Então vem a primeira discussão parcialmente racional sobre todo o assunto. Sim, elas acontecem em parcelas, na verdade. Às vezes é impossível compilar esses meses de coisas entaladas na garganta em uma única conversa.
Mas enfim. De certa forma, não me estressei mais. Sim, claro que ainda existe o risco de eu falir, passar alguns apertos muito sérios e começar a pedir dinheiro emprestado por aí e nunca mais pagar. Afinal, eu vou sim ganhar muito pouco, não há garantia de que eu vá conseguir a bolsa que agora é o meu foco de preocupação, e se eu tiver que pagar meu transporte daqui em diante, nem meu salário vai dar. Isso sem contar com comida, celular, francês, xerox.
Mas eu vou dar um jeito. No possíveis problemas financeiros, na minha meia vida social, na minha relação retorcida com a minha mãe, nos meus problemas de auto-estima, na vida maluca que enlouquece mais a cada semestre que chega, no meu futuro como pesquisadora, no meu futuro como psicóloga clínica, no meu futuro como professora de inglês, no meu futuro distaaaaante como artista plástica, chef de cozinha e filósofa... na bagunça que estão minhas coisas, nos livros que ainda não li, nesses pequenos probleminhas irritantes do cotidiano, nas amizades que enfraqueceram, nas amizades que se fortalecem, no meu cachorro, na minha aparência, no meu cabelo ressecado...
Claro que em algumas coisas nunca se dá jeito. Essas remediadas estão, não é?
►Depois da catástrofe é preciso alguns dias de desesperança e fim do mundo para se aceitar o fato de que nem tudo acabou, mas é preciso esforço para levantar o que caiu.