quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Isso é ódio, isso é medo.

Às vezes me aparecem umas pessoas que dão raiva só de existirem. Por serem justamente tudo que eu gostaria de ser. Que raiva de quem está muito mais na frente nesse mesmo caminho que eu tento estar! Que raiva de quem faz a vida parecer fácil. Que raiva de quem consegue ser gritantemente único sendo simples.
Tem algumas pessoas que eu queria matar sem motivo aparente. Só porque a sua existência me lembra dos meus limites.
Pior é que estou perdida mesmo tendo guias à minha volta. Às vezes sinto que comi mosca durante muito tempo.
De toda forma o meu tempo é o meu tempo. Mas como eu queria estar invejando a mim e não a outrem.
Como disse alguém que igualmente invejo, mas em quem, mais do que isso, me inspiro: tenho inveja de nós no futuro.
Ah como eu queria ter certeza de que meu futuro vai ser tão bom assim...
Claro... que segurança eu tenho sequer de que minhas bases estão mesmo corretas?
Eu posso estar completamente errada desde aquele dia fatídico em que fui colocada contra a parede e tive que encarar meu suposto futuro. E estou aqui, cavando cada vez mais fundo e sem saber nem se estou procurando algum tesouro.
E cara. Tem meses que não consigo desenhar. Não acredito que posso estar perdendo isso. eu tive uma fase de descrença nos meus desenhos. Eles nunca foram sublimação. Eram mais copiação do mundo. Alguma coisa que me fizesse sentir que presto para alguma coisa no mundo. Já não sei se presto para qualquer coisa. E essa é a maior verdade.
Durante toda a vida ganho tudo nas mãos. Sem problemas, sem impossibilidades, sem esforço. Não corro atrás do que é mais difícil, por medo de um não antes mesmo de elaborar a pergunta. Não sei lutar e por isso fico calada, quieta, encolhida. Mas quando percebo que se não lutar, nunca serei nada que preste, começo a ver como é muito fácil acreditar que eu realmente nunca serei nada que preste.
Começa aqui a fase existencialista da minha vida (finalmente, depois de anos de antecipação filosófica). E começa aqui o maior incômodo... existencial mesmo, que eu já experimentei.
Estou confusa. Nada ajuda a clarear as idéias. Pelo contrário, cada nova informação só me faz me perder mais. E eu estou deixando essa bola de neve crescer sozinha. De duas uma: ou eu me descubro uma máquina de resiliência ou entro em surto psicótico no semestre que vem.



►Todas as proposições e esquemas desmanchados e só resta uma certeza: pelo menos estou seguindo o que faz meus olhos brilharem.