Várias vezes na vida, a frase “mas isso não vai acabar nunca?” me veio à mente. Acho que eu vivo o tempo de forma diferente. Cada dia em que algo se repete representa a eternidade de cada repetição, a intolerância de sequer alguns segundos revivendo o não vivido.
As minhas coisas ainda estavam jogadas pela bancada. Os textos e livros ainda não lidos. As tarefas ainda não feitas. Eu vivendo as lacunas primeiro. E então as lacunas começaram a me mostrar que eu não as estive preenchendo. Eu não estive fazendo a vida.
Me perguntei quando vou largar desses dias inertes, quando vou mergulhar na liberdade.
Mas nem tudo foi perdido. A vida dá voltas e mais voltas e tantas voltas. E eu ainda acordo num belo dia e vejo que o tempo realmente passou, que o desejo realmente se realizou, que meus sentimentos mudaram, que nada é o que estava sendo na repetição eterna. Que agora há novos sentimentos, novas idéias, novas vontades... um novo rosto.
Hoje eu acordei sorrindo. Porque agora há algo novo, algo bom... algo que me desafia a crescer. Hoje eu acordei atemporal. Pois hoje não tive medo. Eu vivo sob preceitos de Vinicius: que seja eterno enquanto dure.
►A lua apareceu para nós, só naquele momento... porque assim devia ser. E quando ele me perguntou, a resposta já estava dada. Acho que ele já sabia. O sorriso foi inevitável. E agora há um nome para o que somos: namorados.