Eu estava dormindo, sonhando com as minhas façanhas totalmente adoráveis. Sonhando com uma eu genial (mais genial do que já sou). Meu sonho tinha códigos e mensagens cara-de-pau. E eu estava sendo como eu sei que sempre quis ser. Não é a toa que eu saio procurando gente que goste desse tipo de pessoa. E mais fatos importantes sobre meu livro de estimação: a menina (duplicada) por quem Eric Sanderson se apaixona duas vezes é assim. Exatamente o retrato de mulher que eu sempre quis ser. Acredito que chego perto, haha. Eu realmente estou apaixonada por esse livro.
Mas voltando à minha linha de raciocínio... Eu estava sonhando com coisas banais acontecendo em uma cadeia genial de causas e conseqüências.
Então o meu cachorro subiu em mim (eu estava dormindo de barriga pra baixo). Ele literalmente subiu nas minhas costas e começou a lamber a minha orelha freneticamente, procurar o meu rosto para morder o meu nariz (ele adora fazer isso), abanando o rabo e praticamente sambando em cima de mim. O primeiro grande sorriso do dia.
Por alguns minutos fiquei brincando com essa criatura estranha e atualmente horrorosa de aparência que ainda pulava frenético em mim e não desistia de pegar o meu nariz. Então eu simplesmente ri dele. Ri não, gargalhei. De doer a barriga.
Depois disso, lembrei que precisava (sim, PRECISAVA) ouvir uma certa música. Uma música que, ouvindo pela manha logo ao acordar, é impossível sequer dizer que se acordou de mau humor. Are you gonna bem my girl – The Jet!
Coloquei os fones de ouvido e aumentei o volumo no máximo. Então eu pulei. Dancei, gritei a letra da música. Pulei na cama, corri pelo quarto. Tudo produzindo os movimentos mais exagerados que podia. Meu cachorro ficou alguns segundos olhando para mim intrigado, até que se levantou da minha cama e começou a perseguir os meus pés latindo com raiva. O segundo grande sorriso do dia.
Quando a música acabou eu estava extremamente exausta. Hora de tomar um banho! Levei a musica junto, dancei enquanto lavava o cabelo, fiz o shampoo de microfone (aquelas coisas de filme americano que parecem ridículas, que ninguém admite que faz, mas todos acham um máximo fazer), cantei mais: “love me love me, say that you love me...”, “She fucking hates meee!!! Lá lá lá lá”, “I’m blueeee, tubi dubi dubi du!”... e por aí vai... O terceiro grande sorriso do dia.
Agora tive que cair na real de novo, parar e resolver o meu relatório de experimental para hoje (não que isso não seja uma atividade extremamente prazerosa pra mim...).
E o que aconteceu com o humor de ontem? Ainda está todo aqui, condensado numa bolinha de veneno dentro de mim. Todos os pensamentos cabisbaixos e os medos gritantes. Mas não é ótimo quando se acorda com vontade de deixar isso um pouco de lado? Porque francamente, eu cansei da cara que eu estava vendo toda manhã no espelho. Quem sabe isso faça a diferença: querer que meu dia seja um pouco diferente do dia de ontem.
►I’m off the hook, baby...