Existe um prazer peculiar em criar coisas. Principalmente em acreditar que se é original. Em observar a criação com carinho pelo tempo de processo. Pena que não posso saber como é criar uma canção... acho até engraçado eu ser uma pessoa tão musical sem entender patavinas de música, matemática e habilmente falando. Mas quem sabe se compare com meu sentimento ao criar imagens, coisas de utilização diária, comidas, pequenos textos que podem não ser bonitos ou prodigiosos, mas me refletem de uma forma pelo menos bonitinha e simpática.
Criações são o que me permitem me admirar, como se eu fosse outra pessoa. Que me permitem acreditar na minha qualidade. Em outras palavras, são a minha auto-estima.
Nos últimos tempos estou em hiato para o desenho... eu tenho essas fases de falta de criatividade para desenho. Até que, um dia, me bate um surto e eu gasto blocos de folhas de papel em um dia. Cozinhar, faço todo dia. Nem sempre com prazer. Mas quando o é, me orgulho da minha criação, mas não há muito tempo para isso... minhas criações na cozinha tentem a desaparecer bem rápido! A minha necessidade de escrever está sempre por aqui... mas alguns dias me sinto mais comediante, mais desleixada, mais dedicada, mais poética, mais sofrida, mais amarga... cada texto meu tem uma nuvenzinha temática diferente. E de repente me vêm idéias interessantes, como meus projetos pseudo-artesanais (vou fazer eu mesma meu caderno para o próximo semestre – sim, porque meu caderno é sempre muito mais que um caderno!).
Ontem à noite li cinco páginas de Rubem Alves, e isso é como uma atualização de espírito. Ele tem o dom de me fazer sentir simpatia até pela bíblia! (pelo menos curioso!). E ele me mata de rir. Sabe aquele sentimento de carinho por um amigo querido? Vontade de colocar num potinho. A vontade de afagar o cãozinho que está sempre ali do lado com um olhar fofíssimo pra você... estou cheia de sorrisos pacíficos.
E esses vocais femininos... não é de propósito, mas ultimamente noventa por cento do que entra na minha play list é vocal feminino. Feist, Metric, The Sounds, Kate Nash, Marisa Monte, Maria Rita, Yelle, Ting Tings, Pato Fu, Amélie les Crayons… e agora Frou Frou! (baixei discografia e não consigo parar de ouvir mais)
Eu sinto uma certa simpatia por vocais femininos... minha veia feminista pulsando? Naaao... nunca fui revolucionaria. Quem sabe seja mais a minha veia lésbica pulsando! Hahahaha
► “É impossível engaiolar o sentido” Rubem Alves (e eu cheia das citações)