Medo. Meu orientador de pesquisa vai embora... e eu precisava conversar sobre isso com alguém que pudesse me dar um apoio emocional. Como sempre, eu preciso de apoio emocional.
Mas ele não é só um orientador de pesquisa... Eu brinco, chamando ele de Papai e não é a toa. Ele virou meu pai da faculdade. Tudo agora o leva como referencia. Eu construí meu futuro como construí por causa dele. Até o dinheiro que pretendo juntar até o fim do ano para viajar para fora desse país de sempre depende do projeto que ele orienta e que, com isso tudo, também está colocado em dúvida. Já estou vendo tudo acontecer... ele veio desmarcar a reunião de amanhã falando sobre como as coisas estão indefinidas. Isso não pode ser bom sinal.
E agora? Eu simplesmente não sei o que vai acontecer. Se vou simplesmente perder a bolsa, se as pesquisas vão parar, se vai ficar mesmo tudo pela metade. Poxa, aquele cara é a coisa mais legal daquela faculdade inteira!
Isso tudo me faz pensar em como durante um ano eu signifiquei tudo da minha vida por causa dessa pessoa que veio do Sul.
Isso tem me incomodado... nem eu sabia o quanto. Mas depois do e-mail desmarcando a próxima reunião, acho que caiu uma ficha e eu entrei em choque. E agora, e agora, e agora?
Perdi o pouco chão que tinha conseguido construir. Perdi as duas coisas boas que me aconteceram durante o ano passado, um dos piores anos que já tive de viver. E, sinceramente, esse ano não começou tão bem... na verdade começou péssimo, e eu ainda na esperança de que ele vá acabar melhorando uma hora. Não é possível que ele fosse pior que o passado. Mas parece que ele está insistente em superar o ano passado.
E, sem mais palavras, só posso respirar fundo e procurar uma coisa qualquer que me faça esquecer. Fuga.
►Vite... hollow... vazio.