De repente me sinto um lixo.
O que eu estou fazendo, pelo amor de deus?
Eu preciso de ouvidos novos, urgente! Não para mim, é claro. Para aquele cara mais velho, de óculos meia-lua, carequinha, com um olhar acolhedor.
Bem, essa não é exatamente a minha imagem... Mas é um paradigma. Fazer o que?
Ah se eu pudesse gritar tão alto que o meu grito explodisse meus próprios neurônios. Eu podia viver na santa ignorância. Eu podia ser uma lesada e não ia mais ter minhocas cavando a minha cabeça como se eu fosse um canteiro de flores.
Por que eu preciso de pessoas?
Por que eu me escondo atrás das minhas empolgações?
Estou bem louca! É aquela velha historia de estar perdida. Mas a questão é que a única coisa que eu sei é que para trás eu não quero mais olhar. Não gosto de me arrepender. Não gosto de ir embora de mim mesma, apesar de isso acontecer frequentemente, eu tento permanecer comigo o maior tempo possível.
Coisas pequenas que acabam com o meu dia.
Coisas minúsculas que acabam com imagens que eu construo durante dias e semanas.
Coisas microscópicas que me fazem pensar que nada tem sentido, porque eu mesma não estou guiando nada. Penso que escolho quando me vejo achando bonito o quadro que ganhou o prêmio. O meu próprio quadro foi inspirado no deviantart. A minha própria cabeça foi baseada na fusão de dois cromossomos.
Meu mundo gira.
Minha cabeça gira. Literalmente, mesmo! Consigo enxergar agora as letras rodando.
No final, pensei e pensei.
Acho que estou em um bom caminho. Apesar de não poder enxergar o chão. Eu só tenho uma idéia do destino, o que também não é suficiente para clamar que sei o que estou fazendo. Mas é só isso que eu posso fazer... Sempre.
Não adianta achar que o velhinho com óculos de meia-lua vai me ajudar a enxergar o chão, porque não vai. A ajuda é uma ilusão. Quem ajuda é o ajudado. Ajuda a si e àquele que cobra pela auto-ajuda.
Uma psicóloga falando assim, deveria ser banida! Hahahaha.
Não tem importância. Eu nem enxergo o meu próprio chão mesmo, quem é que vai me dizer se estou certa ou errada?
Eles tentam, com certeza. Mas eu aprendi a não ouvir com tanto fervor como fazia antigamente.
São varias coisas em seqüência. Minhas unhas estão brancas e minha sobrancelha bem delineada. Mas e daí?
E daí que eu vou continuar fazendo as coisas em seqüência. Vejo o “por que não?”, e também vejo o “porque sim!”.
Os dois são gêmeos na verdade. Mas, mesmo gêmeos não tem a mesma impressão digital.
De repente me sinto melhor. Eu sei que sou dramática, e sei que eu mesma trato esse fato dramaticamente.
É um meta-drama a minha vida.
De repente o que importa para mim é apenas o que eu sinto. Sim, senti arrependimento por coisas e por outras não. Senti tristeza e convivi com ela, e aprendi com ela. Senti alegria e aprendi também. Estou no caminho sem chão aprendendo a medir os sentimentos e coloca-los em suas respectivas prateleiras, botar preço em cata um, vende-los ou guarda-los em meu acervo pessoal.
Amanha vou pensar diferente. Está aí o ponto em publicar.
É um meta-drama a minha vida.
Se até a noite, meu coração mudar de freqüência, aviso àqueles que não querem saber.
Não, não foi uma má idéia você aparecer. Pode acreditar que você será sempre bem vindo no meu meta-drama. E mais uma vez, desculpe-me por ter deixado passar uma de minhas próprias importâncias. Não desejo nada além de sorrisos em seu rosto.
►Sentindo a dor da amputação.