domingo, 30 de dezembro de 2007

Homogênia

Hoje os meus pensamentos não me incomodam mais.
Até agora, tudo em que pensei me fez apenas olhar para mim mesma internamente e dar uma risadinha despreocupada.
Juro que chegou uma hora que tentei procurar alguma coisa errada dentro de mim. Qualquer coisa que pudesse me incomodar nem que seja um pouquinho.
Não, eu não estou querendo ficar incomodada. Mas achei estranho demais esse sentimento de plena paz.
Nem o incômodo alheio me afetou hoje.
Nem as fervorosas tentativas alheias de me irritar profundamente.
Nem aquelas coisas em que eu começo a pensar quando fico muito tempo sozinha.

Uma coisa engraçada é que também não estou em um daqueles dias de sorrisos de graça.

Pensando bem, agora que tento me lembrar, não faço idéia do que fiz o dia inteiro.
Muito menos ontem.
Eu sei que estive fazendo alguma coisa.
Algumas coisas... Até me lembro delas. Mas posso facilmente confundir tudo que consigo recordar com as horas em que estive sonhando essa noite.

Descobri ontem à noite que ele não tem mais rosto... Novamente.
(Engraçado ouvir essa palavra simultaneamente ao que acabo de escrever).
Agora me pergunto: como eu vivia naquela época?
É uma época meio vaga na minha cabeça. Não me lembro de muitos detalhes.
Bem, me lembro. Mas o que estou querendo recordar são os pensamentos daquela época.
Parece que depois daquele mês eu passei uma borracha na minha mente e comecei de novo.
Por muito tempo eu realmente não fazia idéia de como era a minha vida antes de toda aquela confusão que me rodeava.
Agora me vejo novamente naquele ponto anterior.
E sabe... Não me sinto mal. Às vezes sinto uma ansiedade para voltar ao que sei que foi bom. Mas acho que isso não é uma prioridade agora.
Agora? Eu apenas sou.
Aliás, eu estou.


Continuo então a fazer essas coisas quotidianas, levemente prazerosas.
Legal não é?
Me divirto com as minhas várias eus e com o seu revezamento.


Amanhã depois do almoço estarei indo para a casa do Fefs, passar o reveillon entre amigos! Pulando de cabeça em cada oportunidade de me acabar em diversão!

Metade cheio ou metade vazio?
Sinceramente não sei. E não vai ser ninguém me falando qual dos dois que vai me convencer.
Estou fadada à eterna dúvida... Prefiro assim. Terei sempre motivos para andar mais um passo.


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