quinta-feira, 24 de junho de 2010

Tá lento....

Se tenho vários talentos, ter talentos pode ser um deles. Também sou boa no talento dos trocadillos... Mas um deles eu não consigo tê-lo. Não sei palavrear. E se palavreio, faço isso muito errado. Até me divirto errando deliberadamente. Inventamos uma língua errada que serve para falar das coisas erradas. Até mesmo das coisas erradas da língua. Outro talento meu é o de dar voltas em volta de voltas.

Mais um talento que não tenho é o de me impedir. O de reprimir minha vontade de acabar com as vontades. Auto-controle não aparece nem fantasmagoricamente no meu Rorschach. Alias, não sei... outro talento que não tenho é o de levar meus estudos a sério. Correção, eu levo a serio, mas não tenho o talento dessas pessoas levemente irritantes e esforçadas. Eu gosto de avacalhar os caminhos certinhos demais. E não sou eu mesmo enquanto não estiver apertada contra a parede com um prazo de horas para entregar um trabalho ou decidir coisas grandiosas e existenciais.

“às vezes acham que psicoterapia é uma fraude”. Acabei de ouvir essa frase. Estou escrevendo de dentro do SPA (Serviço de Psicologia Aplicada da UFMG)... agora vivo aqui. Descobri que não gosto de neuropsicologia mesmo e não pretendo fazer isso nem por mais alguns meses, quem dirá pela vida. Por isso resolvi mergulhar na clínica e assumir meu futuro de carência monetária.

Agora preciso resolver mais algumas coisinhas da vida. Esse semestre não acaba nunca e eu estou estressada. Já começo a ter reações somáticas. Não paro de tossir tem uma semana e fui atacada por alergias no corpo praticamente inteiro. E lá vou eu, me dirigir para uma das causas das minhas somatizações histerias: o trabalho! Oh god.... I HATE that place!



►Na falta de talentos, me viro com prestígio mesmo....

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Rédis, pertinho!

Você está muito mais próximo das pessoas do que imagina! Sem mencionar viagens da física nem nada. Quero dizer emocionalmente.

Nos últimos dias foram algumas coisas que impactaram o meu vir-a-ser “espírito”. Eu dirigindo até a casa da Bella, minha amiga, para tentar consolar de alguma forma (o seu avô tinha morrido no dia anterior e ela estava muito triste). O sentimento forte que tive de fragilidade e empatia e dor... alguns chamariam isso tudo de compaixão. Eu chamo isso de chorei-horrores-porque-eu-sou-gente. Me fez pensar em humanidade. Reformulei muitas idéias que tinha sobre Rogers e essas frases manjadas do humanismo de que o ser humano é essencialmente bom. Cheguei a ver isso tudo de um ponto de vista tão diferente do que já tinha feito antes que agora minha visão da psicologia toda está mudada! Não é que todo mundo é bom. Nesse mundo doido, quem for bom o tempo todo tá fudido ao cubo. Mas tenho uma nova impressão de que isso não é bom. Digo subjetivamente... acho que isso não traz satisfação, auto-realização... felicidade. E acho também que em breve isso vai deixar de ser adaptativo. Onde todo mundo mata para sobreviver e todos morrem, a surpresa mesmo vai ser quando alguém salvar alguém.

Outra coisa foram os olhos das pessoas (uma mais que as outras) quando ficaram sabendo que meu cachorro havia morrido. Na maioria das vezes, fazer contato visual é uma coisa íntima demais... e nesses poucos dias eu percebi coisas íntimas de várias pessoas. Meu avô me deu um conselho... essas coisas que gente velha e vivida fala com medo de estar dando palpite, mas querendo te ajudar num momento difícil que ele já viveu antes... essa coisa toda. E ele está certo, como eu sabia que estava quando ele me falou: se a vida fosse uma conta bancária, a melhor escolha que você faz é por um cartão de crédito em vez de um de débito.

A terceira coisa foi a reação da minha mãe... toda a sinceridade e arrependimento dela. Depois de um tempo, quando passa infância e adolescência, você percebe que seus pais são gente, quinem todo mundo, que faz merda e está errado a maior parte das vezes. Mas acho que é por isso mesma que eu me senti mais próxima dela nesses dias. Porque ela não tentou ser algo sobre-humano etéreo superior que não se afeta. A melhor forma que ela encontrou para me ajudar foi sofrer junto comigo, e isso eu achei do Carlisle!

