domingo, 26 de setembro de 2010

E eu sorri.

Eu insisto em dizer que o mundo, o mundo tem sua beleza. Essas coisas que nos pegam no pulo de vez em quando e nos derrubam no chão... é nesse momento que sua vida muda de vez. Às vezes espero mudar a vida de mais alguém que pula comigo.

Tem muito tempo que não passo por aqui, nem ao menos organizo pensamentos em forma verbal. Essas últimas duas semanas foram a contestação do desequilíbrio equilibrado. Chego até a pensar em uma ordem mística para o universo. Passam-se meses de marasmo e, de repente, desastres e alegrias tamanhas entram pela porta como uma manada desgovernada de antílopes africanos (metáfora altamente influenciada por ter assistido Rei Leão recentemente).

Mas hoje quero pensar sobre a parte, digamos promissora. Eu escuto promessas não pronunciadas. Na verdade eu tenho medo. Medo de pular mais uma vez, e mais uma vez descobrir tarde demais que não tinha uma almofada lá em baixo. Sabe aquelas feridas contínuas que as desventuras em série de sua vida vão deixando? Para um behaviorista isso é mais que claro: é mais difícil dessensibilizar que criar um medo. Eu tenho medo de estar sozinha, e na verdade todos estamos. Não há ninguém que possa compartilhar de minha experiência. No máximo poderei viver algo com alguém que terá uma experiência própria a partir disso. A única coisa que podemos compartilha é o tempo. E uma coisa que já me deixa muito feliz é que alguém me ofereça o seu tempo, a sua presença.

Com tantas coisas para pensar, até este momento não tinha parado para refletir sobre aquele momento por ele mesmo, e não pelas antecipações, medos e ansiedades que o envolveram. Parei e me vi ali, nos vi. E vi tudo que havia em volta. E aquele tempo, ou pedaço de, foi como... foi. Nada melhor que uma experiência que não se pode botar em palavras.

Penso também na contradição. No meu pulo, na minha provocação. Na forma como respondo à lacuna que ficou, lacuna essa em que não faltaram sinais e significados, mas não houveram palavras. Eu vou e dou um salto, sem perceber que já tomei uma postura diante do meu medo. É isso que sempre faço. Eu não ligo. Eu não ligo para ter perdido antes. Por um momento, eu ganhei. Ganhei a chance de compartilhar um pedaço de tempo.

E isto que sinto agora... vale a pena errar pela vida e perder todas as vezes. Eu sempre disse que não sei jogar esse jogo, e não sei mesmo. Porque acredito que para viver de verdade, você tem que perder... toda vez!

Espero, espero mesmo e não tenho mais medo de esperar, que eu possa ganhar muito mais antes da próxima derrota!


►livre?