Hoje a minha mãe me ligou pela manhã para tratar dos assuntos conturbados familiares de ultimamente e por fim me perguntou, já que eu estava em casa, por que não ia resolver as questões pendentes e aproveitar para levar o almoço dos meus avós. Eu expliquei que só tinha ficado em casa hoje e matado as aulas da manhã porque eu tinha um trabalho para entregar hoje (que por sinal, apesar da resistência para ler o texto e começar a escrever, me orgulhei dele!). E ela perguntou: “Minha filha, você não acha que está tentando abraçar o mundo com as pernas não?”. Eu disse “acho...”. A resposta: “então se organiza, porque ninguém consegue fazer tudo do jeito que você está tentando fazer não!”.
Eu tive que rir disso. E por que será que eu ainda tenho essa impressão de que não estou fazendo o suficiente?
A minha vida toda é um teatrinho. Hoje eu não senti nada de autêntico ou espontâneo em mim. Nada de original. Nada de verdadeiro. Eu sou a cópia da cópia, eu busco a aprovação de um mundo que parece sempre predisposto a desaprovar, como se eu devesse minha vida a ele.
Sinceramente, eu não acredito em quão patética eu estive sendo. Buscando motivos racionais para uma coisa que não tem a menor credibilidade. Para uma coisa simplesmente besta. E como eu vou me sentir mais patética ainda se a solução para essa minha agonia vier com o que eu estou pensando.
Poxa, até parece que eu sou uma Amélia da vida qualquer! Já passou da hora de eu aprender a me sustentar sozinha.
►mais um e menos um