Bem... saí do balanço da semana também com algumas pendências. como algumas pessoas têm prioridades estranhas. No momento eu sempre sou atacada pela minha compulsão a ser perfeitinha para ser mais amada. Depois, com reflexão, é que vi que isso me chateou um pouco. Por mais que eu saiba que isso ficou bem entendido... mas ainda há muito pano pra manga. Já outra coisa estranha é como algumas pessoas fazem questão de provocar, criar clima, trair sacanamente... eu me incomodo com esse tipo de coisa porque, aí sim, passo a acreditar no sadismo puro... fico indignada. Mas eu tenho tentado me resolver com a minha indignação e com a minha agressividade. Não sei se vou conseguir responder a pergunta do Rogério direito... nem consegui pensar nela direito. Mas isso também faz parte da coisa toda.



►Eu, gripada até nos ossos, assistindo o jogo do braZil e comemorando: GOOOOOO-O-COFFF COFF COFFF

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Il est mort..

Eu geralmente tento não pensar demais sobre morte e, conseqüentemente, sobre suas conseqüências. Mas deixando de lado a minha própria morte, vamos pensar na morte dos outros. Ver a morte me faz perceber que o fato de eu estar viva se deve ao puro acaso. Sim, voltei à minha. É uma espécie de ciclo.

Essa semana o meu cachorro morreu. O Doug. Ele pegou cinomose, uma doença viral que ataca o sistema nervoso e aos poucos causa paralisia muscular sem contar outras seqüelas tristes, gasturentas e bastante doloridas. Ao ver ele sofrendo, chorando enquanto dormia e tendo espasmos musculares, eu fui empurrada contra a parede. Eu tive que decidir se meu cão ia morrer no dia seguinte ou em uma semana. De qualquer forma, eu ia perdê-lo. As chances de ele sobreviver eram quase negativas. E eu, com o coração apertado na garganta, decidi sacrificar ele para ele não ter que passar pela dor muito maior que viria com o próximo estágio da doença. Agora, o mais doído disso tudo é me sentir a responsável pela morte de algo que eu amo.

Houve um momento em que fui me despedir dele. Eu sabia que nunca mais o veria depois daquilo. E não sei como me segurei. Isso tudo pode parecer frescura para muita gente, mas o meu Doug significava algo para mim que eu nem consigo descrever com palavras.

Essa situação toda é uma bosta. Minha mãe inconsolável por não conseguir me consolar... todos medindo palavras para falar sobre cachorro perto de mim... e eu vendo aquele espaço vazio toda vez que entro em casa e a almofada, a vasilha de água e a pilha de remédios não estão ali...

Acho isso tudo uma sacanagem... ele era filhote.

Mas, enfim, por mais que eu tente me convencer de que eu não acredito em nada, acaba que eu acredito sim... ou quero acreditar. E se tudo der certo, quando for a minha vez de morrer, não vai ter apagão nem nada dessas minhas viagens macabras...



►CAR##$@@¨#$%$%##@&*¨&*&*&*(*¨%$#@&!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Ali pela região do chakra do plexo solar.



Gosto de me separar da opinião geral das massas na psicologia da UFMG. É bom evitar esses pensamentos confluentes e seriamente patologisantes que as pessoas adotam por lá. Sinto muito, mas eu gosto do Louis! Achei milagroso, mas a influencia dele está me fazendo pensar em espiritualidade, em cosmicidades e, curiosamente, mecânica quântica! Além de ter completamente entrado na onda dos chakras, yoga e coisas zem. Oh meu deus, estou virando, sei lá, algo muito diferente!

Completamente mergulhada em gestalt-terapia. Adorando psicologar quinem gente grande! Claro que com alguns problemas de memória e de experiencia mesmo. Mas estou mais do que nunca me sentindo bem com o pensamento de que estou aprendendo fazendo. Acho que com menos medo agora.

Frustrada. Cada dia acordo tendendo para um lado diferente. E acabei me perguntando por que o desespero. Descobri que não é por mim... é pelos outros. Vontade de acompanhar o fluxo. Mais um pensamento confluente.

É... auto-cobrança é algo que cansa... fisicamente!



Quando eu acordo na Rua das Cascadas e não sinto nada... eu nem me lembro...

E então a canção continua em minha mente e eu não quero que ela saia tão cedo. De todas as coisas a serem perdidas, jamais quero perder a audição! Pensava que a visão era mais importante, mas descobri que minha forma de, sei lá, ser... é atravessada e muitas vezes por barulhinhos.

Pense no barulhinho de alguém chorando, aquela respirada de nariz entupido. Brota um sentimento meio frio e meio quente, meio rasgado, meio em gotas ali pela região do chakra do plexo solar.

