terça-feira, 10 de junho de 2008

Parando pra pensar em "formação"

Quando eu era bem pequena, eu queria ser uma Barbie... Quem sabe até uma sereia, ou um cachorro.
Um pouco depois, quando descobri que eu deveria um dia escolher uma profissão tipo a que a mamãe tinha, eu queria ser dentista (quem sabe porque eu adorava o consultório do meu dentista... tinha Lego!)
Mas então, quando eu tinha por volta de dez anos, eu descobri que a minha prima que eu não gostava era dentista... então comecei a pensar que não era boa idéia.
Quando eu tinha uns 13 anos, comecei a pensar que eu poderia juntar o que eu gostava mais de fazer (desenhar) com dinheiro.
Então eu queria ser decoradora de interiores (como assim?).
Mas quando eu fui começando a me tornar uma pseudo-intelectual, eu queria ser filósofa (influências de uma mãe intelectual e sua coleção de livros de filosofia, psicologia, teologia, sociologia, sexologia, whatever-ia).
No ensino médio, eu resolvi parar de pensar em dinheiro e pensei só no que eu gostava de fazer... eu queria fazer belas artes (uma decisão muito reforçada no meio social em que eu vivia na época).
No terceiro ano, voltei querer ser filósofa, a querer ser “artista”... acabei querendo ser psicóloga. Mas descobri que eu não queria ser nada de verdade. Eu não queria trabalhar, só queria passar o resto da vida acumulando conhecimento.
Então foi assim que eu entrei pra faculdade (para a minha própria surpresa). Eu queria ser uma esponja de informação.
Comecei a estudar psicologia e me apaixonei por ela. Eu queria ser clínica (durante o primeiro período). Mas, como qualquer coisa que eu aprendi em psicologia, eu adorava o assunto, mas tinha sérias críticas (porque nunca gostei da idéia de me limitar a uma “área” da psicologia) que me impediam de adotar os assuntos por inteiro.
Eu também queria ser filósofa, queria ser artista, queria até ser cozinheira e ter um restaurante (bem, ainda quero).
Mas eu não sabia ainda como organizar na minha cabeça o que eu deveria apenas gostar e o que deveria ser obrigação.
Eu não sabia o que eu queria ser...
E, agora, no meio do curso, percebi que eu quero ser... eu. Engraçado, não?
Eu inclui exatamente tudo que eu disse até agora. E muito mais que isso...
O mais assustador é que eu não será eu depois que eu passar por mutações de eu. O que significa que eu ainda não sou eu.
Tenho, dentro do meu mundo de paixões, aquelas que me motivam a ler mais, procurar mais, e é isso que preciso para me sentir feliz com o que estou fazendo com a minha vida.
Já sei que nunca terei problemas com motivação, porque sempre me considerei livre de mim o suficiente para mudar de idéia do nada. Eu só espero não me prender na seqüência de fatos como eu costumo fazer com outros aspectos (emocionais) da minha vida.



►Ass.: Futura qualquer coisa...