segunda-feira, 8 de junho de 2009

Bifurcações

Continuar trabalhando pouco por pouco dinheiro ou ir trabalhar demais por muito dinheiro? Tenho medo de não dar conta do método do Brasas, nem da rotina obviamente mais exigente que eu estou acostumada. Mas Eu quero dinheiro mais rápido para poder viajar no fim desse ano. Acho que já decidi tentar ir para o Brasas, mas tenho uma impressão de que vou me arrepender e me agradecer (paradoxalmente) por isso mais tarde.
Parar de procurar outra orientação em psicologia cognitiva, interromper um caminho iniciado para ir buscar outros interesses ou me virar e continuar me matando de tarefas? Não sei o que vai acontecer com a minha bolsa agora que já tenho quase certeza absoluta que meu orientador vai voltar para o Sul. Ele só não fez ainda o anuncio oficial, mas é óbvio que aqui ele não vai continuar. Eu ainda tenho o meu currículo Lattes para atualizar. Não sei se encontro aqui no departamento outro orientador para continuar seguindo essa linha cognitiva. Quem sabe o Leandro ou o Cristiano. Mas, de repente, nasceu esse interesse avassalador (como foi o interesse pela cognitiva há um ano) pela psicologia existencial. E agora parece que terei chances para me aprofundar nisso. Será que consigo levar a cognitiva, a existencial, o trabalho exigente e todo o resto tudo junto?
Me engajar de verdade ou continuar experimentando? Me aprofundar nas coisas implica necessariamente deixar de lado um leque de outras possibilidades que eu queria ter tempo para poder me dedicar.
Me desesperar ou apenas não me afetar de forma alguma? Essa terapia está me deixando toda confusa. Acho que essa é a filosofia da coisa, por pelo menos algum tempo. Mas Estar confusa não é uma coisa muito promissora nessa época da minha vida. Se bem que, o que melhor do que confusão e caos total no inicio da adultice? O básico é que descobri que tenho a vida inteira usado as palavras erradas para as coisas erradas. Eu estive introjetando, ou sendo introjetada. Ah... é um longo caminho esse que estou começando a enfrentar... Tomara que eu pelo menos chegue em algum lugar com tudo isso.
Ir ou não à aula de desenho na belas que tenho matado demais? Pois é, adoro desenhar e fiquei meio assustada e, bem, não sei qual a palavra, por ter ficado um ano inteiro sem tempo ou criatividade para desenhar direito. Então comecei a fazer a matéria na Belas. Só que de repente, desenhar virou uma obrigação cobrada semanalmente. Com essa falta de energia sobrando que eu estou nela e a minha mais nova impaciência acumulada, fico cada semana menos a fim de ir. Acabou que hoje, decidida a ir apenas por vergonha de estar matando demais, cheguei à conclusão de que eu não preciso ter vergonha ou receio algum de matar a aula. As coisas podem me decepcionar de vez em quando sem que o mundo tenha que se despedaçar... acho que só estou um pouco impactada de descobrir que, quem sabe, eu não iria gostar tanto assim de cursar Belas Artes... pelo menos não nesse momento da minha vida. Vou deixar essa questão em stand by. Tem tanta coisa acontecendo na psicologia que eu devo sair daqui uma quimera. Se bem que semana passada, tomando um Carbenet Sauvignon com a Fê e o Igorinho, voltei a sentir uma pancada do meu desejo de fazer gastronomia e ter o meu próprio restaurante. Parece que agora a Fê vai ser minha sócia. Não podia ser melhor!
Eu fico ou não com aquela blusa vermelha que comprei para dar de presente para mim e procuro um outro presente? É que é aniversário da minha irmã, e eu comprei uma blusa vermelha linda por não ter encontrado o presente que eu queria comprar inicialmente. Mas e se eu procurasse em outro lugar? Eu realmente quero muito aquela blusa vermelha!

Estive o dia todo passeando por esses dilemas esquizofrênicos da minha cabeça perturbada. O peso que eu sentia na semana passada sumiu por alguns dias e virou outra coisa diferente depois. Não sei definir muito bem o que tenho sentido. Sei que hoje já gastei minha cota semanal de lágrimas (dia de terapia é assim né...) e que parece que estou pensando nos meus problemas de uma forma mais clara. Pelo menos consigo fazer planos amedrontadores... mas são planos!

Ah, agora é hora de contar meu último sonho estranho. Não lembro muito bem de tudo, lembro bem é de uma cena grotesca que, por favor, não leia se você corre o risco de ficar enjoado ou coisa do tipo... eu mesma estive, mas me dessensibilizei com o passar das horas do dia.
Pois bem, a cena é a seguinte: tinha uma espinha na minha testa (já começa bem, hein). Na verdade era um cravo, eu acho. Daí eu fui espremer e aí pulou para fora um vermezinho vivo. Quando eu puxei ele todo, ele era enorme e tinha uma base mais gordinha, tipo uma bunda redonda. Segurei a coisa na minha mão e soltei no chão. Quando eu olhei para o espelho novamente, eu vi que eu tinha puxado a coisa de dentro do meu olho e que agora o meu globo ocular estava torno, meio que afundado no buraco (sabe quando o botão do controle remoto afunda e você fica tentando puxar ele de volta? desse jeito!). Então eu fiz isso. Enfiei o dedo no buraco e puxei o meu olho de volta para o lugar. Foi uma sensação deveras desagradável. E é isso que eu lembro desse sonho. Quão bacana foi ele? haha
Vou passar a fazer um inventário de sonhos aqui. Isso deve ser útil em um futuro não tão distante.

Eu caminhei um monte... mas por que ainda tenho a impressão de estar parada? Quem sabe porque eu ainda continuo a mesma pessoa andando sem rumo no meio da areia monocromática. E justo quando escrevo isso, começa a tocar a música mais cutucante possível no meu mp3. Coincidências? Nada! Murphy!
Acho que vou continuar a atribuir as verdades a essas não verdades ou não ciências. Deve ser essa a minha forma de religião e fuga da incerteza. Também é uma justificativa que me mantém andando em círculos dentro de mim mesma... mas esse já outro assunto.


►Even if I lost sanity... whether with or without you...