Agora pense naquela música fantástica da Regina Spektor: Après Moi. É uma energia que passa pela base da espinha e se espalha pelo abdome, puxando ele pra baixo e fazendo-o inchar.

Devo estar perdendo tempo aqui, não aprendendo a tocar piano.

Um fato carregado da minha atual vida: quero companhia. Para minhas sinestesias sem objetivo, para venerar Amanda Palmer e seus hábitos anti-paradigmáticos, para aprender coisas e para discutir filosofia da mente! “I was hoping we could dance together...”. Já não sei se quero um namorado ou um clone!


Passei de Yann Tiersen para Regina Spektor para Amanda Palmer para Alanis Morissette... faltou algo de Lady Gaga no meu processo...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Há exceções...



Eu funciono bem sob pressão. E é isso. Não espere de mim nada brilhante com mais de dois dias de antecedência...

Eu vou á terapia e choro os meus problemas, ou parte deles.

Eu volto pra casa todo dia e a partir do momento em que piso no meu quarto, estou em outro mundo. Onde a vida ainda é um porre, mas eu posso sempre escolher me esquecer disso e, descaradamente, fugir.

Eu tenho desejos imorais, mas eles não me perseguem... eles me acompanham.

Eu tenho sérios problemas financeiros... e admito não fazer nada para resolvê-los. Também não me orgulho. É nessas horas que eu me desespero.

Eu tenho crises de pânico e me curo delas com interferência de terceiros... o tempo é um terceiro bem eficiente.

Eu tenho saudades de várias pessoas... às vezes mato... às vezes não.

Eu tenho pouco tempo.

Eu tenho coisas a decidir... e pouco tempo.

E eu sempre inicio minhas frases com a palavra eu! (bem... há exceções)

►Adeus, cabelo...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Pausa para uma reflexão inócua.


Sabe aquele sentimento de que não se sabe de nada, muito menos do essencial? Eu sinto que para enquadrar meu problema eu preciso estudar a alma humana. Literalmente! Agora isso não é um problema. Problemas são as coisas que fritam meus miolos. Como essas pedras no meio do caminho até uma vida tranqüila e pelo menos razoavelmente realizada. Por que será que projetamos os desejos à frente? Parece que ainda tenho muito o que aprender com a Gestalt!

E por falar nela, nossa querida amiguinha, já vem me rendendo alguns apertos! Tenho que fazer um trabalho (eu e minha dupla de três). definimos o tema de ultima hora, procrastinamos até não poder mais, como bons neuróticos que somos, e a Claudia me passa um e-mail de uma professora da USP que é super especialista no nosso tema como ultimo recurso de última hora para tentarmos por as mão em fontes que prestam pro trabalho. Mandei o e-mail, ela respondeu indicando dois livros que não temos na biblioteca da fafich e que eu não consegui encontrar em livrarias de BH. Respondi o e-mail pedindo fontes online se fosse possível. A tal professora me manda um e-mail encaminhando para a Claudia insinuando muito sarcasticamente que acha engraçado estarmos fazendo um trabalho sobre um tema e não termos tempo para consultar um ou dois livros.... aaaaah mas o meu sangue ferveu. Fiquei com aquela impressão de que essa mulher estava encaminhando o e-mail pra Claudia para dedurar, do tipo: “olha que alunos avacalhados você tem!”. Na mesma hora mandei um e-mail dando um chega pra lá nela, reapontando o que havia dito e que ela não entendeu e dizendo que encontramos nesse meio tempo mais de vinte artigos online de muita qualidade, obrigada! Olha, é um sentimento de poder bem interessante, ser capaz de dar uma tirada em uma pós-doutora da USP!

Esse caso fez-me lembrar de outras ocasiões recentes em que eu me vi chegando perto da gota d’água e estourando. Ou as vezes em que dei tiradinhas bem colocadas e não me senti nem um pouco mal com isso. E constatei que eu estou mudada! Mas nuuuuunca que eu faria isso, qualquer uma dessas coisas, há um tempo. Ou quem sabe eu só estou num nível de irritabilidade mais elevado ultimamente. Desde que li que é permitido sentir raiva, eu passei sentir...

Bem, agora estou aqui refletindo sobre o tempo e sobre como ele me incomoda! Uma boa coisa para despistar isso foi passar a tarde pintando meus quadros (self made deco do meu novo quarto onde vivo só eu e meus pertences e onde a decoração é inteiramente personalizada!).

Acho que estou entediada... ou melhor, com span de atenção reduzido. Hora de arrumar outra atividade consideravelmente interessante!

tinta a óleo: cuidado, ela não é facilmente lavável! deixe fora do alcance de suas melhores roupas e de seu computador!