segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Continua a girar

Não tenho tempo e não tenho leitores. Mas continuo ignorando a bomba relógio e reservo um tempo de improdutividade no meu dia para escrever. Para ouvir música também. Sem ela, o que seria de mim?
De repente me bateu saudadinha de pessoas e das suas respectivas épocas. Tem sempre alguém batendo na porta...
Hoje me arrastaram para o cinema. Eu não queria ir. Sim, queria, mas não podia. Tentei argumentar umas três vezes que ainda precisava terminar o meu pôster, mas eles ganharam e eu já estava indo despreocupada com eles. Mas uma coisa é certa. Eu nunca mais vou na onda da Fernanda para escolher o filme! Não entendi porque ela não quis assistir o Ensaio Sobre a Cegueira (quero muito ver e nunca arrumo tempo). Ela me fez passar pela experiência até engraçada e deveras pitoresca de comprar um ingresso para aquele filme lá... como chama? Casa das coelhinhas? Uma merda dessa aí... e entramos para a sala de cinema nos sentido idosos perto da manada de pré-adolescentes que já estavam lá jogando pipoca, gritando, comentando de seres do sexo oposto e toda sorte de bobagens. Foi uma experiência que eu não pretendo repetir! Mas, como tudo na vida, até pude desenvolver algumas reflexões interessantes em cima disso. Eu sou um ser inquietante que não vive feliz sem algo para ocupar a mente.
Estou com saudade de ler sem compromisso. Comprei vários livros e ainda não tive tempo para ler nenhum. Queria também ter tempo para ler tudo que arrumo para ler na faculdade. Daí acabo tendo que selecionar o crucial. E minha bomba relógio está contando... um segundo de cada vez. Assim é bem mais angustiante, por sinal.
Pois é. Já quase terminei o pôster, só falta a parte que depende de eu terminar de ler os tais cinco artigos. O corpo inteiro dói, mas ainda estou viva. Já repeti o cd de Gotan Project umas três vezes e ainda não cansei. Está passando Titanic na TNT, e por algum motivo misterioso eu não troquei o canal. Quem sabe por alguma dessas forças misteriosas que regem o universo e que fazem vasos de petúnias pensarem “oh não, de novo não” em plena queda livre... o sono já passou para outro level e eu sei que não terei descanso ou tranqüilidade por mais um bom tempo. O que é que estou fazendo aqui? Acabo de me imaginar tomando um chocolate quente em um café em Londres num dia chuvoso e cinza, usando um cachecol preto e um sobretudo creme, conversando com um rosto familiar.
Eu estou lá e estou aqui. Essa é a beleza de se cultivar desejos em uma hortinha. Eles crescem quase que sozinhos.



►Que dia é hoje? Eu já morri?