Alguém deveria prender as minhas mãos para trás. Longe da minha carteira, longe do telefone, longe do controle remoto, longe do teclado, longe dos lápis de cor, longe da escova de cabelo, longe dos ouvidos, longe dos talheres, longe da chave do carro, longe da chave de casa, longe do cartão da biblioteca, longe do meu cachorro, longe das cadeiras de plástico da cantina da Fafich, longe da câmera fotográfica, longe do giz, longe dos pincéis, longe dos meus tênis, longe do shampoo, longe do interruptor, longe das maçanetas.
É só assim que eu percebo que preciso provar ao mundo que eu sei arrebentar as cordas que mantém as minhas mãos longe de mim.
Mas eu recomendaria a esse alguém que, quando o assunto for dinheiro, comida, paixões ou ócio, que me prenda com correntes de ferro! Porque é só assim que eu não caio no meu próprio descontrole.
►Redescobrindo conceitos trancados em gavetas empoeiradas.