil do que gostaria. Mas também me mantenho distante.

Eu não me mostro a você tão fácil assim. Às vezes, no entanto, me mostro sem perceber, e sem querer.

Eu me assustei, verdade. Não estou acostumada com a vida dessa forma. E hipocritamente, eu também me preocupei com sentidos e futilidades.

Mas para que lutar contra algo que eu quero?

Acho que é o medo do espelho.

Ora, mas eu não mereço ser eu mesma? Tenho que me lembrar daquela lição.

Eu estou apaixonada. E o peso dessas palavras me comprime e me expande. E cada dia que passa é uma nova vida que chega.

Imagine querer muito algo. Querer tanto que o temor de não conseguir te faz duvidar de tudo, até de si mesmo. E, de repente, isso que você tanto quer explode à sua frente e se oferece de inteiro. É assim que me sinto.

E agora, escrevo sem rumo. Escrevo sobre sentimentos que me invadem pelos lados, raramente de frente. E descubro aos poucos o turbilhão que há dentro de mim e o que fazer com ele.

De repente, um novo fato: eu já estou indo. E meu mundo já vem vindo. E o encontro está aqui.



►Verborragicamente....