Eu sabia que era nada, enquanto eu arrumo voltas e jeitos para acreditar no tudo. Mais uma vez o produto do conflito: ou prende ou deixa correr. Tenho dó de prender, acho que prendendo muita coisa boa vai deixar de acontecer. Mas sempre que eu deixo correr, corre longe demais. Mais longe do que eu posso ver. E aí tenho que sair procurando, me matando para capturar de novo.
Eu deixei correr demais.
Impressionante a velocidade das coisas. Nesse mundo de tempo lento, onde tudo acontece num ritmo que parece querer me irritar de impaciência, a reviravolta de humor vem como se sempre estivesse aqui, esperando a brecha.
E estava.
É como se eu tivesse pedido por isso. Como é que eu faço o que sei que vai me trazer arrependimento? Como é que eu esqueço de mim mesma, largo a minha mão na multidão e vou correndo para outros cantos, outros atrativos? E de mim, quem é que cuida? Com certeza ninguém se não for eu.
Agora eu sou essa menininha chorosa que foi largada na multidão em saber voltar pra casa. Como naquele filme que nem é um dos melhores, mas retrata como eu sou. Uma menininha madura demais para o seu tamanho sendo cuidada por uma adulta com coração de criança.
Agora parece até perda de tempo. Eu podia ter me concentrado mais no que vai me ser útil. Eu podia já estar estudando o que me interessa, mas a dor de cabeça não me deixa.
Agora, com o cansaço acumulado de um semestre e o desgaste acumulado da montanha russa, meu sistema imunológico resolve tirar férias sem aviso prévio. E a dor de cabeça vem só completar o humor bonito (ironia) dessa manhã que, apesar de tudo, está fria.
Estou gripada e não é pouco.
Ontem o Celso me perguntou por que eu estava calada o dia todo, meio apagada. Eu respondi que era a gripe. E então o que ele me disse me preocupou. Disse que já tem mais tempo que ele vem percebendo que eu estou apagada. Eu não tinha visto... quem foi que apagou a luz? Será cansaço apenas? Eu disse pra ele que era isso, que precisava de férias. Mas não sei. Pode ser essa falta de cuidado que eu tenho comigo mesma.
Eu passo uma semana me dedicando à minha tranqüilidade interna. Mas sou muito volúvel. Até demais. Basta três palavras para me desconcentrar de mim mesma.
O meu problema é ser invertida assim. Comigo é fácil demais. E quem é que vai ligar se não for eu?
Eram todas frases para me fazer acreditar que eu não estava fazendo o que eu sabia que estava.
Olha que engraçada que é a efemeridade de um fodas. Tudo passa a importar mais do que devia tão de repente.
E agora eu sei por que confio meus verdadeiros motivos a um caderno e um blog. Porque eles são eu mesma, só que externos a mim. É o mais próximo que eu consigo chegar de ter um confidente.
►Hoje estou seca. Nada a ver comigo... quem sabe a psicologia cognitiva salve o meu humor mais uma vez e me distraia da minha idiotice.