Agora, com essa crise de eficiência e o fim dessa loucura toda se aproximando começo a pensar em como fiquei acostumada com a correria. Acho que vou me sentir meio perdida e ociosa quando não tiver mais esses verbetes para me preocupar ou quando não tiver mais a semana do conhecimento para me deixar em parafuso. Claro que quando forem me aparecendo mais projetos, mais compromissos e mais responsabilidades eu vou abraçando.
As matérias da filosofia que estou “cursando” esse semestre se transformaram nas menores das motivações. Na verdade, estou pensando seriamente em abandonar a matéria de estética de Hume, que é a única na qual estou matriculada. Mas como eletiva não conta como créditos e nem contribui para o rsg, que se dane. Essa matéria já está me atrapalhando mais do que trazendo qualquer coisa de bom. Quanto às duas outras, estética já me desmotivou há tempos, desde que a Virginia começou a passar Kant e eu nada entendendo. Ontologia ainda pode me trazer coisas boas, por isso vou continuar assistindo. Ainda vai chegar a aula de filosofia da mente! Mas eu estou passando por um período de direcionamento e focalização do meu interesse. Claro que também é um período de dúvidas crescentes, de decepçoes e surpresas...
Como pode-se perceber, meu interesse está todo direcionado a essa coisinha complicada que costuma-se chamar de mente. Hoje eu estava em uma mesa da cantina discutindo assuntos triviais com meus colegas de turma. De seis pessoas, apenas duas (eu e Igor) ainda tinham convicção de que estavam no curso certo. Todos estão entrando em crise com o curso e eu ainda estou aqui achando que a melhor coisa que já fiz foi marcar um xizinho na psicologia no dia em que me inscrevi pro vestibular. Não faço a menor idéia do que vou fazer da minha vida, mas pelo menos tenho um puta prazer com o que estudo. Sinceramente, não me imagino fazendo qualquer outro curso (claro que ainda farei belas artes, mas é outro assunto. Não é nada profissional, é por prazer). É... eu tenho que ser é psicóloga mesmo!
E agora estou quase correndo atrás desse estágio mesmo. Sei lá, eu dou um jeito e flexibilizo os meus horários e arrumo uma forma de continuar me dedicando ao laboratório (eu já criei um vínculo afetivo enorme com essa idéia de laboratório). Mas ter dinheiro é algo que faz falta e eu estou me cansando de depender do bolso sofrido da minha mãe. Nunca gostei de pedir nada. Agora que ela não está podendo me dar nada mesmo, estou passando fome, me desgastando, deixando de ler textos por não ter como tirar os xérox... fica difícil. Além do que, arrumar um emprego me parece um passo penoso e fatídico. Mas sem ele eu vou continuar me sentindo empacada.
Como sempre, para me provar o contrário, saber que eu sou capaz e crescer, eu preciso assumir as perdas e os ganhos e dar uma reviravolta radical na minha vida.
Para se unir ao conjunto e completar o quadro vem a questão afetiva, que anda tão paralisada quanto antes. Já nem sei se estou realmente procurando por isso. Se na verdade não estou procurando por uma repetição de um tipo de relação doentia. Eu estive é procurando me sentir necessária na vida de alguém, me sentir uma prioridade. E procurei em várias fontes. Mas não é aí que deve pousar a minha auto-afirmação. Afinal, investir em mim mesma não significa fugir do sofrimento e sim criar uma base para saber lidar com ele. Já assumi o fato de que sofrimento não vai faltar, mas quem sou eu para reclamar? Aquela que sempre tira diversão no importa de qual situação, que sempre vê o lado bom das coisas, que sempre confia no bacana das pessoas, que sempre anima para fazer qualquer coisa por mais comum ou incomum que seja. Não adianta negar, eu sou uma pessoa se não feliz, com um enorme potencial para tal.
►A descoberta do século: Gotan Project! Que climinha mais lounge!